segunda-feira, 30 de maio de 2011

Razões da Esperança
 
Dom Alberto Taveira Corrêadomalberto@fundacaonazare.com.br
O mundo em que vivemos, muitas vezes chamado de aldeia global, pela diversidade de culturas que convivem com a proximidade oferecida pelos meios de comunicação, traz consigo o desafio da tolerância nas relações humanas e ao mesmo tempo a possibilidade das pessoas se manifestarem legitimamente, a fim de que os que lhes é próprio se transforme em dom a ser compartilhado.
Constata-se que o cristianismo é hoje alvo de repetidas investidas, com as quais é questionado em seus princípios e orientações morais. Num tempo em que as espécies animais, as árvores e as águas são valorizadas como nunca - e com razão! - ser a favor da vida desde a concepção até a morte natural é considerado conservadorismo! As chamadas questões de gênero encontram artilharia pronta para mirar a Igreja e os cristãos, a ponto de os conceitos oriundos da Sagrada Escritura não poderem ser oferecidos para a formação das consciências. É possível que o relato da criação que afirma ter Deus criado homem e mulher seja censurado por aí! Um rolo compressor pretende calar a voz da pregação corajosa do Evangelho, quando personalidades de Igreja se levantam para denunciar o tráfico de pessoas e de drogas. Em nossa região, chega-se ao ponto de personalidades eclesiásticas necessitarem de esquemas especiais de segurança para exercerem o direito de ir e vir.
Como ser cristão num ambiente paganizado? O primeiro passo é a certeza nascida da escolha de Deus, no seguimento de Jesus Cristo, não se envergonhando dele nem de seu Evangelho. A coerência com as opções feitas conduz ao respeito nas relações interpessoais. Já ouvi de algumas pessoas a manifestação de apreço aos cristãos que, mesmo debaixo de saraivadas de acusações, se mantêm firmes. Depois, a verdade vem a ser oferecida e não imposta, acreditando na voz da consciência, muitas vezes abafada, mas sempre presente, através da qual o Espírito Santo suscita em todas as pessoas a busca do bem. Em algum momento as pessoas se sentirão provocadas pela força da retidão! Além disso, respeitar as opções dos outros não significa obrigatoriamente secundá-las. Ninguém pode obrigar-nos a assinar um manifesto a favor do erro patente, cujos frutos se fazem imediatamente notar!
E por falar em frutos, não é difícil notar a quantidade de crianças, adolescentes e jovens sem referências familiares sólidas, como resultado de algumas gerações até estimuladas ao divórcio. Vale continuar, de nossa parte, a fazer propaganda da família estável, dos filhos considerados dom de Deus, do relacionamento entre homem e mulher vivido segundo a lei de Deus. Retrógados? Tradicionais? Antes, corajosos, sem medo de pôr à disposição nosso modo de viver e entender a existência humana.
Mas as incompreensões são inevitáveis. Com o Apóstolo São Pedro, podemos tomar posição: "Quem é que vos fará mal, se vos esforçais por fazer o bem? Mais que isso, se tiverdes que sofrer por causa da justiça, felizes de vós! Não tenhais medo de suas intimidações, nem vos deixeis perturbar. Antes, declarai santo, em vossos corações, o Senhor Jesus Cristo e estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que a pedir. Fazei-o, porém, com mansidão e respeito e com boa consciência. Então, se em alguma coisa fordes difamados, ficarão com vergonha aqueles que ultrajam o vosso bom procedimento em Cristo. Pois será melhor sofrer praticando o bem, se tal for a vontade de Deus, do que praticando o mal. De fato, também Cristo morreu, uma vez por todas, por causa dos pecados, o justo pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus. Sofreu a morte, na existência humana, mas recebeu nova vida no Espírito (1 Pd 3, 15-18)."
Para dar razões da esperança que em nós existe, não fugir da convivência com o que é diferente. Antes, com a necessária formação, aprender a dialogar, escutando as motivações das outras pessoas. O respeito mútuo fará vir à tona os verdadeiros valores. Aos cristãos caberá estar atentos ao que existe de mais humano, o mistério mais profundo da consciência.
Pode também acontecer que a brecha aberta pelo próprio Deus nos corações seja o mistério da dor. Por ela só pode passar o amor gratuito, livre, que ilumina todos os espaços. Muitas pessoas, aguerridas em suas batalhas verbais, escondem angústias terríveis, para as quais não há resposta senão no mistério de Cristo morto e ressuscitado, o Senhor em quem acreditamos. Ele é o melhor e definitivo presente que podemos oferecer a todos. O Espírito da verdade, prometido por Jesus, nos dê, também na atual geração, a necessária lucidez para o testemunho corajoso do Evangelho.



