domingo, 22 de janeiro de 2012

AGENDA Número 220

LEGIÃO DE MARIA – 07/09/21
REGIA MARIA IMACULADA – 03/01/88
CURIA RAINHA DOS PROFETAS – 28/08/93
LOCAL DA REUNIÃO: Igreja Matriz
DATA DA REUNIÃO: 22/01/2012, às 8:30h

01 – ORAÇÕES INICIAIS;     
02 – LEITURA ESPIRITUAL: Página 177, Capítulo 31, “Expansão e Recrutamento”                                              
03 – LEITURA DA ATA Nº 219
04 – BOAS – VINDAS – CHAMADA – NOMEAÇÕES DE OFICIAIS
05 – BOLETIM DO CONCILIUM LEGIONIS No1030
5.1 – Ásia – Papua – Nova Guiné – Regia de Madaug – Há um trabalho junto às seitas e muitos ex-católicos estão voltando à fé católica. A Legião, na capital Port Moresby, por muito tempo não tinha contato com os conselhos superiores. Um padre irlandês conseguiu reatar esse contato, o que sendo de grande ajuda.
5.2 – América do Sul – Peru – Senatus de Lima – Está fazendo um grande esforço no sentido de pôr em prática o Tema 2011. Na extensão na região norte, há planos para uma Regia e foram fundados 2 novos Comitia. Os legionários visitam a cadeia, onde há um Praesidium e estão programando um grupo de oração com os filhos dos presos.
5.3 – América do Sul – Equador – Senatus de Quito – Converteram-se muitas pessoas que receberam a visita de Nossa Senhora. 50 Legionários participaram de uma P.P.C.
06 – RELATÓRIO DA TESOURARIA
07 – AVALIAÇÃO DO RELATÓRIO: Rainha das Virgens
08 – CATENA LEGIONIS – ALOCUÇÃO – COLETA SECRETA.
09 – VISITA A PRAESIDIUM
10 – TRABALHOS PARA O MÊS DE FEVEREIRO DE 2012
a)    Deverá apresentar relatório o Praesidium:
b)    Será visitado o Praesidium:
c)    Será avaliado o relatório do Praesidium:
11– ASSUNTOS DIVERSOS:
 i) Confissão mensal
ii) Oração diária do Santo terço e da Tessera;
iii) Leitura diária da palavra de Deus;
iv) Consagração a Nossa Senhora (6h, 12h e 18h);
v) Visita ao Santíssimo Sacramento.

29/01 – Jornada Apostólica, local: A definir.
04/02 – Missa do Imaculado Coração de Maria, Igreja Matriz, às 7h;
11/02 – Reunião da Pré – Curia, local:  Capela NS das Graças, às 17h;
12/02 – Encontro com os Oficiais, às 8 h_____________________________;
19/02 – Reunião da Curia, local: Igreja Matriz, às 8:30h;
22/02 – Aniversário do P Rainha dos Apóstolos;
26/02 – Conhecendo Maria, local: Igreja Matriz, às 9h;

 WWW.RAINHADOSPROFETAS.BLOGSPOT.COM

Evangelização e diálogo

Dom Alberto Taveira
Arcebispo Metropolitano de Belém
O Servo de Deus Papa Paulo VI, de saudosa memória, ofereceu à Igreja, no ano de 1975, a Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, a respeito da Evangelização no mundo contemporâneo. Quando muitos se perguntavam, por influência de correntes de pensamento já dominantes naquele período, a respeito do lugar da religião e da Igreja, esta se redescobriu na missão evangelizadora. A palavra do Papa fez os cristãos deixarem de olhar para o espelho, mirando seus próprios defeitos ou qualidades, para se voltarem para frente e para o alto, descobrindo que cada geração tem a mesma responsabilidade de anunciar o nome de Jesus Cristo.

Ainda no Antigo Testamento, um profeta chamado Jonas (cf. Jn 1,1-3,10) recebeu de Deus a difícil tarefa de anunciar a conversão. Sua primeira reação foi a fuga, pois lhe parecia muito complicado enfrentar Nínive que “era uma cidade fabulosamente grande, do tamanho de uma caminhada de três dias” (Jn 3,3). Depois de um naufrágio e a aventura “no ventre do peixe”, aceita pregar ao povo de Nínive. Se Deus queria que anunciasse a conversão, o profeta anuncia destruição. E o povo entende conversão! O resultado foi uma grande tristeza para o profeta: “Jonas ficou, então, muito amargurado e irritado. E assim orou ao Senhor: “Ah, Senhor! Não era isso mesmo o que eu dizia quando estava na minha terra? Foi por isso que eu corri, tentando fugir para Társis, pois eu sabia que és um Deus bondoso demais, sentimental, lerdo para ficar com raiva, de muita misericórdia e tolerante com a injustiça” (Jn 4,1-2).

