Tempo de conhecimento e preparação para o matrimônio, o namoro cristão se confirma na legitimidade do compromisso com Deus, com a castidade, com a vida e com a família
Em tempos em que o "ficar" se tornou regra, namoro parece coisa do passado. E pior, o matrimônio passa longe dos pensamentos e desejos de boa parte da juventude. Mas apesar de um panorama tão frágil, sob o ponto de vista cristão, dentro do seio da Igreja, não é difícil encontrar jovens que decidem dizer sim ao verdadeiro amor, como o casal Anna Camila Franco, 21, e Fabrício Soares, 26, que comemora o Dia dos Namorados, 12 de junho, com a consciência de ser um casal autenticamente cristão.
Ela é acadêmica de medicina e ele fisioterapeuta e estudante de administração. E mesmo com o tempo repleto de responsabilidades, foi na Igreja que eles se conheceram. Membros da comunidade Casa da Juventude Católica (Caju), local onde puderem aprender os valores de uma vida cristã, o casal teve a base necessária para dar os primeiros passos de um relacionamento sólido que já dura um ano e três meses.
Segundo Anna Camila, o namoro é um tempo de conhecimento e, de fato, uma preparação para o matrimônio. "Eu sonho em ser mãe e constituir minha família, o sentimento é de sempre almejar algo mais sério. Caso contrário não faria o menor sentido estarmos juntos".
Essa legitimidade pelo compromisso é o que caracteriza o "namoro cristão", que alguns jovens casais, como Anna Camila e Fabrício, decidiram vivenciar.
Uma experiência única e verdadeira, que para o padre Rangel Bentes só trará benefícios para uma vida inteira. O presbítero, que é responsável pelo Setor Juventude da Arquidiocese de Belém é também vigário paroquial de São João Batista e Nossa Senhora das Graças em Icoaraci, atua com os jovens e conhece de perto a realidade, os medos e dúvidas dos casais ao assumirem um compromisso. Para ele, o desafio está na própria concepção que existe hoje na sociedade, valorizando o que é passageiro e fugaz, além do forte apelo sexual. "Na mentalidade do jovem, o que vale é a 'experiência' que se tem ao longo do tempo. O problema é mais tarde, quando se decide por casar, o jovem não consegue deixar de viver aquela experiência, esquece a fidelidade, ou não a compreende, e não vive a plenitude do matrimônio".
PLENITUDE
E é exatamente em busca desta "plenitude do amor" entre um homem e uma mulher que o jovem casal Anna Camila e Fabrício almeja alcançar. "É muito bom quando se encontra alguém que seja seu alicerce, que partilha de suas convicções e o apoia espiritualmente na vocação. É muito mais fácil. Um namoro cristão é um desafio, pois como socialmente se é conduzido a viver uma 'coisa', ninguém quer ser 'o diferente'. Mas juntos é possível superar estas dificuldades ", afirma Anna.
Apesar de tantos aspectos positivos, porque então casais como Anna Camila e Fabrício sejam uma exceção? Para o padre Rangel Bentes, o motivo é que também há uma lacuna na formação familiar. É preciso a presença dos pais neste sentido. "A autoridade dos pais deve ser firme. Se ele diz ao filho, vá à escola, ao curso de inglês, porque não também dizer: vamos à Igreja, à catequese. Essa formação inicial é crucial e irá determinar a posição deste jovem por toda uma vida", ensina. |
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