sábado, 16 de julho de 2011

O fim do catolicismo?
 
Padre Zezinho, scj
Predizer e desejar a morte da mãe do outro enquanto ele é convidado a aceitar a nossa mãe como sua é desvio de conduta. O mesmo desvio cometem os que, membros de uma igreja de menos de 1 milhão de fiéis, desejam e anunciam o fim de uma igreja com 1 bilhão e duzentos milhões e convidam os fiéis da Igreja que se deseja morta a virem adorar com eles. Equivale a dizer: somos poucos, mas somos os melhores. Depois de Jesus e da sua proposta de fraternidade não há como aceitar semelhantes arroubos.
Corre, pela Internet, uma "profecia" que anuncia para breve o fim do catolicismo romano. Mais uma agressão a nós que, mesmo acreditando em ecumenismo, de vez em quando somos obrigados a ouvir tais rompantes e ainda ver pregadores a chutar com desprezo as nossas imagens e fiéis a quebrá-las em pleno santuário dedicado à memória da mãe do Cristo.
Dirão que alguns católicos também os ofendem, o que infelizmente é verdade e altamente condenável. Mas nada disso justifica o comportamento desses cristãos irados. Nem dos de cá nem dos de lá. A imensa maioria jamais diria ou faria tal coisa. São cristãos sensatos.
A profetisa que anunciou o fim dos católicos foi entusiasticamente aplaudida pelos fiéis presentes. Andou "bombando" na Internet. Na verdade ela apenas repete o que milhares de pregadores antes dela fizeram por razões ideológicas, religiosas ou políticas. Mas o catolicismo não acabou e os corpos dos tais profetas, se ainda existem, estão em algum túmulo esperando a ressurreição na companhia do filósofo Voltaire, que também propunha que a "infame" fosse esmagada. Ele também queria o fim do catolicismo. O fim dele veio muito antes e parece que nem mesmo existe uma igreja voltairiana. Sua ira não colou!
Católicos de hoje são proibidos de querer o fim das outras igrejas. Encíclicas como a "Ut Unum Sint" de João Paulo II, deixam claro que agressões e ofensas como as do tempo da reforma e da contra ficaram para trás. Os livros daquele tempo vazavam ódio, tudo em nome da verdade mais verdadeira. É triste e é triste ler. Continua triste ver e ouvir algumas pregações que garantem que nossa Igreja será derrotada. Aos católicos não é permitido falar dessa forma. Sei disso porque leciono Pratica e Crítica de Comunicação nas Igrejas. Católico que falasse do jeito daquela pastora no mínimo será chamado às falas pelo seu bispo. Não é por aí que se evangeliza. Alguém diga isso àquela profetisa. Se queria nos ofender, conseguiu! ( Mt 5,22; 7,2) 
Paciência de Deus
 
Dom Alberto Taveira CorrêaARCEBISPO METROPOLITANO DE BELÉM DO PARÁ
A pressa é inimiga da perfeição! A frase é aplicada com frequência, especialmente quando se trata de defender nossas demoras pessoais, quem sabe marcadas pela falta de prontidão e presteza para servir e fazer o bem. Muito mais difícil é entendê-la quando se trata da ação de Deus no mundo. Consideramos muito lentas suas intervenções. Pode até existir gente que gostaria de ver um fogo descendo do céu para assustar as atuais gerações, tão carregadas de maldades, revoltas, desvios de conduta, pecados. Só que ganhar o jogo da história no grito não é próprio de Deus. Ele criou o mundo, mas nos deu o precioso e arriscado dom da liberdade, com o qual haveremos de administrar nossa maravilhosa aventura neste mundo ainda que muitas vezes ela se parece com um brinquedo novo que nós, crianças crescidas, não sabemos usar.
A Sabedoria de Jesus, e Ele mesmo é "sabedoria de Deus" (1 Cor 1, 24), nos conduz a refletir sobre os rumos da história humana, com seus eventuais tropeços. Deus criou tudo para o bem, mas sabe que nem tudo o que cresce, com a pregação do Reino, é trigo limpo (Mt 13, 24-43). Haverá, sim, o dia da justiça, mas, até lá, é dada sempre uma oportunidade a tudo o que cresce ao lado do bem. O mal existe e é real, não nos enganemos e nem queiramos pintar com belas cores o que existe de errado, forjando e forçando as consciências. Ele existe em torno de cada um de nós e dentro de nós. A linha divisória entre o bem e o mal passa dentro de nossos corações. Sabendo da existência do mal, o importante é escapar de seu poder, lutando para manter a verdade e o bem dentro de cada pessoa humana e ao seu redor.
"O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifadores são os anjos. Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: o Filho do Homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; e depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai".
A bondade, como o trigo da parábola contada por Jesus, é destinada a permanecer por toda a eternidade. No tempo que corre, o destino do bem é conviver com o mal sem converter-se no mal. A paciência de Deus é escola para todos os homens e mulheres que professam a fé. Alguns passos podem ser dados, com a luz do Evangelho.
A primeira atitude é olhar para dentro e reconhecer que muitas vezes praticamos o mal e compactuamos com o mal. Nossos pecados não são somente de fraqueza, mas muitas vezes somos até sórdidos ao tramar a maldade. Ao reconhecimento se siga a confiança na misericórdia de Deus. "Perdão é feito pra gente pedir", já cantava um samba de Ataulfo Alves e Mário Lago em 1944. Pecado reconhecido e confessado, pecado absolvido, pecado superado. Vida nova, coragem, vigilância na oração.
Olhar com misericórdia as pessoas que erram, levantar os caídos, oferecer o perdão e reconhecer a chama que ainda fumega naqueles que são frágeis. É o segundo capítulo da aventura do perdão. E se as aproximarmos de Deus será a perfeita alegria, para que experimentem um perdão infinito, muito mais eficaz do que as eventuais ajudas humanas. Deus leva a sério o pecador, pois ele o quer reconciliado e reintegrado em sua amizade.
Se o mundo pode ser melhor em torno a nós, outro passo será a contribuição para restaurar o tecido social. Aqui se joga com o terrível mal da omissão e da indiferença, cuja superação está nas mãos da atual geração. O ambiente de trabalho é desafio para o cristão, que não pode fugir de sua responsabilidade. Os locais mais desafiadores, como as Universidades, os Parlamentos, os Organismos de Classe, as Repartições públicas, precisam de homens e mulheres que se disponham a dar o primeiro passo, mesmo considerado pequeno. Trata-se do mistério do fermento, da semente, do sal e da luz (Cf. Mt 13, 31-33). Imagens fortes do Evangelho, cuja mensagem nos converte em agentes corajosos, prontos a dar o primeiro passo, para que o mundo seja diferente.
Mas certamente deveremos ainda e até o fim dos tempos conviver com o joio presente no mundo. Para aprender da paciência de Deus, vale acolher as palavras do Livro da Sabedoria: "Dominando tua própria força, julgas com clemência e nos governas com grande consideração: pois quando quiseres, está ao teu alcance fazer uso do teu poder. Assim procedendo, ensinaste ao teu povo que o justo deve ser humano; e a teus filhos deste a confortadora esperança de que concedes o perdão aos pecadores" (Sb12, 18-19) . 
 