Até hoje a intolerância encontra guarida em muitos corações. Correm pelo mundo pressões sobre a Igreja, reações negativas às iniciativas de diálogo e partilha com quem pensa diferente, como se não tivesse acontecido a revelação de Jesus Cristo, Verbo de Deus encarnado. Deus teve muita paciência com o povo antigo, cujos ideais e métodos muitas vezes incluíram levar à perdição os inimigos. O Senhor Jesus convidou a dar a outra face, quando se recebe um golpe, andar dois mil passos a mais com alguém e dar a capa a quem tirar o manto. A experiência vivida por Jonas é anunciadora de métodos novos e verdadeiramente revolucionários. Trata-se da revolução do Evangelho.
Depois da prisão de João Batista, Jesus iniciou a pregação do Evangelho. Seu convite é provocante: “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,14-20). Converter-se é mudar de mentalidade, enxergar a realidade a partir de um ângulo diferente. Os primeiros discípulos chamados por Jesus e os de todos os tempos, nos quais estamos contemplados, deverão seguir Jesus, aprender com seus gestos, acolher junto com ele os fracos e pecadores, para chegarem a reconhecê-lo como Filho de Deus.
Os desafios à Evangelização em nosso tempo são muito grandes, mas o Espírito Santo, como sempre fez, conduz a Igreja de Cristo, servidora do Evangelho, anunciadora da Salvação. A Igreja Católica no Brasil identificou algumas exigências para exercer a tarefa evangelizadora (cf. Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 134-15). O serviço, que se concretiza especialmente na dimensão sócio-transformadora, com toda a presença histórica da Igreja, na atenção aos pobres e na promoção humana. Valem todos os esforços dos cristãos e das instituições ligadas à Igreja para concretizar a caridade. Isto é evangelização.  Outro passo é o diálogo, que se concretiza na dimensão ecumênica e do diálogo religioso, assim como no relacionamento respeitoso e construtivo com todas as forças da sociedade civil. E no coração da missão evangelizadora se encontra a exigência do anúncio explícito do nome de Jesus Cristo, que se concretiza na dimensão missionária, através da qual os cristãos hão de chegar até os confins da terra. É a razão de ser da Igreja. Enfim, o testemunho da comunhão, que se concretiza na dimensão comunitário-participativa, a vida das comunidades de Igreja, o relacionamento entre as pessoas de fé, realizando a palavra de Jesus: “Que todos sejam um, para que o mundo creia” (Jo 17,21). 
Por onde começar? Segundo as situações e ambientes, a Evangelização pode se iniciar com o diálogo ou o serviço silencioso da caridade. Outras pessoas sentir-se-ão atraídas por uma comunidade viva, na qual todos se amam. A pregação explícita do Evangelho pode ser para muitos o primeiro passo. Vale a pena perguntar-nos sobre o caminho que o Espírito Santo usou conosco!
A Igreja não tem medo dos desafios, porque sabe que é acompanhada pelo Espírito Santo, penhor das promessas de Jesus. Para continuar sua peregrinação evangelizadora, pede ao Pai do Céu: “Dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras”. A melhor delas é que a luz do Evangelho chegue a todos os homens e mulheres de nosso tempo!
 









 
 

sábado, 21 de janeiro de 2012

Ano da Fé: Tempo propício


Dom Orani João Tempesta, O. Cist. - Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Durante a trezena de São Sebastião anunciamos os grandes temas deste ano em nossa Arquidiocese. E um deles, sem dúvida, é o tema de toda a Igreja Católica: o Ano da Fé.

Sua Santidade, o Papa Bento XVI, decidiu proclamar um “Ano da Fé”. Começará no dia 11 de outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, e aniversário de vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, no dia 24 de novembro de 2013. Nesse mesmo mês estaremos vivendo mais um Sínodo dos Bispos, cujo tema será sobre a Nova Evangelização.


Todos nós, os católicos, devemos participar desse ano com “todo seu coração, com toda sua alma e com todo seu entendimento” (Mt 22,37). Mas qual é o sentido do Ano da Fé? A fé ainda tem espaço em nossa cultura secularizada? Em um mundo cheio de misérias, fome, guerras, onde Deus parece não ter lugar e nem vez, não seria uma alienação proclamar um Ano da Fé? Para que serve a fé?


Esses e outros interrogantes são propostos aos cristãos. Respondê-los se faz necessário para todos os que desejam viver sua fé com consciência, e não apenas como uma herança de seus pais e avós esquecida e guardada em um canto perdido da própria vida, e que não possui nenhuma incidência concreta no modo de viver, pensar, ser e relacionar-se.


