sexta-feira, 29 de abril de 2011

Bem-aventurado João Paulo II
 
Dom Alberto Taveira Corrêa, domalberto@fundacaonazare.com.br
No dia 8 de julho de 1980, ressoou em Belém do Pará a voz forte de João Paulo II: "Este momento de alegria e comunhão, nos encontra reunidos em Belém, "casa do Pão", para receber o pão da Palavra de Deus e o Pão eucarístico, Corpo do Senhor. Belém e Nazaré nos falam antes de tudo de Jesus, o Salvador, na sua vida oculta, criança e depois jovem, no cumprimento de sua missão: "Eis que venho, ó Deus, para fazer em tudo a Tua vontade" (Hb 10, 7). Belém e Nazaré nos falam da Mãe de Jesus, sempre próxima ao Filho eterno de Deus, Seu filho segundo a carne, fiel ela também no cumprimento de um papel de primeira importância no plano da Salvação divina: "Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1, 38)".
O local da celebração eucarística era a avenida hoje chamada João Paulo II. Na mesma avenida, será constituída a Paróquia do Beato João Paulo II, numa área de grande desafio missionário. Sabemos que um homem santo, missionário inigualável de nosso tempo, pisou esta terra e deixou aqui sementes vida cristã que frutificaram ao longo dos anos. À nossa geração cabe a responsabilidade de multiplicá-los, trabalhando para que ninguém fique privado do anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo.
Dois diálogos me vieram à memória ao refletir sobre a beatificação de João Paulo II. Uma criança, a quem perguntei o que significa ser santo, respondeu-me candidamente: "Ser santo é assim: na hora de rezar, a gente reza; na hora de estudar, a gente estuda, na hora de brincar, a gente brinca". É verdade! Ser santo é viver bem cada momento presente, sem pressa, com serenidade. João Paulo II ofereceu ao mundo a figura do atleta e do enfermo, do intelectual profundo e do diálogo com todas as camadas da sociedade, a ternura e a firmeza, a oração, o sorriso, a convivência! Tive a alegria de ter sido por ele nomeado bispo e de encontrá-lo muitas vezes. A primeira deles, em Belo Horizonte, dois de julho de 1980, dois braços fortes sobre meus ombros e olhos profundos que enxergavam a alma. "Muito novo", dizia o Papa ao conhecer-me como reitor do Seminário. Onze anos mais tarde, ainda muito novo, fui nomeado por ele bispo, cinco anos depois arcebispo. Nele encontrei a paternidade da confiança e o estímulo à missão. Com ele aprendi a ser humano e simples, sem delongas, quando se trata de viver a vontade de Deus em cada momento presente.
Recentemente perguntei a um jovem se estava forte e santo. Jocosamente respondeu-me sim quanto à fortaleza. Sobre a santidade, disse que faltava "ensaiar o Santo", referindo-se ao canto litúrgico. Realmente a santidade precisa crescer, ser continuamente ensaiada. Não se pode perder qualquer oportunidade para mostrar ao mundo que a santidade é atual!
É de João Paulo II o ensinamento: "Colocar a programação pastoral sob o signo da santidade é uma opção carregada de consequências. Significa exprimir a convicção de que, se o Batismo é um verdadeiro ingresso na santidade de Deus através da inserção em Cristo e da habitação do seu Espírito, seria um contrassenso contentar-se com uma vida medíocre, pautada por uma ética minimalista e uma religiosidade superficial. Perguntar a um catecúmeno: "Queres receber o Batismo?" significa ao mesmo tempo pedir-lhe: "Queres fazer-te santo?" Significa colocar na sua estrada o radicalismo do Sermão da Montanha: "Sede perfeitos, como é perfeito vosso Pai celeste" (Mt 5,48). Como explicou o Concílio, este ideal de perfeição não deve ser objeto de equívoco vendo nele um caminho extraordinário, percorrível apenas por algum "gênio" da santidade. Os caminhos da santidade são variados e apropriados à vocação de cada um. Agradeço ao Senhor por me ter concedido, nestes anos, beatificar e canonizar muitos cristãos, entre os quais numerosos leigos que se santificaram nas condições ordinárias da vida. É hora de propor de novo a todos, com convicção, esta "medida alta" da vida cristã ordinária: toda a vida da comunidade eclesial e das famílias cristãs deve apontar nesta direção. Mas é claro também que os percursos da santidade são pessoais e exigem uma verdadeira e própria pedagogia da santidade, capaz de se adaptar ao ritmo dos indivíduos; deverá integrar as riquezas da proposta lançada a todos com as formas tradicionais de ajuda pessoal e de grupo e as formas mais recentes oferecidas pelas associações e movimentos reconhecidos pela Igreja" (NMI 31).
A santidade que refulgiu em João Paulo II se edificou debaixo dos braços da Cruz, junto com Maria. Em Belém, ele se referiu à Virgem Maria, recordando nossa história e nossas responsabilidades marianas: "Foi sob o patrocínio de Nossa Senhora da Graça que, por obra de intrépidos religiosos, aqui se fundou uma comunidade cristã, depois Diocese, de onde se irradiou, não sem dificuldades, o Evangelho de Cristo para esta parte norte do Brasil. E ela, a Mãe da Graça divina, acompanhava os missionários neste seu empenho e esforço e estava com a Mãe Igreja - da qual é o protótipo, o modelo e a suprema expressão - nos inícios da sua implantação nestas terras abençoadas: abençoadas por Deus Criador, com as riquezas e belezas naturais que nos maravilham; e abençoadas por Cristo Redentor, depois, com os bens da Salvação por Ele operada, e que nós agora aqui celebramos. Nesta Eucaristia, com Maria Santíssima, vamos render preito agradecido ao Pai por Cristo no Espírito Santo: agradecer a evangelização e benefícios divinos por ela trazidos; agradecer a caridade dos missionários e a esperança que os animava e tornava fortes no dilatar a fé, mediante a pregação e o Batismo àqueles que, com a vida nova em Cristo, aumentaram aqui a família dos filhos de Deus". 
Santidade feita de gestos simples! Santidade como projeto pessoal e de Igreja! Santidade aos pés da Cruz, em companhia da Santa Virgem Maria, Nossa Senhora da Graça, Nossa Senhora de Nazaré, Nossa Senhora de Belém! Trazendo à memória o porte iningualável de João Paulo II, nossa Igreja de Belém se torne cada vez mais digna de todas as graças recebidas em sua gloriosa história. 
 