 
Fonte: Conversa com meu povo  


sábado, 21 de maio de 2011

Mostra-nos o Pai
 
Dom Alberto Taveira Corrêa, domalberto@fundacaonazare.com.br
Em processos de aquisição de casa própria ou e outras transações comerciais que envolvem famílias, não é raro que as responsabilidades sejam assumidas pelas mulheres, mães que trazem sobre si tarefa de ser chefes de família, consideradas mais confiáveis. Hoje, no Estado do Pará, cerca de 734 mil famílias são chefiadas pelas mães, que também fazem o papel de pai. Pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - Dieese, mostra que entre os sete Estados que compõem a região Norte, o Pará está em primeiro lugar. A quantidade de mães com dupla função familiar em todo o Norte é de um 1,6 milhão. O Pará detém cerca de 46% desse total.
Estes e outros dados apontam para uma mudança profunda nos papéis desempenhados pelos homens e pelas mulheres na sociedade. De um lado, a paternidade e a maternidade estão presentes em nossa natureza humana. Toda pessoa recebe esta missão, ainda que de formas diferentes. Ninguém nasceu para a esterilidade, mas todos nascemos para gerar, e não poderia ser de outro modo, pois somos imagens e semelhança de Deus, no qual estão presentes as características que no ambiente humano chamamos de paternidade e maternidade. E é o que de mais decisivo e maravilhoso Jesus nos contou a respeito de Deus: Ele é Pai que nos ama! Mas há uma crise na maternidade e de modo especial na paternidade.
A vocação paterna está em crise, o que leva a uma crise de lideranças maduras e corajosas no mundo. E quando faltam pais, idolatra-se a imagem de uma eterna juventude. Não basta ao homem ter filhos. É necessário assumir de forma madura a forma de amar para ser pai. A ausência física, a ausência afetiva, com medo de expressar carinho e afeto, a ausência normativa, que lhes impede ser claros em seus critérios e não temam estabelecer limites. Faz-se necessário homens capazes de amar com vigor e ternura, assumindo a masculinidade e ao mesmo tempo a dimensão de ternura que o próprio Deus, forte e terno, plantou no coração.
Na Liturgia do quinto Domingo da Páscoa, há um pedido que pode soar ingênuo: "Filipe disse: "Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta". Jesus respondeu: "Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me conheces? Quem me viu, tem visto o Pai. Como é que tu dizes: 'Mostra-nos o Pai'? Não acreditas que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Crede, ao menos, por causa destas obras." (Jo 14, 8-11).
Bendita ingenuidade que nos aponta o essencial que é conhecer o Pai. Com frequência se afirma que é difícil conhecer a Deus como Pai porque os modelos de paternidade estão em crise na terra, quando, na verdade, é o céu e a paternidade de Deus que vêm a ser acolhidos como modelo. É para o Pai Eterno que os pais da terra hão de levantar os olhos para contemplar o modo de viver aqui sua sublime vocação.
Para nosso consolo e formação, Jesus se mostra como aquele que é verdade e vida, a serem alcançadas passando pelo caminho para o Pai que é Ele mesmo. Tanto os pais, como as mães ou filhos ou qualquer pessoa que queira se realizar plenamente têm no relacionamento com Deus ponto de chegada, mapa, caminho, sustento.
Aos cristãos cabem responsabilidades irrenunciáveis. Não lhes é lícito viver como órfãos ambulantes, lamentando-se da vida. Sabendo ter Pai no Céu, vivem para gerar vida e relacionamento, cabendo-lhes sempre a iniciativa do serviço e do amor a todas as pessoas, sem exceção. Seu relacionamento com os outros é de transbordamento da vida plena que encontraram. A paternidade e a maternidade a serem restauradas no mundo são assumidas como tarefa por eles.
É próprio dos cristãos a paixão pela verdade, que abraçam com toda clareza e oferecem, sem violentar nem impor, dando razões da esperança que move seus corações a quem quer que seja. O caminho que percorrem é o do seguimento de Jesus Cristo, o Evangelho é sua luz e bússola segura. Sabendo que nasceram do amor eterno do Pai, ninguém lhes tira a alegria.
Tais características da vida cristã não são privilégio de poucos. Antes, a todos os que foram batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo é aberta tal possibilidade e entregue esta missão de restauração. 
 