O cristão diante dessa problemática não se cala e nem deve se calar. Devemos descobrir na oração os desígnios de Deus e dar respostas adequadas. Gostaria de convidá-los a percorrer comigo um itinerário que nos leve a descobrir o significado, importância e necessidade do Ano da Fé.


a. O Ano da Fé significa agradecer


O ser humano, em seu estado natural, possui inteligência e vontade com potencialidades infinitas. A beleza que surge das mãos dos homens é um reflexo da beleza que surge das mãos do Criador. No entanto, não quis Deus que o homem permanecesse apenas em seu estado natural e nos deu o dom da fé.


O dom da fé e da graça eleva o homem ao estado sobrenatural, somos filhos de Deus (1Jo 3,1). Neste estado podemos dizer com São Paulo “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gal 2,20). O estado sobrenatural não está em conflito com o estado natural. A graça não destrói a natureza, a supõe, eleva e aperfeiçoa.


A fé nos eleva a uma condição superior, mas não de superioridade. É na vivência profunda da fé que o homem se encontra completamente consigo mesmo e com o outro, e realiza plenamente a vocação a que foi chamado.


Cristo é nosso Senhor e nos convida a contemplar o mundo e seus irmãos com novos olhos. A fé, bem acolhida e cultivada, nos oferece uma lente que permite perceber a realidade com o coração de Deus. Por isto, o cristão não é indiferente aos assuntos do mundo. O sofrimento e a dor que assolam a humanidade devem ser sentidos, sofridos e compadecidos com maior intensidade por aqueles que se declaram apóstolos de Cristo. É com o amor de Deus que amamos o mundo. A fé não é alienação, ao contrário, é trazer ao mundo um pouco do divino, é lapidar a beleza da criação muitas vezes escondida pela nuvem do pecado. A verdadeira alienação é não acolher, cultivar e promover o dom da fé. A busca de infinito que permeia o coração humano encontra nela seu porto seguro, pois somente através desse magnífico dom descobrimos quem realmente somos. Como dizia Santo Agostinho: “Fizeste-me para Ti, Senhor, e o meu coração inquieto está enquanto não descansa em Ti” (Confissões, l.1, n.1). Elevemos todos uma oração de agradecimento a Deus pelo dom da Fé que nos enriquece, fazendo-nos mais humanos e filhos de Deus.


b. No Ano da Fé é necessário dar razões


São Pedro, em sua epístola, nos convida a dar razões de nossa esperança. “Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito.” (1Pe. 3,15) Não basta celebrar. A verdadeira ação de graças ao Senhor exige que desenvolvamos o dom recebido. A fé é a resposta que o coração humano naturalmente anseia encontrar. No entanto, o dom da fé não exclui a necessidade de utilizar o dom da razão para compreender melhor os mistérios revelados por Deus, de fazê-los compreensíveis e acessíveis ao homem em cada momento histórico. Existe a inteligência da Fé que deve ser, unida à luz da graça, desenvolvida a fim de que cada cristão possa aderir com maior liberdade às verdades reveladas.


Só a partir de uma livre, consciente e renovada adesão à própria fé haverá plena responsabilidade na vivência e testemunho desse dom. É aqui onde dom e resposta, graça divina e liberdade humana devem se dar as mãos para que a fé possa cair em terra fértil, semear e dar frutos em abundância.


Esforcemo-nos por conhecer profundamente a fé que professamos. Criemos grupos de estudos e reflexão, estudemos nossa história. Possuímos um instrumento maravilhosamente privilegiado para esta finalidade: o Catecismo da Igreja Católica, que se apresenta também no formato de compêndio e no formato para jovens, o YouCat, lançado na Jornada Mundial da Juventude em Madri. Todos são fontes riquíssimas para alimentar nossa alma e nossa inteligência. Temos também o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, os documentos do Concilio Vaticano II, as encíclicas papais e, acima de tudo, a Sagrada Escritura.


Utilizemos as ferramentas que a sociedade moderna nos oferece para nos atualizarmos, conhecermo-nos e encontrarmo-nos. É louvável a iniciativa de diversos grupos de jovens que, na impossibilidade de encontrar-se fisicamente com frequência, utilizam os bate-papos, os grupos que as diversas mídias sociais oferecem. Desejo, vivamente, que estes grupos se multipliquem. É importante que estejam guiados por uma pessoa ou que tenham um moderador ou consultor com conhecimentos filosóficos e teológicos, que iluminem e ajudem a entender melhor a própria fé.