Fonte: Conversa com meu povo     

terça-feira, 26 de abril de 2011

FORMAÇÕES

Imagem de Destaque

Ressuscitou de verdade!

Celebrar a Páscoa é chegar ao encontro com Cristo vivo
Uma antiga e sempre atual saudação para o Tempo Pascal resume em poucas palavras a fé dos cristãos: “Cristo ressuscitou”! A resposta confirma a convicção: “Ressuscitou de verdade”! Pode ser retomada na Liturgia e repetida nos cumprimentos entre as pessoas e, mais ainda, pode ser roteiro de vida! É o nosso modo de desejar uma Santa Páscoa a todos, augurando vida nova e testemunho vivo do Ressuscitado, com todas as consequências para a vida pessoal e para a sociedade.

Celebrar a Páscoa é penetrar no mistério de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nestes dias de Semana Santa salta à vista Seu modo tão divino e humano de viver a entrega definitiva. “Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora, hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13, 1). É a entrega livre daquele de quem ninguém tira a vida, mas se faz dom de salvação.

Jesus Cristo, que é verdadeiro Deus, oferece o testemunho de inigualável maturidade, na qual se encontra a referência para todos os seres humanos. “Os guardas voltaram aos sumos sacerdotes e aos fariseus, que lhes perguntaram: Por que não o trouxestes? Responderam: Ninguém jamais falou como este homem” (Jo 7, 45-46). Encontrá-Lo é descobrir o caminho da realização pessoal. Mas seria pouco considerá-Lo apenas exemplo a ser seguido. “De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). O homem verdadeiro é Senhor e Salvador. N'Ele estão nossas esperanças e a certeza da ressurreição. Mais do que Mestre ou sábio de renome, n'Ele está a salvação.

Seus apóstolos e discípulos, antes temerosos diante das perseguições, tendo recebido o Espírito Santo, sopro divino do Ressuscitado sobre a comunidade dos fiéis, tornaram-se ardorosos anunciadores de Sua ressurreição e de Seu nome. Basta hoje o anúncio de Cristo: “Que todo o povo de Israel reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vós crucificastes. “Quando ouviram isso, ficaram com o coração compungido e perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: Irmãos, que devemos fazer? Pedro respondeu: “Convertei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos vossos pecados. E recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vós e vossos filhos, e para todos aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor, nosso Deus, chamar” (At 2, 36-39).

Cristo morreu, Cristo ressuscitou, Cristo há de voltar! O que parece simplório é suficiente, pois daí nascem todas as consequências: vida nova, alegria perene, capacidade para se levantar das próprias crises e pecados, amor ao próximo, vida de comunidade, testemunho corajoso da verdade, vida nova na família cristã, compromisso social, serviço da caridade! Tudo isso? Sim, na Páscoa de Jesus Cristo está o centro da fé cristã e a fonte de vitalidade, da qual gerações e gerações de cristãos beberam como de uma fonte verdadeiramente inesgotável.

Celebrar a Páscoa é ir além da recordação dos fatos históricos, para chegar ao encontro com Cristo vivo. Nós cristãos O reconhecemos hoje presente, fazendo arder os corações, vamos ao Seu encontro nos irmãos, especialmente na partilha com os mais pobres, acolhemos Sua palavra viva, lida da Sagrada Escritura e proclamada na liturgia, sabemos que Ele permanece conosco se nos amamos uns aos outros e está vivo na Igreja, quando se expressam os sucessores dos Apóstolos e O buscamos na maior exuberância de Sua presença, que é a Eucaristia. Este é nosso documento de identidade!

Com o necessário respeito à liberdade de todas as pessoas, queremos hoje dizer a todos os homens e mulheres, em todas as condições em que se encontram, que as portas estão abertas, mais ainda: escancaradas. Se quiserem, aqui está o convite para a maior de todas as comemorações: “Celebremos a festa, não com o velho fermento nem com o fermento da maldade ou da iniquidade, mas com os pães ázimos da sinceridade e da verdade!” (I Cor 5, 8). É Páscoa do Senhor! Feliz, verdadeira e santa Páscoa da Ressurreição!
Foto
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA
Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA.

FORMAÇÕES

Imagem de Destaque

Jesus desceu mesmo à mansão dos mortos?

Em silêncio esperamos a vitória!
"Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos. Ele vai, antes de tudo, à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e Seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva, cativos, agora libertos dos sofrimentos.

O Senhor entrou onde eles estavam levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse: 
“Acorda, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará”. Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: ‘Saí!’; e aos que jaziam nas trevas: ‘Vinde para a luz!’; e aos entorpecidos: ‘Levantai-vos!’

Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te dentre os mortos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa. Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra e fui até mesmo sepultado debaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado.

Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir-te o sopro da vida original. Vê na minha face às bofetadas que levei para restaurar, conforme a minha imagem, tua beleza corrompida. Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar de teus ombros o peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso. Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava dirigida contra ti.
Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso, mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus. Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, construído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade”.
De uma antiga Homilia no grande Sábado Santo
(PG43, 439.451.462-463) (Séc.IV).
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que: CRISTO DESCEU AOS INFERNOS
§632 – As frequentes afirmações do Novo Testamento segundo as quais Jesus “ressuscitou dentre os mortos” (1Cor 15,20) pressupõem, anteriormente à ressurreição, que este tenha ficado na Morada dos Mortos. Este é o sentido primeiro que a pregação apostólica deu à descida de Jesus aos Infernos: Jesus conheceu a morte como todos os seres humanos e com sua alma esteve com eles na Morada dos Mortos. Mas para lá  foi como Salvador, proclamando a boa notícia aos espíritos que ali estavam aprisionados.
§633 – A Escritura denomina a Morada dos Mortos, para a qual Cristo morto desceu de os Infernos, o Sheol ou o Hades.  Visto que os que lá se encontram estão privados da visão de Deus. Este é, com efeito, o estado de todos os mortos, maus ou justos, à espera do Redentor que não significa que a sorte deles seja idêntica, como mostra Jesus na parábola do pobre Lázaro recebido no “seio de Abraão”. “São precisamente essas almas santas, que esperavam seu Libertador no seio de Abraão, que Jesus libertou ao descer aos Infernos”. Jesus não desceu aos Infernos para ali libertar os condenados nem para destruir o Inferno da condenação, mas para libertar os justos que o haviam precedido.
§634 – “A Boa Nova foi igualmente anunciada aos mortos…” (1Pd 4,6). A descida aos Infernos é o cumprimento, até sua plenitude, do anúncio evangélico da salvação. É a fase última da missão messiânica de Jesus, fase condensada no tempo, mas imensamente vasta em sua significação real de extensão da obra redentora a todos os homens de todos os tempos e de todos os lugares, pois todos os que são salvos se tomaram participantes da Redenção.
§635 – Cristo desceu, portanto, no seio da terra, a fim de que “os mortos ouçam a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem vivam” (Jo 5,25). Jesus, “o Príncipe da vida”, “destruiu pela morte o dominador da morte, isto é, O Diabo, e libertou os que passaram toda a vida em estado de servidão, pelo temor da morte” (Hb 2,5). A partir de agora, Cristo ressuscitado “detém a chave da morte e do Hades” (Ap 1,18), e “ao nome de Jesus todo joelho se dobra no Céu, na Terra e nos Infernos” (Fl 2,10).
Oração: Pai cheio de bondade, vosso Filho unigênito desceu à mansão dos mortos e dela surgiu vitorioso: concedei aos vossos fiéis, sepultados com ele no batismo, que, pela força de sua ressurreição, participem da vida eterna, com ele. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
Em silêncio esperamos a vitória!
Padre Luizinho, Missionário Canção Nova
21/04/2011 - 00h00 
Imagem de Destaque

Quando o sofrimento bater à nossa porta

Pare de ficar neste sepulcro e venha viver!
O Evangelho escolhido foi o da Ressurreição de Lázaro, um grande amigo de Jesus. Estar em Betânia com os amigos era uma forma de Jesus curar e restaurar as forças. Jesus Cristo sofreu muito, porque amou muito. Quanto mais estivermos ligados às pessoas, tanto mais sofreremos. Mas não construamos cercas. Tenhamos essa sensibilidade diante do sofrimento. Era isso que Jesus ia buscar em Betânia: consolo em amigos verdadeiros.

Quando Ele chegou em Betânia, já fazia 4 dias que Lázaro estava morto. Não podiam fazer mais nada, mas para Jesus não havia tempo a perder e Ele foi ter com o amigo morto. O Senhor era muito humano. Quando Ele chegou, tapou o nariz, pois a situação estava 'podre', porém, movido pelo amor àquele homem, Ele disse: 'Venha, Lázaro'.

Na verdade, Jesus queria nos mostrar que a morte não foi feita para nós. Um dia, todos nós iremos morrer, isso é fato, mas Cristo está falando de outra morte e quer nos propor a ressurreição. Se olharmos somente para a pedra posta no sepulcro, não haverá nenhuma esperança e nos desesperaremos, porque ela [pedra] é imóvel. Se ficarmos olhando para a pedra, ficaremos fixados ali, no mesmo lugar, e não é isso que Jesus quer. "Lázaro, venha para fora". Quantas vezes experimentamos estar no sepulcro, que é um lugar escuro e cheira mal? Mas se deixarmos essa pessoa ficar lá muito tempo, não a encontraremos do mesmo jeito, pois ela entrou em processo de decomposição. É um lugar de silêncio e não há mais nada, terminou. Agora, se olhamos a morte como um lugar de transição, daí sim, ele fica cheio e revestido de esperança. Quantas vezes você já morreu?

Estamos ressuscitando todos os dias. A cigarra fica um ano debaixo da terra para cantar somente um dia. Um ano se preparando para cantar até se arrebentar. O sofrimento é isso, um tempo de preparo. Louvado seja Deus pelos sofrimentos! 

Todos os artistas compõem maravilhosas obras quando estão sofrendo, e, todas as vezes em que tocamos em nossos limites, vamos além. Compomos músicas, pinturas, criamos vida e caráter. Você pode se perguntar sempre: "Mas eu não sou artista, e aí?" Você pode desenhar a sua alma, pode esculpir o seu caráter.