Fonte: Conversa com meu povo               


O que é um dogma?

É uma verdade na qual se deve crer - Verdade presente na tradição ou nas escrituras que obriga o povo cristão a aderir àquilo que é dito como verdade (CIC).

Todos os dogmas são luzes que apontam ao verdadeiro caminho: Deus.

Os dogmas devem nos conduzir em nossa vivência espiritual, como alimento. As dúvidas sobre os dogmas são muitas, precisamos conhecê-las.

Os dogmas marianos são quatro. Todos estão relacionados à missão de Maria, a Mãe do filho de Deus.

1º dogma: MATERNIDADE DIVINA
- Maria é Mãe de Deus. Como ela sendo criatura se tornou a Mãe de Deus? Ela foi escolhida. Foi reconhecido como dogma em 431 no Concílio de Éfeso. Este dogma se fundamenta em Lc 1, 30-35; 41-43. Se dissermos que Maria é Mãe de Deus, ela é Mãe da Igreja e nossa Mãe. Esse dogma nos dá Maria como Mãe.


2º dogma: VIRGINDADE PERPÉTUA DE MARIA

– Reconhecido em 553 Concílio de Costaninópla. Este se fundamenta em Mt 1-18,20. Ela permaneceu virgem antes, durante e após o nascimento de Jesus. Ela não precisou de nenhum relacionamento com José para ficar grávida, concebeu por virtude do Espírito Santo. Lc 2,7. Ela não conseguiria passar por um parto “normal” sozinha, só com a graça de Deus. Depois continuou se nenhum relacionamento com José, visto na passagem Jo 19,25-27. Esta passagem mostra que se Maria tivesse outros filhos, Jesus na cruz não teria entregado a sua Mãe aos cuidados de João de sim a um de seus filhos, na língua que se foi escrito o evangelho não se dizia primos, mas sim irmãos, era uma linguagem pobre, por isso muitos protestantes dizem que Maria teve filhos é existente uma passagem bíblica que fala nos “irmãos de Jesus” mas a sagrada escritura se refere à outra situação.

3º dogma: IMACULADA CONCEIÇÃO
– Reconhecido em 1854 pelo papa Pio lV. Fundamentada na passagem de Lc 1,28-29. Ela não recebeu a mancha do pecado original, em nenhum momento ela perdeu cheia da graça de Deus. Ela foi a primeira redimida por Cristo. Foi salva antes mesmo que Jesus nascesse.

4ºdogma: ASSUNÇÃO DE MARIA
– Reconhecido em 1950 pelo papa Pio Xll, fundamentada a passagem de Gen 3,15. Sabemos que Eva por causa do pecado dela entrou a morte no mundo e como a conseqüência à corrupção do corpo. Deus nos dá mediante a sua morte uma nova vida. Maria é a nossa nova Eva, e se Maria não recebeu a mancha do pecado original, ela não morreu, foi elevada ao céu de corpo e alma. Se com Eva entrou no mundo a morte, com Maria entrou a vida, visto que ela não teve a experiência do pecado. Jesus morreu, mas por nossos pecados. Maria não.

Pe. Thiago - Vigário da Paróquia de Sta. Teresa - Teresópolis - RJ

(Fonte: /semeandocatequese.blogspot.com
)