Pelo batismo, somos, desde já, cidadãos do Céu, mas devemos ser conscientes dessa tão alta dignidade. Não devemos nos acanhar diante dos desafios que o mundo apresenta. A Igreja não possui apenas dois mil anos de história, mas ela e, consequentemente cada um de nós que estamos em comunhão com a Igreja, possuímos a assistência do Logos Divino, da sabedoria eterna, que nos é dada através dos dons do Espírito Santo. Não devemos ter medo de dialogar com o mundo contemporâneo. É nossa missão evangelizar a cultura. Como afirma Bento XVI, "a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade."(Porta Fidei, n. 12). Sejamos os promotores da Verdade na caridade, e da caridade na Verdade.


c. No Ano da Fé é importante proclamar


Bento XVI, com muita sabedoria, alerta que muitos cristãos sentem "maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária." (Porta Fidei,2) Diante dos desafios que nos apresentam a sociedade secularizada, nossa primeira reação é lançar-nos a fazer algo. Desejamos, justificadamente, e nos esforçamos, com boas intenções, por unir pessoas, grupos e entidades para combater aquilo que consideramos como nocivo ao cristianismo e à humanidade.


Considero importantes todas as iniciativas que visam promover nossa fé e incidir positivamente na sociedade e que contenham o avanço do mal que se alastra em nossa cultura. Mas, o que seriam dessas iniciativas de luta e de força, de combate e embate sem a fé? Não vejo os primeiros cristãos se conjurando para dominar as instituições através da força e do poder. A ação mais importante e fecunda de nossos primeiros irmãos foi, a partir de experiência que nasce do encontro pessoal com Cristo, testemunhar com a própria vida que Deus existe. Os pagãos se sentiam atraídos pela beleza da fé católica e pela caridade com que viviam os primeiros cristãos, e chegavam a exclamar: “Vede como se amam” (Tertuliano, Apol.,39).


É na caridade, na alegria, no entusiasmo e na felicidade da vivência de nossa fé que iremos permear o mundo da esperança e do amor cristão. É no respeito, no diálogo aberto, sincero e inteligente que construiremos pontes entre a Fé e o mundo contemporâneo. Já existem muitos muros! Aprendamos a difícil arte de escutar, entender, compreender e defender sem medo nossa fé, com serenidade e respeito A evangelização e nossas ações sociais só produzirão efeito a partir do momento em que cada cristão tiver um encontro pessoal com Cristo. Nossa fé não é fruto de uma decisão, mas de um encontro, e só a partir desse encontro nossa evangelização será uma luz que atrai por sua beleza divina.


Onde se realiza esse encontro? Não se é cristão sozinho. O ser humano é um ser social por natureza. É na comunidade de fé e na Igreja, como custódia dos sacramentos de Cristo, que encontraremos, renovaremos e promoveremos nossa fé. Só podemos nos dizer plenamente cristãos se encontrarmos nossos irmãos na oração, na eucaristia e na reconciliação. Sem comunidade não há família cristã. É através do mistério do Corpo Místico de Cristo onde toda a Igreja se encontra. É na liturgia e nos sacramentos que toda ação tem sentido. "Sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz, porque faltaria a graça que sustenta o testemunho dos cristãos." (Porta Fidei, n.11)


É na vivência comunitária de nossa Fé que encontramos o amor de Cristo. «Caritas Christi urget nos – o amor de Cristo nos impele» (2 Cor 5, 14). Sua Santidade afirma que “é o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar. Hoje, como outrora, Ele envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28, 19).” (Porta Fidei, n.7)


O amor de Deus cria! A palavra criação possui a mesma raiz grega da palavra poesia “poietés”. Assim, Deus é o verdadeiro poeta e nós somos um poema de Deus. Por isso, é impossível não ficar admirando, contemplando o sol que nasce no horizonte, ou a lua cheia que cresce por trás dos montes. A natureza são versos divinos que nos remetem a Deus. Aqui, em nossa cidade maravilhosa, temos o momento e local para aplaudir o pôr do sol. No entanto, afirmo que não há maior milagre e poesia mais bela do que o olhar e o sorriso de um cristão que vive no mundo com coerência, simplicidade e entusiasmo a sua fé.


O católico tocado pela fé é uma das provas e evidências mais fortes da existência de Deus. Quando conheço um cristão coerente, vejo um milagre da criação. Vejo Deus na Terra e percebo que não há trevas que possam invadir um mundo dominado pela luz da fé, pelo sal do testemunho e pelo bálsamo da caridade. Em cada um de nós, de certo modo, se realizam de maneira plena as palavras de Cristo: “Eu estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos (Mt 28,20).