Fonte: Conversa com meu povo 

sábado, 9 de julho de 2011

Alegria que se mistura à simplicidade em servir o povo de Deus
 
Dom Teodoro Mendes Tavares, bispo auxiliar de Belém, mostra seu lado humano nessa entrevista, que mais parece o relato de um homem nascido para amar a vida. 
Há menos de um mês em Belém, o bispo auxiliar da Arquidiocese, Dom Teodoro Mendes Tavares, já foi delegado pelo Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, para algumas responsabilidades na Igreja em Belém, como a fomentação do projeto de instalação da Universidade Católica da Amazônia, da criação da Pastoral Ribeirinha e da Pastoral Ecumênica.
Em entrevista à Voz de Nazaré, Dom Teodoro se mostra uma pessoa iluminada constantemente pelo Espírito Santo, que é o padroeiro de sua congregação. Com um sorriso farto, alegre e honesto, ele fala de sua "família episcopal", destacando a amizade com Dom Alberto e Dom Vicente Zico, Arcebispo Emérito de Belém. Ao confessar-se devoto de Nossa Senhora, mostra sua coragem de um missionário guiado por Deus.
 Quais os momentos mais marcantes de sua infância e juventude em Cabo Verde?
 Eu nasci em Cabo Verde, na ilha de Santiago. Cabo Verde é um arquipélago formado por dez ilhas. Santiago, maior ilha de Cabo Verde, tem como capital a Cidade da Praia, onde fui ordenado bispo por Dom Alberto Taveira. Mas sou originário de uma aldeia chamada Principal. Nasci em uma família católica. Meus pais eram da Legião de Maria, meu pai também era catequista, eram empenhados na Igreja. Minha infância foi tranquila, no meio de vários irmãos. Sou o oitavo filho. Fomos dez irmãos, mas o mais velho já faleceu.
Tive a graça de nascer no seio dessa família, não que queira engrandecê-la, mas os valores que vivo recebi da família, como fé, educação, honestidade, responsabilidade, formação para a vida. Não somos uma família rica, mas sempre tivemos o necessário para uma vida normal. Os meus pais procuravam sempre trabalhar para ganhar a vida de forma digna. Eu próprio participava dos trabalhos da família. Meus pais tinham terrenos e trabalhávamos na agricultura. Isso me ajudou a valorizar o trabalho, que dignifica, honra e realiza a pessoa.
Ao mesmo tempo em que estudava, dava também essa colaboração. Fiz o estudo primário na minha aldeia, depois fui para a Cidade da Praia estudar no seminário e frequentava as aulas no liceu, a escola secundária.
A ideia de ser padre sempre me cativou. Quando criança, ver o padre paramentado no altar, quando ia à missa com minha família, era muito bonito. No princípio achava que era um sonho distante, que não iria ter essa oportunidade. Mas, graças a Deus, antes de terminar a escola primária surgiu a oportunidade de ir para o seminário. Foi uma grande felicidade. No início tive algumas dificuldades. Meu pai faleceu e eu nunca tinha estado longe de casa. Foi um desafio afetivo muito grande ficar longe de minha mãe, da família. Depois, quando, me adaptei melhor, caminhei sem sobressaltos, sem problemas maiores. Tive alguns desafios, momentos de incerteza e dúvidas, mas na juventude isso é normal para ver o que realmente se quer.
Sempre tive a impressão de que Deus tinha me chamado para ser sacerdote. Depois veio o sonho de ser missionário devido às congregações missionárias em Cabo verde, incluindo a do Espírito Santo. Meu pároco era dessa congregação, um grande pastor, que deixou saudades em meu coração por ter me ajudado muito na caminhada vocacional. Terminei o ensino secundário e fui para Portugal, por volta de 1984, onde conclui meus estudos e fiz a formação para entrar no noviciado.
Um ano marcante por criar raízes em Cristo e consolidar a vocação. Fiz estudos de filosofia em Braga, norte de Portugal. Fui para Lisboa, onde estudei Teologia, em 1992. Entretanto, antes, como religioso, fiz a preparação para os votos perpétuos na Polônia, em 1989, em um mês, um período de transição em que o país enfrentava o desafio da mudança do comunismo para a democracia.
 A partir da escolha pelo carisma espiritano, como o Espírito Santo se faz presente em seu dia a dia?
 Nós sabemos a importância do Espírito Santo na história da salvação, na vida em Jesus Cristo, na Igreja. Na Bíblia, no período da criação, fala-se que o Espírito de Deus pairava sobre as águas. É a ação do Espírito Santo na obra da criação. Espírito que dá a vida, orienta, ilumina, fortalece todos que são ungidos, instruídos, enviados, consagrados. O Espírito Santo é a alma da Igreja, o protagonista da missão. O mesmo Espírito Santo que desceu sobre Jesus no Batismo e o conduziu certo para a missão, vai à sinagoga de Nazaré. Belo é aquele trecho do profeta Isaías, que diz que "o Espírito Santo está sobre mim, o Senhor me ungiu, me consagrou e me enviou para ensinar a Boa Nova aos povos". É o mesmo Espírito que também Jesus transmitiu aos seus discípulos depois da ressurreição e que desceu sobre eles. Espírito Paráclito, consolador, que substitui Jesus Cristo na sua partida, digamos assim, para o Pai. Espírito Santo que conduziu os apóstolos. Vemos isso muito forte em Pentecostes, quando ele veio sobre Nossa Senhora e os apóstolos no Cenáculo. O medo se perdeu e se começou a anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo, testemunhas da ressurreição. Mesmo Espírito que recebemos em nosso Batismo, em nossa Confirmação.
Como bispo, fui ungido da mesma maneira e, através dessa unção, recebi a graça para continuar a missão apostólica que vem de Jesus. Que continuemos a ser impulsionados e guiados pelo mesmo Espírito Santo, da verdade, do amor, que nos dá tudo que se precisa para realizar a missão.
A minha congregação, fundada em 1703, em Paris, França, pelo padre Cláudio Poullart des Places, foi unida a outra sociedade, em 1848, formada por Francisco Libermann. Ambos tinham como devoção, pólos da espiritualidade, o Espírito Santo e Nossa Senhora. A congregação então tem duas festas. O Espírito Santo inspira nossa missão e Nossa Senhora é o modelo de todo discípulo missionário porque se deixou conduzir pelo Espírito de Deus para a vontade do Senhor, com docilidade à ação do Espírito Santo. Identifico-me muito com esta espiritualidade e peço a graça de que o Espírito Santo me conduza à missão e Nossa Senhora interceda por mim, coloco sempre estas intenções em minhas orações diárias.