sábado, 14 de maio de 2011

O irmão que chega
 
Homilia da ordenação episcopal de Dom Teodoro Mendes Tavares, bispo auxiliar de Belém
Dom Alberto Taveira CorrêaArcebispo Metropolitano de Santa Maria de Belém do Grão Pará.
"Senhor presidente da República, senhor primeiro-ministro e demais autoridades civis e militares, senhora embaixadora do Brasil e membros do corpo diplomático acreditado junto ao Governo de Cabo Verde, caríssimos irmãos Arcebispos e Bispos, presbíteros e diáconos, religiosos e religiosas, membros de comunidades de vida, familiares de padre Teodoro Mendes Tavares, irmãos e irmãs desta terra abençoada e da Arquidiocese de Santa Maria de Belém do Grão Pará, que recebe hoje seu novo Bispo Auxiliar.
 Nesta manhã, a terra se une ao Céu e vários motivos nos fazem proclamá-lo. Neste espaço sagrado, o Beato João Paulo II celebrou a Santa Missa, quando em visita a Cabo Verde, bem aqui onde a orla de terra nos faz olhar para o oceano imenso, aberto como o infinito que nos chama para Deus. O sucessor de João Paulo II, nosso Papa Bento XVI, nomeou um filho da aldeia Principal, Bispo Auxiliar de Santa Maria de Belém do Grão Pará. É a primeira vez na história que um sacerdote africano é nomeado Bispo para terras da América. A África dá de si mesma a outro país e outro continente, oferecendo o que tem de melhor, um filho consagrado a Deus. Padre Teodoro é sacerdote espiritano, congregação com significativa folha de serviços apostólicos em Cabo Verde e em tantas partes do mundo, especialmente da África. Diante de todo o povo aqui reunido, os bispos presentes, pela imposição das mãos e a oração consecratória, ordenarão para  o ministério episcopal este jovem sacerdote missionário. De fato, o Céu deve ser assim, onde tudo concorre para o bem dos que amam a Deus (Cf. Rm 8, 28). Deus seja louvado por todos estes dons.
Há poucos dias, a comitiva de Belém teve a alegria de visitar a aldeia onde nasceu e foi formado padre Teodoro. Com tal visita, começamos nossa meditação. Subimos desde a Capela da Sagrada Família, conduzidos pelo exemplo de nosso Arcebispo Emérito Dom Vicente Joaquim Zico, olhando para frente e para o alto. Malgrado as pedras do caminho, os cristãos buscam as coisas do alto e não olham para os eventuais achaques gerados pelo cansaço ou pelas dificuldades de saúde. Lá encontramos fogo aceso, sombra amiga, saudações, acolhimento, música, fartura à mesa, alegria. Ali tínhamos o desejo de permanecer, não abandonar o privilégio da convivência. Seria bom construir três tendas! Porém passamos logo a outra mesa, a da Palavra de Deus e a da Eucaristia, celebrada na Capela da Sagrada Família, enfeitada pelas árvores, pelo canto, a oração, a piedade do povo. Foi natural passar de "Principal" com a mente e o coração para a Aldeia de Emaús e meditar sobre o episódio narrado pelo Evangelho há pouco proclamado. Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus!
De fato, os dois discípulos que retornavam à sua casa após os acontecimentos dolorosos da paixão acabaram por abrir seus olhos justamente em torno à mesa de uma refeição. Um desconhecido, fazendo-se passar por andarilho ignorante dos fatos, caminha com eles. Justamente aquele de quem humanamente não se poderia esperar muito, abre-lhes os olhos para entenderem as Escrituras e tudo o que dizia respeito ao Cristo. Chegados a Emaús, era tão bom tê-lo como companheiro que brotou-lhes espontâneo o pedido: "Fica conosco, pois já e tarde e a noite vem chegando!" Jesus entrou para ficar com eles, partiu o pão - o primeiro nome da Eucaristia foi "fração do Pão - seus olhos se abriram e, com novas disposições, dirigiram-se a Jerusalém, onde a Igreja reunida já testemunhava o Senhor ressuscitado, que aparecera a Simão Pedro. Seus corações ardiam de alegria e os quilômetros percorridos pareceram-lhes apenas um passo. Não havia mais cansaço! Quando Deus está presente, tudo contribui, sol e calor, vento ou nuvens, para o bem dos que o amam!
Caríssimos irmãos e irmãs, aqui estão seis fontes da presença de Deus. "Ele está dentro de nós!" Nosso coração arde de alegria quando o encontramos, quando lá dentro podemos olhar, olhos nos olhos, para aquele que amamos. Ele está no meio de nós, como dizemos na Santa Missa, todas as vezes que unidos, em qualquer parte, nos amarmos uns aos outros! É o mesmo Senhor presente, aqui, no Brasil ou em qualquer parte entre aqueles que se querem bem. Ele está em sua Palavra. A fé vem pela pregação e a pregação, pela palavra de Cristo (Rm 10, 17)! Ele está presente no próximo, pois o que fizermos ao menor dos irmãos é a Jesus que o fizemos (Cf. Mt 25, 40). Jesus está presente na Eucaristia. Ele é "Pão vivo para a vida do mundo" e lhe pedimos todos os dias: "dá-nos sempre deste pão" (Cf. Jo 6, 34). Ele está presente na Igreja! Na palavra de Pedro e dos Apóstolos, e nos Bispos, lá está o Senhor. "Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou" (Mt 10, 40).
