“E enche-me até que em mim se ache só a Ti”. O verso é da música “Sonda-me, Usa-me” da cantora Aline Barros define bem o principal objetivo de uma das formas de penitência neste tempo de Quaresma: o jejum, que permite que o cristão se encha do amor de Deus. O tempo da Quaresma, de convite a penitência e a conversão, é um chamado especial para que o jejum seja vivido por todos os católicos.
Segundo o padre Ederaldo da Mata, da Paróquia de São Pedro e São Paulo, o jejum é a mortificação do corpo como sacrifício em preparação para a Páscoa. “O jejum leva em consideração a síntese do sacrifício dos 40 anos que o povo caminhou no deserto no Antigo Testamento e os 40 dias que Jesus passou no deserto”. Padre Ederaldo ressalta ainda uma diferença importante. “Jejum é penitência, sacrifício. Abstinência é não comer carne vermelha, não está diretamente ligada ao sacrifício”, explica.
“Jejum é desapego. Não é necessariamente de comida. Pode ser o jejum da “língua”, não falar mal da vida alheia, pode ser das novelas. É fazer um sacrifício. Quem já come pouco ou está de dieta que sacrifício vai fazer se jejuar de comida? Jejum é ser livre diante do mundo material”, completa padre Ederaldo.
A prática do jejum permite que o cristão adquira domínio sobre os seus instintos e representa também a tentativa humana de desapegar-se do consumo e das coisas materiais. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, esta prática não deve acontecer de forma isolada, e sim, estar acompanhada da esmola e da oração. Juntos os três constituem os atos da religião que devem ser entregues ao “Pai que vê em segredo”, que contrasta com o desejo de “ser visto pelos homens”.
“Quando vocês jejuarem, não fiquem de rosto triste, como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto para que os homens vejam que estão jejuando. Eu garanto a vocês: eles já receberam a recompensa. Quando você jejuar, perfume a cabeça e lave o rosto, para que os homens não vejam que você está jejuando, mas somente seu Pai, que vê escondido, recompensará você” (MT 6, 16-18). O evangelista Mateus nos mostra que Jesus ensina como deve ser o verdadeiro jejum. Ele, assim como a esmola e a oração, só é válido quando acontece de forma sincera no coração de cada um.
“Jejum é alimentar o espírito e enfraquecer a carne”. Assim Gerson Pojo, da comunidade católica Kerygma resume esta prática. A Comunidade tem como um dos pontos de seu compromisso a realização do jejum todas as sextas-feiras do ano. “É uma forma de me penitenciar, de me unir ao sacrifício de Jesus. Ao mesmo tempo eu peço graças para enfrentar as minhas fraquezas. É um dia dedicado a oração”, explica Gerson.
Gerson lembra ainda que ao contrário do que muitos fiéis pensam jejum não é passar fome. “Não é um desejo de sofrer, é um ato de purificação pessoal Àquele que sofreu tudo por mim. É por amor e não por dor. Muita gente não gosta de fazer jejum porque diz que é dispensável para a alma, mas eu não conheço um santo que não tenha feito jejum, você conhece? Questiona.
E Gerson está certo. O jejum é uma das práticas que primordiais na busca pela santidade. Como bem definiu Santo Agostinho. “O vazio precisa ficar cheio. Você conseguirá se encher de bens se esvaziar do mal. Suponha que Deus queira enchê-lo de mel. Se você estiver cheio de vinagre, onde ficará o mel? É preciso jogar fora o conteúdo do jarro e limpá-lo, ainda que com esforço, esfregando-o, para que possa servir a outro fim(...)Dilatemo-nos para Ele, e Ele, quando vier, encher-nos-á. Seremos semelhantes a Ele, porque O veremos como Ele é”.
CARNE
Durante o tempo da quaresma a Igreja recomenda o jejum durante todas as sextas-feiras. Já na semana santa o jejum deve ser realizado na quarta e na sexta-feira. Nestes dias a Igreja aconselha a abstinência de carne vermelha. O consumo de peixe, frango e outras carnes “brancas” é permitido.
A origem desta recomendação vem da Idade Média, segundo a Irmã Maria Inês Carniato, da editora Paulinas, “na época, o povo vivia em terras alheias e a carne vermelha era consumida só em banquetes, nas cortes e nas residências dos nobres. Ela tornou-se, então, símbolo da gula, associado ao pecado”. No entanto, a recomendação de não consumir carne vermelha nestas datas também está relacionada ao fato de que, este tipo de carne, remeteria a carne do próprio Cristo, que Ele entregou em sacrifício por cada um de nós.
Neste tempo que a Igreja chama o povo à conversão o importante é que, como lembra padre Ederaldo, os fiéis possam guardar e seguir a Palavra de Deus por meio do profeta Isaías. “O jejum que prefiro é este: acabar com as prisões injustas, libertar os oprimidos, romper com a escravidão, repartir o pão com o faminto, acolher os pobres e peregrinos, vestir os nus e não se fechar à própria gente. Se assim você fizer, a sua luz brilhará como a aurora, suas feridas sararão rapidamente, e quando você invocar o Senhor, ele o atenderá; você pedirá socorro e ele dirá: Eis-me aqui”. (Is 58, 6-9).
Fonte: Fundação Nazaré
Este Blog foi criado com o objetivo de divulgar a Legião de Maria pela Internet. A Legião de Maria é um movimento muito bonito que há na Igreja Católica, pois Evangelizamos as pessoas através das visitas domiciliares.
Sites interesantes
- Paróquia de São Pedro e São Paulo
- Catecismo da Igreja Católica (Vaticano)
- Compêndio do Catecismo da Igreja Católica
- Manual online
- Catecismo da Igreja Católica
- Liturgia Diária
- Biblia Católica
- Veritates
- Concilium Legionis
- Legião de Maria
- Vaticano
- Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
- Canção Nova
- Fundação Nazaré
- Família de Nazaré
- Milícia da Imaculada
- Arquidiocese de Belém
Irmão e irmães, que Deus nos garanta a vitória na Páscoa!
ResponderExcluir