  Por falar nisso, o senhor está em uma Arquidiocese mariana, em que a mais bela homenagem à Virgem Maria é justamente o Círio de Nazaré. Como o senhor imagina esta devoção dos paraenses?

 Compreendo que se trata de uma grande festa, o povo vibra com ela e isso é bonito. Envolve-me pela minha função como bispo, mas comungo também deste sentimento de devoção, de veneração à Virgem Maria Santíssima, Nossa Senhora de Nazaré, por aquilo que ela foi, é e significa para nós por ser a Mãe de Jesus Cristo, nosso Salvador, sendo fiel ao seguimento de Jesus até o fim. Aquela que nos acompanha e intercede por nós, que se faz próxima da nossa caminhada, aquela que nos deu o maior presente: Jesus Cristo. Por ser ele nosso Salvador, a mãe de Jesus é para nós uma figura de um valor tão grande que não há nem palavras para expressar nossa gratidão a ela. Só podemos agradecer a Deus. A minha alma engrandece ao Senhor porque realizou em Maria grandes maravilhas. Também acredito que ela intercede por mim nesta caminhada que trilho e que ela já chegou, estando glorificada nos céus.
Além de festejarmos como Igreja esta devoção tão grande à padroeira da Amazônia,  a festa é um momento de transcendência, além da própria Igreja. Por aquilo que ouvi falar, se começa a perceber que há muitas iniciativas a serem tomadas para preparar bem o Círio, a própria sociedade também se envolve. É uma devoção tão grande que acaba por catapultar toda a vida daqui de Belém. Dá uma projeção à nossa cidade também. O mundo inteiro hoje, devido à quantidade dos meios de comunicação, tem acesso a informações sobre o Círio e muitos querem participar, do Brasil e de fora do país. É uma graça para nós e para a Igreja, que edifica a todos. Vai ser um tempo de intensa vivência de fé e devoção a Nossa Senhora e também de agradecimento a Deus por tantas graças que concede por Nossa Senhora. Um tempo de rezar, evangelizar, renovar espiritualmente. Que se procure ser e fazer esta celebração a Maria de forma correta, sem desvios e excessos que possam criar equívocos à correta devoção e veneração dos santos, em particular a Nossa Senhora que foi coroada como Rainha dos santos. Depois de Jesus, Maria é a criatura mais excelsa.
Vai ser um momento que aguardo com muita expectativa. É muito gratificante poder estar com o povo de Deus, celebrar e testemunhar nossa fé, nosso carinho e devoção a Nossa Senhora de forma pública.
 Dom Teodoro, qual é o seu santo de devoção?
 Bom, estamos falando de Nossa Senhora e ela significa minha grande estrela, Nossa Senhora de Nazaré. A Mãe de Jesus é um modelo irrepreensível, perfeito de todos aqueles que são chamados e procuram seguir a Deus com fidelidade, amor, como ela fez. 
 O senhor tem momentos de lazer? O que o senhor faz quando tem a oportunidade de ter momentos livres?
 Gostaria de ter e espero ter (risos). Gosto de esportes e pretendo fazer atividades esportivas. Jogo futebol, por exemplo. Gosto também de música e de conversar com as pessoas em um momento agradável de convivência. Também há momentos que a própria vida nos proporciona instantes de lazer e aproveito isso.
 Nesses primeiros dias em Belém, como está sendo construída a amizade com Dom Alberto Taveira Corrêa e Dom Vicente Zico, a partir da convivência na residência episcopal e pelos trabalhos arquidiocesanos?
 Muito boa. Posso dizer com muita alegria e gratidão que, desde que fui nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de Belém, senti muito de perto a presença de Dom Alberto Taveira, que me acolheu muito bem na Arquidiocese. Antes de vir a Belém, encontrei com Dom Alberto e Dom Vicente em Lisboa e pudemos partilhar um pouco da nossa vida e daquilo que se projetava para o trabalho, de maneira geral. Depois, em minha chegada, minha recepção não poderia ser mais calorosa, bonita e fraterna da parte deles ao me recepcionarem no aeroporto, junto com alguns sacerdotes da Arquidiocese e o povo, demonstrando claramente carinho e amizade. Fiquei muito surpreso. Além disso, quando cheguei em casa estava tudo preparado. Estamos formando realmente uma família episcopal. Em casa, celebramos sempre que possível juntos e fazemos refeições em conjunto. Procuramos conservar momentos juntos, seja de oração ou uma conversa mais descontraída. Com Dom Alberto já me reuni para conversar sobre a vida da Arquidiocese, da nossa Igreja, da caminhada, aquilo que vai ser nossa agenda pastoral, as responsabilidades que me competem como bispo auxiliar. Pretendo colaborar com ele.
Dom Vicente, para mim, é um santo, figura emblemática desta Igreja. O povo sabe melhor do que eu o que ele significa pelas suas ações. Um homem respeitável, venerado e um exemplo a seguir. Dom Alberto vejo como uma pessoa educada, respeitada, bom pastor, amigo presente e atento a ajudar neste processo de inserção inicial. Nosso convívio tem sido muito agradável e estou feliz de estar com eles. Espero que Deus continue nos abençoando para que continuemos esta fraternidade episcopal, essa amizade e convivência saudável. Poderá servir também de inspiração, talvez exemplo, para fomentar a fraternidade prebisteral através de três bispos morando juntos e partilhando nossas vidas.
 O senhor disse que se reuniu com Dom Alberto Taveira. Ele já delegou algumas funções para este mês de julho?
 Minha agenda está quase cheia, não a minha propriamente, mas a da Arquidiocese, que faço questão que seja a mesma no sentido de estar disponível a servir. Tem algumas coisas que Dom Alberto já tinha agendado para nosso trabalho. Fiquei de acompanhar o dossiê da futura Universidade Católica da Amazônia, em Belém. Já agendamos uma caminhada para que se possa inicialmente partilhar o percurso feito até agora e o que podemos fazer a partir daqui. Já estive visitando o lugar onde será construída, no Centro de Cultura e Formação Cristã, e conversei com o padre Fabrizio Meroni sobre o projeto. Além disse, fiquei de acompanhar a Pastoral Ribeirinha. Aguardo ansioso o momento de visitar as comunidades, ilhas, cidades ribeirinhas. Depois fiquei de ajudar a Pastoral Ecumênica na Arquidiocese e no Regional Norte 2, a pedido dos bispos. Além de outras responsabilidades que a gente partilha em conjunto.
Tenho visitado algumas paróquias e irei, naturalmente, a outras que ainda não visitei, assim como a comunidades religiosas. Aqui na Cúria Metropolitana de Belém tenho atendido muita gente. É gratificante que as pessoas procurem o bispo. Todas as pessoas são atendidas sem distinção e faço isso com muito gosto. Em outubro, por exemplo, já temos várias programações do Círio. Em agosto, mês vocacional, temos muitas atividades também. E com certeza surgirão outras.  
 