Sabemos que receberam do próprio Cristo a missão, pois "os onze discípulos voltaram à Galileia, à montanha que Jesus lhes tinha indicado. Quando o viram, prostraram-se; mas alguns tiveram dúvida. Jesus se aproximou deles e disse: "Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos" (Mt 28, 16-20). Na Igreja, irmãos e irmãs, estão as fontes da presença de Deus. Por isso todos juntos, a cantar se alegrarão (Cf. Sl 86, 7). Ao findar de nossas jornadas diárias e ao pôr-do-sol de nossas vidas possamos todos dizer com Simeão "meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos:  luz para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo" (Lc 2, 30-32). Tudo terá contribuído para o nosso bem, tendo passado o tempo e a vida no amor a Deus.
Daqui a pouco a liberalidade do amor de Deus fará um novo Bispo, já eleito pelo Papa bento XVI, que será ordenado pelos Bispos presentes. Queremos conversar com ele. Primeiro um agradecimento, vindo do coração: como aconteceu com Moisés, certo dia, tu chegaste ao monte de Deus. Do  modo só conhecido por Deus e por ti, não sei se carregando palhas, ou quem sabe conduzindo ovelhas, subindo ou descendo pelos caminhos de tua Aldeia, notaste que havia algo de novo parecido com uma sarça em chamas que não se consumia. Vendo o Senhor que te aproximavas, não uma, mas muitas vezes, escutaste sua voz que pronunciava teu nome. E tu disseste "Eis-me aqui". Obrigado pela tua resposta, pelo teu "Eis-me aqui". A Amazônia brasileira te agradece, a Igreja em Belém te agradece! Como é sagrado este lugar em que nasceste, também é sagrado o solo da Amazônia, onde foste e continuarás missionário! (Cf. Ex 3, 1-6) Em tua vida, tudo contribui para o teu bem e o bem de todos, pois amaste o teu Senhor!
Padre Teodoro, cheguem ao teu coração dois pedidos que encontramos nos Evangelhos. Com a santa e bendita ingenuidade do apóstolo Filipe, queremos dizer-te: "Mostra-nos o Pai, isso nos basta". Jesus respondeu: "Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me conheces? Quem me viu o Pai!" (Jo 14, 8-9) Parecidos com alguns gregos que tinham subido a Jerusalém para adorar durante a festa, nós nos aproximamos do próprio Filipe e dizemos: "Queremos ver Jesus". Queremos que fales de nosso desejo com Jesus (Cf. Jo 12, 20-22). Sim, caro padre Teodoro, queremos ver o Pai, queremos ver Jesus, queremos, através do ministério que te é confiado, beber das fontes de Deus! Sabemos que Deus te deu todas as graças para que em nossa vida tudo concorra para chegarmos a Ele!
É missão do Bispo desempenhar por toda a vida a missão recebida de Deus. Nós te reconhecemos ungido pelo Espírito Santo! De tua boca e testemunho, o povo aqui presente e o povo de Belém esperam o Evangelho, a palavra que liberta e transforma. Sabemos que esta ordenação te incorpora à legítima tradição apostólica, em comunhão com o Papa e os outros Bispos. Somos felizes porque não estamos diante de alguém que tivesse criado para si um ministério ou um grupo religioso. Estamos contentes por sabermos que o tesouro da fé se conserva íntegro em tua pessoa e ministério. Queremos ser conduzidos pela tua vida de Bispo, de modo que nossos corações ardam de alegria por sermos cristãos. Contamos com teu serviço de comunhão, para que o Senhor esteja sempre no meio de nós, pois chamados ao amor mútuo, como Jesus nos amou. Com teu exemplo de bom pastor, queremos que muitas ovelhas errantes, muitos pobres, peregrinos e necessitados sejam acolhidos e amados, perdoados e reconciliados com o Pai. Reunidos pelo teu sacerdócio em torno do altar da Eucaristia e para a oração, seja-nos concedida a graça de sermos povo reunido na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo. "Vela, pois, por todo o rebanho dos fiéis a cujo serviço te coloca o Espírito Santo para reger a Igreja de Deus: em nome do Pai, de quem és imagem entre os fiéis, em nome do Filho, cuja missão de mestre, sacerdote e pastor exerces; e em nome do Espírito Santo, que dá vida à Igreja de Cristo, e fortalece a nossa fraqueza" (Exortação do Ritual da Ordenação de um Bispo), sabedor do amor eterno que te conduziu até aqui e que tudo contribui para o teu bem e o bem da Igreja.
E todos vós, irmãos e irmãs, acolhei com alegria e ação de graças este nosso irmão, que nós, Bispos aqui presentes, associamos ao colégio episcopal pela imposição das mãos. Que ele seja honrado como ministro de Cristo e dispensador dos mistérios de Deus, pois a ele foi confiado testemunhar a verdade do Evangelho e o ministério do Espírito e da santidade! (Cf. Exortação do Ritual da Ordenação de um Bispo)".
 