A cigarra não fica debaixo da terra por motivo de masoquismo. Não. É um tempo de preparo existencial da natureza. Quando você perceber que o seu sofrimento está infértil, é o tempo de parar de sofrer. Quando começamos a derramar as lágrimas, passamos por um processo de cura que está nos lavando e purificando.

Quanto tempo pode durar um velório dentro de nós? O sepultamento do corpo tem que iniciar um processo de amizade com a vida. O sofrimento é criado dentro de nós; o velório não é uma situação de morte. O que fazemos com o ruim que aconteceu conosco? Não importa o que a vida fez com você, mas o que você faz com o que a vida fez com você. Não temos como evitar o desprezo do outro, vão acontecer coisas das quais não vamos gostar, mas somos nós que vamos ver quanto custa esse sofrimento.

Boa parte dos sofrimentos do ser humano está naquilo que nós pensamos e permitimos em nosso pensamento. Se racionalizarmos a nossa emoção, nós não sofreremos.
Neutralizar o pensamento do sofrimento é lançar um pensamento bom em cima de um ruim. Quantas pessoas sofrem por não terem a capacidade de filtrar as coisas ruins que escutam? Não temos o direito de ser mesquinhos por querermos ser o que o outro é. Não tenha inveja, floresça onde Deus o plantou.

Há pessoas invejosas, que querem ser o que você é. Que não são capazes de olhar quem elas, realmente, são. Pare de olhar para a vida do outro, pois você não tem os valores que ela tem; mas você tem valores que ela não tem. Temos que ter nossa coerência e nosso modelo. Liberte-se dessas ideias pessimistas sobre você mesmo, você é capaz! 

A ordem de Jesus: "Pare de ficar neste sepulcro e venha viver”. Estamos em horário do cristão: Está na hora de viver! Você não tem o direito de ficar no túmulo com seus problemas e lutos. O tempo previsto para o sofrimento tem data marcada para terminar, já passou, chega! Faça alguma coisa pela sua vida! Só sofra de verdade pelas coisas que valem a pena. Quantas pessoas não sofreram o que deveriam sofrer? Esse tempo é curto, e é maravilhoso descobrir que, hoje, temos a oportunidade de escutar a voz de Jesus dizendo que não quer mais a morte para a nossa vida. Deus está segurando na nossa mão.

Se você está sofrendo muito, permita que Jesus cuide de você. Revolucione sua vida, pois quem fica parado é poste. Melhore esta cara e faça o que puder fazer, pois assim beneficiará as pessoas ao seu lado. O cuidado de Deus é lindo: "Saia deste sepulcro!" Não perca seu tempo em bobagens que tornam o sofrimento enorme em sua vida.

O 'cuidar' é sempre expressão de alguém que ama. Ninguém gosta de ver a pessoa amada sofrendo. Precisamos acordar para a vida.

O nosso objetivo é sermos felizes! Não há problema que resista a uma pessoa transformada por Deus! Nem a um ser humano com vontade de resolver os problemas. Não há nada maior do que uma pessoa de coragem.

Quando o sofrimento bater à sua porta, abra a janela para que você veja a dor do outro.
Fonte:www.cancaonova.com

sábado, 23 de abril de 2011

Domingo de Ramos

No último dia 17 de abril, tivemos a procissão de ramos, que tradicionalmente saiu do primeiro portão da UFPA. Esta celebração relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, na qual as pessoas o saudavam com muita alegria dizendo: Bendito o que vem em nome do Senhor!!!! Hosana nas alturas!!!
Nosso pároco e Diretor Espiritual, Pe Adalberto Brandão enfatizou a importância de aproveitar este momento para termos uma Páscoa diferente, ou seja, celebrar o Cristo ressuscitado em nossa vida e assim sermos sinais de amor para a humanidade.



sexta-feira, 22 de abril de 2011

Medite: Não deixe de orar e vigiar.

Apenas medite.





Extraído do site:
Dia 22 de abril de 2011, teremos o encontro de reflexão das 3 horas da agonia de Jesus no calvário, que será realizado a partir das  12 horas até as 15 horas. 

A exemplo do ano passado o  local determinado foi a capela NS das Graças, localizada no Riacho Doce, rua da Olaria, Quadra 1, Número 20.

Teremos orações, meditações e muita paz, neste encontro tão esperado. Venha viver conosco esse maravilhoso encontro com Jesus e Maria.

Venha e traga sua família.

Salve Maria!!!

domingo, 17 de abril de 2011

1 “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lucas, 23, 34)
No auge do sofrimento, Cristo não perde a dimensão da fragilidade do ser humano e implora o perdão para nossas culpas. Seu sangue derramado na cruz nos torna limpos para voltar à Casa Paterna.
2 “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso”. (Lucas 23, 43)
Sentindo dores, o homem crucificado ao lado de Jesus não o insultou como os demais. Ao contrário, pediu e recebeu o seu perdão incondicional e imediato. Cristo não lhe prometeu o paraíso para depois. Tampouco lhe falou de novas vidas ou de reencarnações. “Hoje mesmo”, afirmou Jesus! 
3 “Mulher, eis aí o teu filho. Filho, eis aí a tua Mãe!” (João 19, 26-27)
Ele não nos deixa órfãos: deu a sua própria mãe como nossa mãe. 
4 “Meus Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mateus 27, 46 e Marcos 15, 34)
Teria Deus abandonando seu Filho na cruz? Certamente que não. Contudo, a natureza humana de Jesus sofria tanto que ele sentiu falta do carinho de seu e nosso Pai. 
5 “Tenho sede!” (João 19, 26-27)
Jesus teve sede mas, ao invés de água, deram-lhe vinagre. Também para nós Jesus vive a dizer: “Tenho sede! Tenho sede de homens e mulheres, adultos e jovens, que caminhem comigo. 
6 “Tudo está consumado!” (João 19, 30)
Jesus Cristo olha, do alto da cruz, o novo mundo que começa: a humanidade recebe, em lágrimas, suor e sangue, sua quitação por todas as dívidas assumidas.
7 “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lucas 23, 46)
Ao chegar ao final a agonia da cruz, Cristo entrega-se totalmente nas mãos do Pai. 
 