Fonte: Fundação Nazaré 
O Pai trabalha sempre
 
Dom Alberto Taveira CorrêaARCEBISPO METROPLITANO DE BELÉM DO PARÁ
A sucessão contínua das estações demonstra a sabedoria com que Deus pensou todas as coisas. A variedade de flores e frutos amazônicos o testemunha magnificamente quando percorremos nossos mercados e feiras e encontramos a profusão de remédios naturais, com que gerações se trataram e enfrentaram suas dificuldades de saúde. De nossas plantas se extraem essências usadas em perfumes, nossas florestas atraem pesquisadores de todas as partes do mundo e ainda não descobrimos uma mínima parte daquilo que podem oferecer! Que dizer então de peixes e crustáceos ou dos animais de nossa fauna tão rica que se multiplicam por toda parte! Dentre tantos frutos amazônicos, Deus foi generoso ao criar o açaí! A riqueza de combinações com que é utilizado faz pensar no Pai que não abandonou as gerações que nos precederam, tendo nele um dos alimentos mais ricos!
Ganhamos de presente paisagens maravilhosas, mar e rios, praias deslumbrantes, espaço para o descanso e o lazer! Mais ainda, temos um povo que cruzou mares e rios, percorreu florestas, abriu estradas constituiu famílias e legou às atuais gerações uma cultura da qual somos devedores de santo orgulho e perene gratidão. Temos força para trabalhar e motivos para tomar posse da herança de filhos, deixada pelo Pai do Céu que, no sexto dia da criação, viu que tudo era muito bom! Vale a pena sugerir que este mês de julho, com calor, férias, praias e encontros de pessoas e famílias seja aproveitado com este olhar.
Esta é a compreensão que a fé nos oferece a respeito da vida! Sabemos que há inteligência e paternidade, ternura e carinho por trás de tudo. Podemos repetir confiantes, como o salmista: "Meu auxílio vem do Senhor, que fez o céu e a terra. Não deixará teu pé vacilar, aquele que te guarda não dorme. Não dorme, nem cochila o vigia de Israel. O Senhor é o teu guarda, o Senhor é como sombra que te cobre, e está à tua direita. De dia o sol não te fará mal nem a lua de noite. O Senhor te preservará de todo mal, preservará tua vida. O Senhor vai te proteger quando sais e quando entras, desde agora e para sempre" (S1 120, 2-18). O mundo e os seres humanos não são obra do acaso! O Pai trabalha sempre!
Entretanto, o mistério do mal se faz presente, fazendo com que o olhar extasiado se turve! No grande painel, obra de artista que a fé nos faz contemplar, parece existir defeitos! Muitos podem até dizer que a chuva de Belém não é mais pontual! O antes ou o depois da chuva já não podem ser referência! Algumas pessoas, olhando para as mazelas sociais que nos cercam, ou a violência que ameaça, ficam saudosas do "seu tempo", como se os dias que correm não lhes pertencesse. E o passado é que é bonito. Para outros, se Deus existe, deve estar dormindo ou cansado de cuidar do mundo.
Ao invés disso, o cristão tem consciência da misteriosa presença do mal, mas não esmorece. Reconhece suas faltas pessoais, revê corajosamente suas atitudes diante da natureza e seu relacionamento com as pessoas e projeta o otimismo da fé em tudo o que faz. Sabe que a vida é obra de amor eterno de Deus e se empenha em descobrir os rastros de seus passos de Pai, com os quais deixou na própria natureza os sinais para a vida e a felicidade. Quem assim entende a vida pode ter uma relação pacífica com os acontecimentos que o cercam!
A obra do Pai chegou à plenitude quando enviou seu Filho amado. Nele todas as coisas foram feitas. Em sua morte e ressurreição se encontra a chave para abrir o livro da vida! O Reino que anuncia se parece com o trabalho incansável do Pai semeador, que nunca deixa de espalhar a boa semente (Cf. Mt 13, 1-23)! Sua presença não deixa indiferentes as pessoas, seja qual for sua situação. Nele tudo encontra sentido e rumo.
Como a história da salvação se faz com o mistério da liberdade, cabe-nos responder à iniciativa de Deus. Acolher o bem que Ele mesmo nos oferece, de nossa parte espalhar o bem, ter a paciência do agricultor que espera a safra, saber "negociar", oferecendo e recebendo gestos de delicadeza e amor com os outros. A semeadura de Deus e o generoso trabalho humano produzirão frutos "cem por um". 
 