Fonte: Fundação Nazaré

terça-feira, 10 de maio de 2011

Beatificação histórica
 
Cerimônia em honra ao Papa João Paulo II mostra a força do exemplo da santidade e humildade do Santo Padre 
"Feliz és tu, amado Papa João Paulo II, porque acreditaste! Continua do Céu a sustentar a fé do Povo de Deus. Amém". Assim o Papa Bento XVI concluiu a homilia da missa de beatificação de Karol Wojtyla. Pelo mundo, milhares acompanharam a celebração, e em Roma, mais de um milhão e meio de pessoas de todas as partes, principalmente da Polônia, testemunharam o dia histórico para a Igreja Católica, quando um dos papas mais amados pelos fiéis tornou-se beato.
Bento XVI, que presidiu a cerimônia na Basílica de São Pedro, empolgou a multidão ao dizer: "O dia esperado chegou! João Paulo II é beato!".
Após a finalização dos ritos iniciais da Santa Missa, o Vigário do Papa para a Diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, apresentou o pedido de beatificação do até então Venerável Servo de Deus João Paulo II.
Durante a leitura do pedido, o purpurado lembrou de João Paulo II como um homem que "mirava sempre o horizonte da esperança, convidando os povos a derrubar os muros das divisões".  Em seguida, Bento XVI pronunciou a fórmula que tornou João Paulo II beato da Igreja e, da mesma janela onde foi apresentado como Papa ao mundo, em 1978, foi desvelada a imagem oficial do novo beato. A fotografia com o sorriso de Karol Wojtyla é de 1995, no centro da fachada da Basílica de São Pedro. Naquele momento, os peregrinos não contiram as lágrimas.
Na homilia, Bento XVI ressaltou, entre outros aspectos, a espiritualidade de Wojtyla. "Com o seu testemunho de fé, de amor e de coragem apostólica, acompanhado por uma grande sensibilidade humana, este filho exemplar da nação polaca ajudou os cristãos de todo o mundo a não ter medo de se dizerem cristãos, de pertencerem à Igreja, de falarem do Evangelho".
O Santo Padre também lembrou a tristeza do dia em que João Paulo II faleceu. "Já naquele dia, sentíamos pairar o perfume da sua santidade, tendo o povo de Deus manifestado de muitas maneiras a sua veneração por ele. Por isso, quis que a sua Causa de Beatificação pudesse no devido respeito pelas normas da Igreja, prosseguir com discreta celeridade. E o dia esperado chegou! Chegou depressa, porque assim aprouve ao Senhor: João Paulo II é Beato! João Paulo II é Beato pela sua forte e generosa fé apostólica", afirmou.
Numa homenagem pessoal, o Papa Bento XVI usou uma casula e uma mitra que pertenceram a Karol Wojtyla. Além disso, o cálice utilizado durante a missa foi aquele usado por João Paulo II nos últimos anos de seu pontificado.
Uma curiosidade é que o dia também se tornou histórico porque nos últimos mil anos, nenhum Papa havia proclamado seu predecessor como beato. Esta cerimônia de beatificação é considerada a mais vista da história, pelo número de pessoas presentes e acompanhando por meio do trabalho de mais de 2.300 jornalistas e 1.300 canais de televisão, que transmitiram ao vivo cada detalhe.
Irmã Marie Pierre, agraciada com o milagre de João Paulo II, falou emocionada aos peregrinos.  "Minha experiência com João Paulo II é poder estar aqui testemunhando diante de vós".
AUTORIDADES
A cerimônia reuniu representantes de diversos países na Praça de São Pedro. No total 62 delegações compostas por chefes de Estado e de governo, além de famílias reais compareceram. O vice-presidente Michel Temer foi quem representou o Brasil.
Entre os religiosos, estavam o arcebispo de Belo Horizonte (MG), Dom Walmor de Azevedo; o arcebispo emérito de Salvador (BA), cardeal Geraldo Magella; o arcebispo emérito de Belo Horizonte, cardeal Serafim Fernandes de Araújo; o arcebispo de Aparecida (SP), cardeal Raymundo Damasceno e o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer. E da arquidiocese de Belém, o arcebispo Dom Alberto Taveira Corrêa e o emérito Dom Vicente Zico. 
 