Fonte: Revista da Família          
Hosana nas alturas!
 
Dom Alberto Taveira Corrêa, domalberto@fundacaonazare.com.br
"Os sumos sacerdotes e os escribas ficaram indignados, ao ver as maravilhas que ele fazia e as crianças que gritavam no templo: Hosana ao Filho de Davi! Interpelaram-no: Estás ouvindo o que dizem? - Sim, estou, respondeu Jesus. Nunca lestes nas Escrituras: Da boca dos pequeninos e das criancinhas preparaste um louvor?" (Mt 21, 15-16)
 "Herodes, furioso, mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, de acordo com o tempo indicado pelos magos. Assim se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: "Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos e não quer ser consolada, pois não existem mais" (Mt 2, 16-18).
O clamor das crianças é sempre original e atrai, pela pureza com que sobre ao Céu, a atenção da sociedade e o olhar de Deus. Do canto alegre - Hosana! - semelhante a uma revoada de pássaros até o grito de socorro que há poucos dias ressoou mundo afora, partindo do Rio de Janeiro, Deus quer que nossos ouvidos se abram para acolher as crianças. Ele é o Senhor da História e não abandona o mundo. Sua palavra de vida e de graça continua a ser oferecida à nossa geração, para que o seu Reino chegue e todos os seres humanos alcancem a felicidade prometida.
Os pequeninos de Jesus dizem teimosamente ao nosso mundo que não se pode viver sem Deus. Eles proclamam sua presença e sua chegada. Ensinam-nos que a melhor oração é o louvor, a ação de graças, o elogio, a festa. Não é tempo desperdiçado viver o tempo como vivem as crianças, sem agitação, brincando diante da face de Deus. Sendo porção frágil e tantas vezes indefesa da sociedade, estão dizendo, com seus sofrimentos, ao nosso mundo adulto e teimoso que filho não é trabalho, mas bênção, que um mundo sem crianças é um triste mundo! (Cf. Sl 126, 3-5)
O Domingo de Ramos abre a Semana Santa e quer expressar a abertura de nossas casas e de nossas vidas a Jesus Cristo Salvador. Bendito o que vem em nome do Senhor! Acolher Jesus significa aceitar sua palavra e sua salvação. Não existe outro nome pelo qual possamos ser salvos! E salvação é rumo para a existência, que deixa de ser beco sem saída. Aos que sofrem diante do mistério da dor ou da morte, ele vem dizer que a dor pode se transformar em amor. Aos que estão tão mergulhados nas preocupações que muitas vezes se desesperam diante dos dramas do cotidiano, o Senhor diz que não é somente para esta vida que nele depositamos a confiança. Há uma eternidade que nos espera, uma casa nova preparada hoje pelo nosso caminhar pelas ruas de nosso tempo.
Nós sairemos pelas ruas no Domingo de Ramos, recordando os acontecimentos de Jerusalém. Em nome de Jesus Cristo, somos todos convidados a sair de nós mesmos e entrar na casa das outras pessoas, levando a boa nova. Quem participa da Procissão de Ramos acolha a proposta de continuá-la, numa visita de semana santa ou de Páscoa, indo à casa de alguma pessoa ainda distante da Igreja, ou um parente do qual se afastou por qualquer motivo. Quem sabe será uma visita a um enfermo ou aos encarcerados. É para chegar desarmado, apenas para estar com as pessoas. Repetir-se-ão os benditos ao nome do Senhor quando as postas se abrirem!
 À entrada de Jesus em Jerusalém, as crianças, os jovens e os adultos estendiam ramos de palmeira e também seus próprios mantos pelas ruas, para acolhê-lo. Ramos de palmeira, sinais de vitória, com os quais queremos dizer que Nosso Senhor é Rei e que acreditamos. Roupa é sinal de valor e dignidade e queremos encontrar em Jesus Cristo a roupa do homem novo, pessoas renovadas no Batismo, que estendem braços abertos para que passe a salvação.
Com a Jerusalém do Domingo de Ramos, nossas cidades querem dizer a Jesus que estamos conscientes de sermos contraditórios, pois nossos hosanas se transformação rapidamente em gritos de "crucifica-o". Encantados com a beleza da vida, outros dias jogamos fora nossas crianças recém-nascidas, ou transformamos o jardim de Deus, que é nosso mundo, em deserto árido e triste. Sabemos o que vale a união em torno das grandes causas e ainda assim nos defendemos no individualismo, cada um em busca de seus próprios interesses. Senhor do lava-pés, da paixão e da cruz, Senhor do silêncio do sábado santo, Senhor da manhã da Ressurreição, bem vindo entre nós! Vence, Senhor, nossas contradições e endireita nossos caminhos! Ultrapassa, Senhor, nossas portas fechadas e traz-nos a Paz! 
 