Fonte: Conversa com meu povo         

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Razões da Esperança
 
Dom Alberto Taveira Corrêadomalberto@fundacaonazare.com.br
O mundo em que vivemos, muitas vezes chamado de aldeia global, pela diversidade de culturas que convivem com a proximidade oferecida pelos meios de comunicação, traz consigo o desafio da tolerância nas relações humanas e ao mesmo tempo a possibilidade das pessoas se manifestarem legitimamente, a fim de que os que lhes é próprio se transforme em dom a ser compartilhado.
Constata-se que o cristianismo é hoje alvo de repetidas investidas, com as quais é questionado em seus princípios e orientações morais. Num tempo em que as espécies animais, as árvores e as águas são valorizadas como nunca - e com razão! - ser a favor da vida desde a concepção até a morte natural é considerado conservadorismo! As chamadas questões de gênero encontram artilharia pronta para mirar a Igreja e os cristãos, a ponto de os conceitos oriundos da Sagrada Escritura não poderem ser oferecidos para a formação das consciências. É possível que o relato da criação que afirma ter Deus criado homem e mulher seja censurado por aí! Um rolo compressor pretende calar a voz da pregação corajosa do Evangelho, quando personalidades de Igreja se levantam para denunciar o tráfico de pessoas e de drogas. Em nossa região, chega-se ao ponto de personalidades eclesiásticas necessitarem de esquemas especiais de segurança para exercerem o direito de ir e vir.
Como ser cristão num ambiente paganizado? O primeiro passo é a certeza nascida da escolha de Deus, no seguimento de Jesus Cristo, não se envergonhando dele nem de seu Evangelho. A coerência com as opções feitas conduz ao respeito nas relações interpessoais. Já ouvi de algumas pessoas a manifestação de apreço aos cristãos que, mesmo debaixo de saraivadas de acusações, se mantêm firmes. Depois, a verdade vem a ser oferecida e não imposta, acreditando na voz da consciência, muitas vezes abafada, mas sempre presente, através da qual o Espírito Santo suscita em todas as pessoas a busca do bem. Em algum momento as pessoas se sentirão provocadas pela força da retidão! Além disso, respeitar as opções dos outros não significa obrigatoriamente secundá-las. Ninguém pode obrigar-nos a assinar um manifesto a favor do erro patente, cujos frutos se fazem imediatamente notar!
E por falar em frutos, não é difícil notar a quantidade de crianças, adolescentes e jovens sem referências familiares sólidas, como resultado de algumas gerações até estimuladas ao divórcio. Vale continuar, de nossa parte, a fazer propaganda da família estável, dos filhos considerados dom de Deus, do relacionamento entre homem e mulher vivido segundo a lei de Deus. Retrógados? Tradicionais? Antes, corajosos, sem medo de pôr à disposição nosso modo de viver e entender a existência humana.
Mas as incompreensões são inevitáveis. Com o Apóstolo São Pedro, podemos tomar posição: "Quem é que vos fará mal, se vos esforçais por fazer o bem? Mais que isso, se tiverdes que sofrer por causa da justiça, felizes de vós! Não tenhais medo de suas intimidações, nem vos deixeis perturbar. Antes, declarai santo, em vossos corações, o Senhor Jesus Cristo e estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que a pedir. Fazei-o, porém, com mansidão e respeito e com boa consciência. Então, se em alguma coisa fordes difamados, ficarão com vergonha aqueles que ultrajam o vosso bom procedimento em Cristo. Pois será melhor sofrer praticando o bem, se tal for a vontade de Deus, do que praticando o mal. De fato, também Cristo morreu, uma vez por todas, por causa dos pecados, o justo pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus. Sofreu a morte, na existência humana, mas recebeu nova vida no Espírito (1 Pd 3, 15-18)."