Fonte: Fundação Nazaré  
Dom Teodoro
 
Dom Alberto Taveira Corrêa, domalberto@fundacaonazare.com.br
A Arquidiocese de Belém tem a grande alegria de receber, com a ordenação que se realiza neste domingo na cidade da Praia, capital da República de Cabo Verde, o novo Bispo Auxiliar, nomeado pelo Papa Bento XVI. Na quarta-feira, dia vinte e sete de abril, pude agradecer pessoalmente ao Santo Padre pelo dom recebido. Com um sorriso, retribuiu o agradecimento dizendo "era realmente necessário nomear um Bispo Auxiliar para Belém". Impressionou-me perceber que o Papa tem conhecimento das realidades da Igreja e a nossa Arquidiocese, com suas dimensões e desafios, tem seu lugar no coração do sucessor de Pedro.
É que Belém, esta notável metrópole amazônica, na proximidade de seus quatrocentos anos, cresce a cada dia e sempre mais. Somos terra acolhedora e de todas as partes acorrem pessoas com suas demandas humanas e sociais, tendo na raiz a busca de sentido para a existência. Sabemos que a única resposta vem de Jesus Cristo. No domingo, dia primeiro de maio, novamente ressoou pelo mundo a palavra do Beato João Paulo II: "Não tenhais medo de Jesus Cristo. Abri, antes escancarai as portas para Jesus Cristo". Bento XVI sabe quem somos nós e o quanto temos que caminhar para evangelizar esta terra. É nossa missão levar este convite a todos os homens e mulheres de nossa terra, neste decênio em que a Arquidiocese completará trezentos anos.
Por que é necessário um Bispo Auxiliar? O que vai fazer Dom Teodoro em Belém? Quais serão as suas atribuições? No dia vinte e seis de abril tivemos a primeira reunião, realizada em Lisboa, junto com Dom Vicente Zico, Arcebispo Emérito de Belém. As impressões deixadas pelo novo Bispo Auxiliar foram excelentes. Vimos seriedade e serenidade, profundidade espiritual e disposição para o trabalho pastoral.
Nosso propósito é que os três Bispos vivam juntos, na residência episcopal, compartilhando trabalho, preocupações e alegrias, cada um na graça que lhe é própria. Ao nosso querido Dom Vicente Zico cabe a tarefa que sabe desempenhar muito bem, ser como que anjo da guarda da Arquidiocese. Dele recebemos a oração, o exemplo, o testemunho da alegria e uma grande disposição para o trabalho apostólico, edificante e animadora, tantas vezes desproporcional às suas condições de idade e saúde. Dom Teodoro assumirá junto comigo, que sou Arcebispo Metropolitano de Belém, o cuidado pastoral direto do rebanho a mim confiado. A mim foi confiada a solicitude pastoral por este rebanho e ele vem para ajudar-me.
Sua notável preparação intelectual será muito oportuna, possibilitando-lhe o envolvimento na organização da futura Universidade Católica, o cuidado da formação permanente dos presbíteros, diáconos e leigos. A ele caberá, junto com o Arcebispo, programar e realizar as visitas pastorais, além da presença episcopal diuturna nas paróquias, especialmente para as Crismas. Dom Teodoro será um irmão Bispo, acolhido com muita esperança em nossa Igreja.