Fonte: Conversa com meu povo      

sábado, 9 de abril de 2011

Compromisso de leigos
Comunidades católicas atraem mais pessoas ao serviço da Igreja
Uma nova forma de chamado ao serviço está dando outra cara para a Igreja Católica. As Comunidades Católicas tem como proposta incentivar e anunciar a Palavra por meio de suas atividades. "Nelas, Nosso Senhor Jesus Cristo é amado, servido e adorado verdadeiramente como Senhor e Salvador. O que importa é que o Seu Reino seja implantado na terra pela evangelização, missão primeira dessas Comunidades. Os jovens são evangelizados com ardor e parceria, a castidade lhes é apresentada como uma fonte de vida, os casais são chamados a viver a fidelidade a Deus e ao cônjuge, entre outros". Quem nos trás essa reflexão, é o professor e membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II, Felippe Aquino.
Exemplo de levar uma nova forma de espiritualidade as pessoas é a comunidade Missão Louvai, em Ananindeua, que no dia 7 de fevereiro celebrou 14 anos de fundação. Motivos não faltam para comemorar, afinal, a comunidade tem mais de 30 membros consagrados entre discípulos e vocacionados, e possui diversos ministérios. Um deles é o Instituto de Capacitação Gerando Oportunidades (ICGO), que visa desenvolver atividades sócio-educativas e estimular as pessoas da região a participarem de várias atividades junto à igreja. Projetos com o idoso, cursos de dança e karatê, entre outros, fazem parte do quadro de trabalhos sociais do ICGO. Os membros da Missão Louvai também contribuem com a Igreja Santa Paula Frassinetti, atuando na paróquia com o ministério de música e seminários.
Consagrada há cinco anos como membro da comunidade Missão Louvai, Darielma da Silva, conheceu o projeto por intermédio da filha, ela acredita que o envolvimento com a comunidade foi muito importante, principalmente, para aproximá-la mais da própria igreja. "É muito bom fazer parte desse trabalho, que fez com que eu me envolvesse mais intensamente com a igreja", diz.
A comunidade católica Mar Adentro também atua de maneira intensa na evangelização da população. Com 20 anos de fundação, tem como proposta serem discípulos e ministros da obediência e da paz, atuando através da formação, acolhimento e interseção pelos que mais precisam de apoio. Há cinco anos está em Belém, desenvolvendo vários trabalhos na Arquidiocese, assim como em diversas pastorais, e em prol de famílias ribeirinhas. A comunidade possui casas de missão em Belém e na ilha de Outeiro, com membros, tanto de vida, aqueles eu se dedicam integralmente a comunidade, quanto de aliança, que assumem um compromisso, mais também dividem suas vidas com tarefas pessoas.
Mas esses são apenas alguns exemplos. Shalom, Kerigma, Sementes do Verbo, Casa da Juventude Comunidade Católica (CAJU), entre outros podem ser citados, como iniciativas capazes de converter leigos, clérigos, e pessoas de todos os tipos, para um ideal de crença e fé, ao redor de um comum carisma. 

Lázaro, vem para fora!
 
Dom Alberto Taveira Corrêa, domalberto@fundacaonazare.com.br
Aproxima-se a Semana Santa, na qual a Igreja ganha grande visibilidade, mostrada nas vitrines dos meios de comunicação, em suas celebrações litúrgicas e em todas as manifestações, de acordo com as diferentes culturas, com as quais o amor maior, Jesus Cristo, em sua Morte e Ressurreição, é posto em espetáculo! Sim, desde as procissões de Ramos encontradas pela peregrina Etéria em Jerusalém, no século IV, até as encenações da paixão com teatros a céu aberto de nosso tempo, o mistério inesgotável de Cristo continua sendo o argumento mais explorado e nunca esgotado.
Artistas se encantam pela primeira vez com os personagens que são chamados a representar, sentindo inclusive ressoar em seus corações as raízes da fé, quem sabe plantadas na infância e guardadas num cantinho reservado da consciência. Novas gerações, representadas por crianças, apenas chegadas à maior compreensão dos acontecimentos, que começam a descobrir uma formação feita de procissões e teatro, de emoções e surpresas. Deverão progredir, pouco a pouco, dos sentimentos à fé, tarefa de pais, Igreja e catequistas, aos quais são confiados os pequeninos de Deus que se encantam com ramos, assistem estupefatos o lava-pés ou choram diante da maldade daqueles que crucificaram Nosso Senhor.
Às gerações de adultos mais maduros na fé cabe a responsabilidade de sair das ruas, das encenações e procissões e entrar na Igreja, onde não se assistem a espetáculos, mas se torna presente o mesmo Senhor, em sua Morte e Ressurreição, fonte de vida e de graça para todos que deixam de ser espectadores para se envolverem no mistério vivido! O ano litúrgico da Igreja é uma delicadeza pedagógica, com a qual, a mesma realidade da fé no Cristo ressuscitado é celebrada intensamente, a partir de ângulos diferentes, para que todos cheguem à renovação de seus compromissos batismais, na festa maior que é a Páscoa.
Páscoa é como o aniversário de batismo de cada cristão! Para celebrá-la bem, nas semanas que correm os cristãos foram ao encontro de uma Mulher Samaritana e descobriram de novo aquele que é a fonte de água viva que jorra para a vida eterna e souberam que, sendo batizados, também eles se tornam fonte para os outros, não lhes sendo lícito permanecerem indiferentes a ninguém, já que todas as pessoas são candidatas à mesma comunhão com Deus. Todos foram apresentados ao Cego de nascença, cujos olhos foram abertos por Jesus. Descobriram-no como Luz do Mundo e entenderam que seu Batismo, também chamado de Iluminação, abriu-lhes perspectivas inusitadas, cujo nome é fé!
Enfim, antes de entrar na chamada Semana Maior - Semana Santa, o Jesus que é Água viva e Luz do Mundo lhes é de novo apresentado. Desta feita, o convite é a visitar Betânia, cujo nome significa "Casa do Pobre" ou "Casa da aflição". Lázaro está morto (Jo 11, 1-44). É uma situação trágica, pois morreu o amigo de Jesus. A morte assusta, mesmo quando as pessoas quase se acostumam, quando em nosso tempo é noticiada exaustivamente dia a dia, como um fato a mais, sem muito mistério ou sacralidade!
Para Jesus, seus apóstolos e os amigos de Betânia, as coisas são diferentes. Marta que reclama pelo atraso de Jesus expressa nossa reação diante da morte de uma pessoa amada. O choro de Jesus pelo amigo morto é choro de Deus pela realidade da morte presente na humanidade e também choro diante de sua própria morte que se aproxima. A Salvação que traz deve tocar no mais fundo da realidade humana. Quando faz seu amigo voltar à vida, Jesus anuncia a completa libertação da morte. Existe esperança!
O relato evangélico passa, num maravilhoso crescendo, da narração da doença à morte e sepultura e o retorno à vida do amigo Lázaro, cujo nome quer dizer "Javé ajuda". Transparece a humanidade cheia de ternura de Jesus, com emoção, lágrimas, declaração de amizade e revelação do Filho de Deus.
O "Credo" de Marta sintetiza esta rica realidade: "Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que deve vir ao mundo". A resposta de Jesus é promessa de vida: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais (Jo 11, 25-26).
Diante do sepulcro de onde sai Lázaro, Jesus proclama ser Ressurreição e Vida. Mas sabemos que Jesus deverá entrar no sepulcro da morte, ser envolto em faixas como seu amigo Lázaro e ressuscitar ao terceiro dia. Cristo é para todos os homens e mulheres, feridos de morte pelo pecado, Ressurreição e Vida! Saímos do velório de Lázaro, ouvimos o grito de Jesus a todos os lázaros da história, passamos pelo Cenáculo, Sinédrio, Getsêmani e Pretório e daí chegamos ao Calvário, para amanhecer no Jardim da Ressurreição. Não perca os detalhes e participe de tudo! 
 