Para dar razões da esperança que em nós existe, não fugir da convivência com o que é diferente. Antes, com a necessária formação, aprender a dialogar, escutando as motivações das outras pessoas. O respeito mútuo fará vir à tona os verdadeiros valores. Aos cristãos caberá estar atentos ao que existe de mais humano, o mistério mais profundo da consciência.
Pode também acontecer que a brecha aberta pelo próprio Deus nos corações seja o mistério da dor. Por ela só pode passar o amor gratuito, livre, que ilumina todos os espaços. Muitas pessoas, aguerridas em suas batalhas verbais, escondem angústias terríveis, para as quais não há resposta senão no mistério de Cristo morto e ressuscitado, o Senhor em quem acreditamos. Ele é o melhor e definitivo presente que podemos oferecer a todos. O Espírito da verdade, prometido por Jesus, nos dê, também na atual geração, a necessária lucidez para o testemunho corajoso do Evangelho.
 
Fonte: Conversa com meu povo  
Guamá sob os alicerces da Igreja
 
Guamá sob os alicerces da Igreja
A paróquia de São Pedro e São Paulo é o sustentáculo da fé e da espiritualidade de milhares de fiéis há mais de 60 anos em Belém.
A paróquia São Pedro e São Paulo, no bairro do Guamá, tem uma história que começa em 1948. História que se confunde com os próprios relatos dos moradores do bairro. A vida de Osmarina Braia, de 78 anos, foi marcada por momentos cristãos, como quando se casou aos 21 anos, ou quando seus filhos foram batizados e crismados na paróquia. "Aqui eu encontro apoio espiritual, conheço pessoas e vivo a verdadeira fé", comenta a paroquiana.
Já Gratuliano Gomes Neto, 78, faz parte da comunidade desde que a paróquia nem existia, em 1944. "A paróquia representa minha primeira casa, colhi muitos frutos aqui, e fizemos muita caridade, e a gente continua fazendo isso", diz. Assim como ele, Doralice Barbosa, 78, viu a paróquia ser construída, hoje em dia faz parte da Pastoral da Saúde. "Para mim, a Igreja é o sustentáculo da minha vida, é tudo para mim. Não tenho nem palavras para expressar o que ela representa", refletiu.
Paroquianos que fizeram parte da história e os que constroem um novo tempo. Núbia Figueiredo, 23, que participa da comunidade de Nossa Senhora de Guadalupe, e é membro da Missão Eucarística de Guadalupe. Ela promove a catequese familiar há 5 anos. "O grande marco foi acompanhamento do pároco, todo sábado visitamos casas, visitamos os idosos, e agora a missão está mais intensa. É muito bom participar disso", diz a estudante.
A paróquia tem hoje em torno de 32 grupos entre serviços, pastorais e movimentos e conta com as comunidades de Nossa Senhora das Graças, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora de Guadalupe, Beato João XXIII, São José, Jesus de Nazaré e Filhos Amados.
Uma realidade que é nova para o atual pároco, padre Adalberto Brandão. Ele tomou posse há 5 meses junto com o vigário, padre Antonio de Pádua. "Eu venho de uma realidade micro, mas tenho ótimas impressões da paróquia, quero continuar o trabalho do padre Ederaldo da Mata, mas com a cabeça aberta para fazer o que a paróquia necessita. Foi uma surpresa o Arcebispo ter me oferecido essa paróquia. Temos que manter a união, mesmo sendo difícil em uma paróquia tão grande. Aqui existem pessoas ricas em amor pela Igreja" diz o padre. Ele também convida a todos para participar da festividade que começa na sexta-feira, dia 24, com o tema "Por causa da tua palavra, lançaremos as redes" (Lucas 5,5).
 