Neste terceiro domingo da Páscoa, conduzidos pela narrativa da experiência dos Discípulos de Emaús com o Senhor Ressuscitado, acontece a ordenação episcopal de Dom Teodoro. Após a proclamação do Evangelho e a invocação do Espírito Santo, será apresentada a Bula de nomeação episcopal, assinada pelo Papa Bento XVI, com a qual o eleito pode receber o sacramento. Os textos bíblicos orientarão a Homilia da Missa, celebrada no mesmo espaço em que o Beato João Paulo II se encontrou com o povo de Cabo Verde, na visita feita àquele país. Depois o bispo eleito deverá manifestar diante do povo de Deus presente suas disposições pessoais para assumir o ministério a que é chamado. Ali estarão, além dos dois Bispos de Belém, outras vinte pessoas, entre sacerdotes, diáconos, leigos e leigas, representando a Arquidiocese.
Padre Teodoro se prostrará por terra, no gesto mais profundo da oração, ao canto da ladainha dos santos, pedindo a participação da Igreja triunfante naquilo que se realiza na terra. Assim disposto, receberá de minhas mãos e dos outros bispos consagrantes a imposição das mãos, a "matéria" do Sacramento. O livro dos Evangelhos será então posto sobre sua cabeça para que, feito Bispo, sempre se recorde de que acima de sua própria vontade estarão sempre a Palavra e a Vontade de Deus. A oração consecratória, "forma" do Sacramento, será pronunciada solenemente pelo presidente da celebração e a parte central da mesma por todos os Bispos presentes: "Enviai agora sobre este eleito a força que de vós procede, o Espírito soberano, que destes ao vosso amado filho, Jesus Cristo, e Ele transmitiu aos santos apóstolos, que fundaram a Igreja por toda parte como vosso templo, para glória e perene louvor do vosso nome".
O novo Bispo, pela imposição das mãos e a oração é assim incorporado na sucessão dos Apóstolos do Senhor, na linha de fidelidade irrepreensível da Igreja, para que, de geração em geração, a mesma graça dada aos primeiros escolhidos por Jesus se perpetue e realize sua obra na Igreja.
No Sacramento da Ordem, a unção manifesta a conformidade com Cristo: como Ele foi ungido pelo Pai com o Espírito Santo e consagrado Sumo Sacerdote, assim o novo Bispo é ungido com o Óleo do Crisma em sua cabeça, manifestando a unção interior que é invisível. Depois recebe os sinais externos da graça recebida: o anel significa a fidelidade do Bispo para com a Igreja, esposa de Deus, a mitra, o esforço na busca da santidade, o báculo pastoral o encargo de reger a Igreja e, com o abraço dos seus irmãos Bispos, é acolhido no Colégio dos Bispos.
Tendo concelebrado com os Bispos e Sacerdotes a Santa Missa, dali para frente, a Missão! Seu futuro se chama Belém do Pará, com todos os seus desafios pastorais, com seu povo maravilhoso, para encontrar-se com nossas sólidas raízes religiosas e de piedade popular. Seja bem vindo, Dom Teodoro. Venha viver conosco, trabalhar conosco, ser sinal de Deus, transmitir-nos sua Palavra. Venha ver o que acontece em Belém, Casa do Pão! 

domingo, 1 de maio de 2011

RexPA do mês de Maio

No dia de São José operário, houve mais um momento de entrosamento entre os legionários e as pessoas que participam do terço das crianças, estamos falando da "queimada" e do jogo de futebol entre os azulinos e bicolores.  Os embates ocorreram na quadro do Hamilton.

Na "queimada" os representantes do Riacho Doce venceram os jovens da Matriz por 2 a 1.

Enquanto que, no futebol de salão, o Remo venceu por uma diferença de 6 gols.

Destaque do Remo foram as Irmãs: Eliete e  Suzane.

Com mais este jogo as estatísticas ficaram assim:

Vitórias do Remo:   13; 

Vitórias do Paysandú:  6;

Empates:  6.

Salve Maria!