Fonte: Conversa com meu povo   

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Doze meses de episcopado na Casa do Pão
 
O 10º Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, completa um ano à frente da Arquidiocese. Para ele, o aniversário episcopal é um momento de ação de graças em sua vida sacerdotal, que ganha força na Amazônia.
Foram oito meses de espera até que a Arquidiocese de Belém conhecesse seu 10º arcebispo: Dom Alberto Taveira Corrêa. Até então um nome pouco conhecido, mas que foi ganhando a graça e, principalmente, o respeito do povo. Prova disso foi o público que lotou a Catedral Metropolitana durante a celebração eucarística no domingo (20), em ação de graças, antecipadamente, pela data de sua posse. Apesar de parecer que foi "ontem" ele já está entre os paraenses há um ano, completado na sexta-feira, dia 25 de março.

Na homilia da missa que lembrou o seu primeiro ano à frente da Arquidiocese, Dom Alberto emocionou os participantes ao dizer que agradece a Deus por ter sido enviado à Belém, a Casa do Pão, na tradução do hebraico. "Eu agradeço por estar à frente dessa Igreja rica em história e vivência pastoral. Aqui as pessoas se envolvem e se enchem de trabalho pela Igreja, e o resultado é esse, o tempo passa e ela só fica mais bonita".
Ainda segundo Dom Alberto, em Belém, há uma base religiosa muito forte e diversificada.  "Essa talvez seja a característica mais marcante e importante. Além de uma cultura bonita e uma hospitalidade muito significativa, tudo isso continua me chamando muita atenção", afirma.
Nesses 12 meses de muito trabalho já é possível constatar inúmeras mudanças sob o aspecto estrutural na Igreja em Belém. Para se ter uma noção, ao assumir o cargo, Dom Alberto, que saiu da Arquidiocese de Palmas (TO), recebeu uma Belém com 59 paróquias. Em menos de um ano, o número já chega a 67, e a expectativa é que pelo menos 100 sejam instaladas em toda a região metropolitana até 2016, ano do XVII Congresso Eucarístico Nacional, que será na capital paraense, quando esta completa 400 anos de fundação. Segundo Dom Alberto o objetivo é estar mais próximo do seu rebanho. "Essas paróquias são um desejo nosso de chegar o máximo possível mais perto das pessoas. Nós queremos que as pessoas sintam a presença da Igreja em suas vidas. Essa proximidade é fundamental no processo de evangelização e só se alcança quando tem missa, formação, lugar para se encontrar. Temos essa clareza, e o desejo é que nossa a vida de Igreja se expanda cada vez mais".
Devido à Quaresma, Dom Alberto afirma que o seu desejo para a Arquidiocese de Belém e que ela viva sempre em "transfiguração", em referência ao Monte Tabor, local da Transfiguração de Jesus, pois foi o fato que deu força aos apóstolos para o que viriam a viver, na experiência amarga do Calvário. "Diante da missão da Igreja, que é missão de todos, meu desejo é que sejamos fiéis à missão que nos é confiada. Que sigamos adiante".
Um dos momentos mais emocionantes da celebração foi quando o padre José Gonçalo, cura da Sé, pediu que todos os participantes - sacerdotes, diáconos e o povo -, que acendessem cada um uma vela a partir do círio que Dom Alberto segurava. "Queremos colocar essa vela nas mãos de Dom Alberto e, num gesto de obediência e fidelidade, viver em comunhão. E que a presença de Dom Alberto seja a luz para nós", rezou padre Gonçalo. Juntos, povo e clero cantaram parabéns ao Arcebispo. "O bispo tem muitos aniversários, mas o melhor é que nenhum pertence a ele, mas ao povo. Que este seja o primeiro de muitos", disse Dom Alberto. 
BISPO AUXILIAR
Nesta caminhada que está só começando Dom Alberto não estará sozinho. Com a chegada do novo Bispo Auxiliar, monsenhor Teodoro Mendes Tavares, o trabalho será ainda mais intenso. "Minha expectativa, eu já falei a ele, é que nós possamos trabalhar juntos pelo bem do povo de Deus. É uma alegria grande porque fiz o pedido e rapidamente fui atendido. Espero que possamos servir mais e melhor o povo".
FUNDAÇÃO NAZARÉ
Dom Alberto Taveira Corrêa acredita no trabalho de evangelização através dos meios de comunicação. Para a Fundação Nazaré de Comunicação (FNC), ele diz que seu desejo é alcançar cada vez mais pessoas, por isso, atualmente, o objetivo é melhorar tecnicamente, para prestar melhor e da mais adequada forma o serviço. "Nosso desejo é alcançar a parte técnica e cada vez mais aprimorar a programação para o anúncio do Evangelho através dos meios de comunicação".
Para o Arcebispo, os meios de comunicação da Arquidiocese de Belém são instrumentos preciosos para propagar o anúncio da boa nova do Evangelho. "Esse é um presente que Deus deu à nossa Igreja, uma graça especial de poder estar com todos ao mesmo tempo. Essa foi uma das experiências mais bonitas que Deus me proporcionou, de ter em mãos instrumentos tão eficazes". 
 