Fonte: ARQUIDIOCESE      
Vida consagrada e de penitência
 
O padre responde     
Monsenhor Raimundo Possidônio

Vida consagrada e de penitência
"Sou viúva, tenho 53 anos, três filhos já adultos e independentes. Tenho uma enorme vontade de servir a Deus com a minha vida. Eu poderia entrar para um convento e viver como freira?" (Cecília Batista Gama, Marambaia, Belém)
Prezada Cecília, no documento do Papa João Paulo II Vita Consecrata (Vida Consagrada), exortação apostólica pós-sinodal de 1996, número 7, há um trecho que trata da sua questão: "Hoje voltou a ser praticada também a consagração tanto das viúvas, conhecida desde os tempos apostólicos (cf. 1Tm 5,5 1Tm 5,9-10 1Co 7,8), como dos viúvos. Estas pessoas, mediante o voto de castidade perpétua como sinal do Reino de Deus, consagram a sua condição para se dedicarem à oração e ao serviço da Igreja". Isso significa que é possível você realizar esse seu desejo como religiosa em algum Instituto ou Congregação que acolham viúvas ou leigas virgens que desejam essa especial consagração.
"Este ano, por motivo de trabalho, eu não pude receber as cinzas sobre a cabeça na abertura da Quaresma. Por isso, eu sinto um peso na consciência e no coração. De certa forma, eu deixei de ser abençoado por Deus?" (Teófilo Tocantins, Castanhal, Pará)
Teófilo, o gesto de imposição das cinzas no início da Quaresma é um rito muito importante para nos fazer entender nossas fraquezas e fragilidades humanas diante de Deus: precisamos de conversão constante. Porém, não é um sinal sacramental, logo não se torna obrigatório recebê-lo e quem não o recebeu não comete pecado grave. Não fique preocupado, o importante é sua participação e seu envolvimento na vida da Igreja e seu testemunho de fé na comunidade. Deus continuará abençoando você e toda sua missão. Porém é bom ter claro o que significa a Quaresma: durante  esse período somos chamados a viver intensamente o processo de conversão: somos pó (pecado) e precisamos de mudança indo ao encontro da misericórdia divina que redime e salva através de seu Filho e também da Igreja. Jesus deixou à sua Igreja um instrumento de salvação e vida nova que é o sacramento da Penitência: esse sim não pode faltar na nossa vida. Todos os dias temos necessidade de perdão (o justo peca 7 vezes!). Somente pelo sacramento da Penitência, com uma boa confissão, é que poderemos ter a alegria de acolher o mistério da redenção em nossa vida.
 
Fonte: O padre responde        
Campanha evita corte da corda
 
Campanha evita corte da corda
A Diretoria do Círio 2011, em parceria com a Arquidiocese de Belém e órgãos de segurança do Estado, vai lançar em agosto uma campanha publicitária contra o corte da corda do Círio pelos promesseiros. A preocupação dos diretores da festa e do Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, se dá pelos possíveis acidentes que o porte de armas brancas, como facas, canivetes e estiletes, possa gerar durante a procissão. Através dos meios de comunicação, a campanha vai enfocar a conscientização dos promesseiros em fazer com que a berlinda chegue atrelada à corda até o Colégio Santa Catarina, na avenida Nazaré.
No local, o Arcebispo vai abençoar a corda antes de ela ser cortada pela própria Guarda de Nazaré. A Polícia Militar ficará responsável pela segurança na caminhada e no corte da corda. No ano passado, a corda foi baixada e cortada pelos promesseiros antes dos guardas chegarem até ela. Segundo o Dieese Pará, mais de sete mil pessoas acompanham a procissão segurando a corda no dia da Trasladação e do Círio.
 
Fonte: FUNDAÇÃO NAZARÉ               
Mais jovens para a Igreja
 
Festividade de Santa Maria Goretti, no Guamá,  tem por objetivo cativar a juventude do bairro
Uma festividade organizada por um grupo de cinco jovens, que têm como meta a evangelização de outros jovens. Jovens que evangelizam jovens. Esta é a festividade da paróquia de Santa Maria Goretti, no bairro do Guamá, que acontecerá de 3 a 10 de julho. Há três anos, os festejos priorizam os trabalhos com a juventude.
O pároco, padre Carlos Augusto Azevedo, explica que o tema "Maria Goretti, santa jovem para tornar jovens santos", destaca a importância de mostrar o caminho da salvação à juventude a exemplo de uma santa que morreu defendendo a pureza do corpo e da alma. "O nosso principal objetivo é envolver a juventude da paróquia na evangelização e despertar lideres juvenis", disse.
A procissão será dia 10, após a Santa Missa, às 18h. Nos demais dias, haverá celebração eucarística às 19h, e aos domingos às 18h. A cada dia será convidado um padre que desempenhou trabalhos pastorais na paróquia para presidir as celebrações. No dia 5, o Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, presidirá a Missa. De 7 a 9, haverá arraial após a celebração eucarística e nos demais dias será realizado o arraial com programações culturais.
 
Fonte: FUNDAÇÃO NAZARÉ   
Dez novos padres para Belém
 
No dia 6 de julho, quarta-feira, dez diáconos, sete diocesanos e três dacomunidade Sementes do Verbo, se tornarão os novos presbíteros da Igreja em Belém. Às 19 horas, a Catedral Metropolitana de Belém sediará as ordenações sacerdotais. Uma data propícia para render graças a Deus pelas vocações sacerdotais. Primeiro, pelo envio de novos operários à messe.
Depois, pelo 20º aniversário de ordenação episcopal de Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano de Belém.
O sacramento da Ordem é uma consagração total a Jesus Cristo, que capacita a guiar o povo de Deus rumo à salvação. Os padres, com seu sim a Deus, veem a ser essenciais para a Igreja por serem responsáveis por conduzir a humanidade conforme os desígnios do Pai, através do nome e da pessoa de Cristo. "Tu és sacerdote para sempre segundo a ordem do rei Melquisedec" (Hb 5, 6).
No dia em que se faz memória de Santa Maria Goretti, os novos sacerdotes serão convidados a viver o amor profundo ao Pai, baseados na pureza, no comprometimento com os mandamentos de Deus e doando-se às necessidades espirituais do próximo. Em seu artigo semanal (abaixo), Dom Alberto comenta a importância das vocações em nossa Igreja.
 