Fonte: Fundação Nazaré     
O cego de nascença e a Luz de Deus
 
Raul Monteiro, raulmont_72@hotmail.com
Evangelho do 4º Domingo da Quaresma
João 9, 1-41   

No 4º Domingo da Quaresma o Evangelho relata que Jesus encontra um cego de nascença e os apóstolos perguntam-Lhe: - Quem foi que pecou para este homem ter nascido cego? Ele, ou os seus pais?  Jesus lhes respondeu: - Nem pecou ele, nem os seus pais, mas isto aconteceu para nele se manifestarem as obras de Deus. Temos de realizar as obras daquele que me enviou enquanto é dia. Vem aí a noite em que ninguém pode atuar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.
Dito isto, cuspiu no chão, fez lama com a saliva, ungiu os olhos do cego com a lama e disse-lhe: - Vai, lava-te na piscina de Siloé, que quer dizer Enviado. Ele foi, lavou-se e então o cego que nunca viu passa a enxergar.
Assim, nesse maravilhoso milagre de Jesus, cumpriam-se também as profecias sobre Aquele que viria, e daria vista aos cegos, audição aos surdos e fala aos mudos. Aquele que faria paralíticos andar e mortos ressuscitar. O tão esperado Enviado de Deus que resgataria o seu povo.
A cura milagrosa que Jesus efetuou a esse cego de nascença, igualmente despertou a indignação dos inimigos de Jesus com respeito a esse milagre. Os fariseus, que se consideravam superiores a outros, exclusivistas no reino de Deus, rejeitam Jesus como o Messias todo-poderoso, como o Filho de Deus e Salvador; rejeitam igualmente o milagre da cura efetuada ao cego, bem como o próprio cego.
Ainda hoje, muitos, quantos até mesmo entre os que se denominam cristãos, se identificam intimamente com os fariseus do tempo de Jesus. Muitos não reconhecem seu estado de pecadores perdidos e condenados, não sentem a necessidade de um Salvador em suas vidas; continuam em trevas espirituais e rumando para a perdição eterna.
O cego do Evangelho é um símbolo de todos os homens e mulheres que vivem na escuridão, privados da 'luz', prisioneiros dessas cadeias que os impedem de chegar à plenitude da vida.
Os inimigos de Jesus apresentam traços da verdadeira cegueira, que realmente afeta o ser humano e o destrói - a cegueira espiritual. Não reconhecem a enfermidade que os corrói; não vêem necessidade de cura de seu mal e rejeitam o Único que lhes pode curar, Jesus Cristo.
A missão de Jesus é aqui apresentada como criação de um Homem Novo.
Deus criou o homem para ser livre e feliz; mas o egoísmo, o orgulho, a auto-suficiência, dominaram o coração do homem, prenderam-no num esquema de 'cegueira' e frustraram o projeto de Deus. A missão de Jesus é destruir essa "cegueira", libertar o homem e fazê-lo viver na 'luz'. Trata-se de uma nova criação.
Assim, da ação de Jesus irá nascer um Homem Novo, libertado do egoísmo e do pecado, vivendo na liberdade, a caminho da vida em plenitude.
A cura do cego de nascença nos toca de perto, porque em certo sentido todos somos cegos de nascença. O próprio mundo nasceu cego.
Ver é um milagre, só que não lhe damos atenção porque estamos acostumados. Eis aí então que Deus às vezes atue de forma repentina, extraordinária, a fim de sacudir-nos de nosso supor e tornar-nos atentos. É o que fez na cura do cego de nascença e de outros cegos no Evangelho.
O cego do Evangelho crê; adora o Salvador Jesus, testemunha do seu grande amor. O amor de Jesus fez nascer no coração do ex-cego uma resposta: gratidão, adoração e testemunho.   
Que Deus continue nos enriquecendo com a sua graça de modo que possamos também responder ao Seu amor com a nossa vida de gratidão, serviço e testemunho. 
 
Fonte: Modernas Reflexões