Fonte: FUNDAÇÃO NAZARÉ  
Chamados, enviados e consagrados
 
Conversa com meu povoDom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
Chamados, enviados e consagrados
"Depois veio até mim um dos sete anjos das sete taças cheias com as últimas pragas. Ele falou comigo e disse: "Vem! Vou mostrar-te a noiva, a esposa do Cordeiro"... Mostrou-me a cidade santa, Jerusalém, descendo do céu, de junto de Deus, brilhando com a glória de Deus... Estava cercada por uma muralha grande e alta, com doze portas. Sobre as portas estavam doze anjos, e nas portas estavam escritos os nomes das doze tribos de Israel. Havia três portas do lado do oriente, três portas do lado norte, três portas do lado sul e três portas do lado do ocidente. A muralha da cidade tinha doze alicerces, e sobre eles estavam escritos os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro" (Ap 21, 9-14). A Igreja de Cristo, edificada sobre o fundamento dos Apóstolos subsiste e se realiza no mundo, à espera da vinda do Senhor.
A tarefa confiada aos Apóstolos Pedro e Paulo e aos outros que com eles foram chamados se estende nos séculos afora, para que a boa nova do Evangelho chegue aos homens e mulheres de todas as raças e línguas. Nos dias que correm, são oferecidas como sinais da ação de Deus pessoas que já alcançaram a meta e outras ainda peregrinas nesta terra.
São Pedro e São Paulo, colunas da verdade, foram chamados por Deus e serviram por diferentes meios ao mesmo Senhor. Por Ele foram consagrados com a unção do Espírito. É a certeza manifestada por Paulo: "Ele, que tinha preparado Pedro para o apostolado entre os judeus, preparou também a mim para o apostolado entre os pagãos. Reconhecendo a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e João, considerados as colunas da igreja, deram-nos a mão, a mim e a Barnabé, como sinal de nossa comunhão recíproca. Ele me separou desde o ventre materno e me chamou por sua graça, agradou revelar-me o seu Filho, para que eu o anunciasse aos pagãos" (Cf. Gl 2, 8-9. 1,15-16). Chamado, consagração e envio, ato livre da vontade de Deus, que quer marcar com o selo do Espírito Santo. Rocha firme em Pedro e Missão em Paulo, é a mesma Igreja de Cristo!
No dia vinte e nove de junho o Papa Bento XVI completou sessenta anos de ordenação sacerdotal. A Igreja inteira louva a Deus pelo dom de sua vocação e o testemunho da unção que lhe foi conferida, multiplicando-se, graça sobre graça, até chegar ao sólio de Pedro, como seu legítimo sucessor em nosso tempo. Damos graças a Deus pelo seu ministério! Chamado, consagrado e enviado por Deus!
Em nossa terra, realiza-se também o mesmo mistério da graça de Deus que chama, consagra e envia. Na primeira semana do mês de julho serão ordenados dez novos sacerdotes no dia seis, em solene concelebração na Sé Catedral. Cada um deles com sua história vocacional marcada pela gratuidade do amor de Deus.
Com São Gregório Nazianzeno, ainda jovem sacerdote, tomava consciência do ministério recebido: "Temos de começar por nos purificar, antes de purificarmos os outros: temos de ser instruídos, para podermos instruir: temos de nos tornar luz para iluminar, de nos aproximar de Deus para podermos aproximar dele os outros, ser santificados para santificar, conduzir pela mão e aconselhar com inteligência". "Eu sei de quem somos ministros, a que nível nos encontramos e para onde nos dirigimos. Conheço as alturas de Deus e a fraqueza do homem, mas também a sua força". Quem é, pois, o sacerdote? Ele é "o defensor da verdade, eleva-se com os anjos, glorifica com os arcanjos, faz subir ao altar do Alto as vítimas dos sacrifícios, participa no sacerdócio de Cristo, remodela a criatura, restaura nela a imagem de Deus, recria-a para o mundo do Alto e, para dizer o que há de mais sublime, é divinizado e diviniza" (Catecismo da Igreja Católica, número 1589). Nossos novos padres não sejam menos do que isso, chamados, consagrados e enviados!
Nos dias seguintes, outras ordenações: dois Diáconos permanentes, um na Paróquia da Trindade e outro na Basílica de Nazaré. No domingo que se segue, terei ainda a alegria de ordenar mais três diáconos destinados ao Sacerdócio, pertencentes à Comunidade Obra de Maria, na cidade de Recife.
Para a glória de Deus, devo também dar graças por ter sido ordenado Bispo no dia seis de julho, há exatos vinte anos! Sei que "entre os vários ministérios, que na Igreja se exercem desde os primeiros tempos, o principal é o daqueles que, constituídos no episcopado através de uma sucessão que remonta às origens, são os transmissores da semente apostólica" (LG 20).
Confio-me às orações do povo de Deus, para que chamado e consagrado por Deus, tenha sempre a força para exercer o serviço que aqui me foi confiado, transmitindo tal semente apostólica com ardor e entusiasmo.
 
Fonte: Conversa com meu povo