Peçamos a Nosso Senhor Jesus Cristo a graça de viver nossa fé com toda nossa alma, com todo nosso coração e com todo nosso entendimento. Só assim seremos o que temos de ser e transformaremos o mundo. Só em Cristo, por Cristo e com Cristo conseguiremos transmitir os tesouros de nossa fé e incidir positiva e efetivamente na sociedade. Não tenhamos medo de falar daquilo que preenche nosso coração; não tenhamos medo de falar d'Aquele que dá um sentido último às nossas vidas. Subamos nos telhados e nos preparemos para anunciar com amor que o Amor existe, se fez carne e habita em nós e está entre nós.


Preparemo-nos, através da oração, da adoração, da eucaristia, da reconciliação e da missão pessoal e comunitária para o Ano da Fé, que coincidirá, para o nosso júbilo, com a preparação e a realização da JMJ Rio 2013!



FONTE: http://www.arquidiocese.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm 

FALAR DA LEGIÃO É UM PRAZER MUITO GRANDE E É UM PRIVILÉGIO ESTAR  INSERIDA EM SUAS FILEIRAS.

O que é Legião?

É uma associação de leigos católicos, sob a proteção de Nossa Senhora e com aprovação da Igreja, que pela oração e pelo trabalho ativo apostólico, promove a santificação de seus legionários. A Legião tem apenas em vista o bem espiritual e, portanto, não dá auxílio material.


Onde foi fundada?

Na Irlanda em 1921 e se espalhou pelo mundo inteiro, chegando ao Brasil em 1951. O primeiro grupo foi formado no Rio de Janeiro, na Igreja Nossa Senhora de Fátima, na Rua do Riachuelo. Está em todo o Brasil, nos mais longínquos lugares, numa expansão continuada. Há legionários que vão à Amazônia para fundar Praesidia e voltam lá para mantê-los unidos e com trabalhos corajosos.


Quem pode ingressar na Legião?

Todos os católicos praticantes que o desejarem, homens e mulheres, casados e solteiros, sem distinção de classe, profissão ou cultura e até jovens abaixo dos 18 anos.

Como é constituída a Legião?

De duas categorias: legionários ativos e legionários auxiliares.

O que fazem os ativos?

Comprometem-se a orar e a visitar, num trabalho ativo de apostolado espiritual, que é orientado através de reuniões semanais obrigatórias. Como também a ler o manual, que orienta a vida legionária e mantém os legionários ligados ao ideal para o qual a Legião foi criada. A Legião de Maria é, portanto, a vida do cristão em oração e ação.
 

A quem os legionários ativos visitam?

Fazem visitas domiciliares a idosos, famílias enlutadas, doentes e sempre que houver necessidade de uma palavra amiga e confortadora.

Visita também hospitais, presídios, orfanatos, asilos; dentro da área consignada à Paróquia.


E os legionários auxiliares o que fazem?

As pessoas que não podem freqüentar as reuniões, nem realizar o trabalho de apostolado legionário. Mas podem contribuir com suas orações para a obra que Nossa Senhora faz, por intermédio dos legionários ativos, isto é, ajudam os legionários ativos a serem bem sucedidos nas suas visitas.


Quais são as orações diárias?

É recomendado reza do terço e da Tessera toda, tanto para ativos, como auxiliares.


Os legionários são responsáveis pela salvação dos irmãos?

Sim, deve-se trabalhar pela própria santificação e pela de todos os membros do corpo místico de Cristo e é, com esta finalidade, que os legionários trabalham.

O que diz o Manual sobre a Legião?

Na página 12 a reflexão é essa:

“O espírito da Legião é o próprio espírito de Maria, especialmente imitar profundamente a humildade de Maria, sua perfeita obediência, sua oração constante, sua paciência heróica, sua sabedoria celeste, seu amor corajoso e sacrificado a Deus e acima de tudo, sua fé”.

Se nota que algumas pessoas se surpreendem com a disciplina rígida da Legião, espantam-se porque não conhecem de quem os legionários estão seguindo o exemplo. Mas quando tomam conhecimento, aos poucos, passam a compreender o desejo de imitar Nossa Senhora.

Portanto, a finalidade da Legião de Maria é um convite à comunhão, pois o ser humano torna-se um solidário devido às suas fraquezas, que o dividem e o isolam. Só o amor pode vencer e selar a unidade.

A Legião convida a inserção numa comunidade como um ingresso a um exército. Assim diz a Catena:

“Quem é esta que avança, como a aurora, formosa como a lua, brilhante como o sol, terrível com um exército em ordem de batalha.”

O modelo está no exército dos imperadores romanos, o melhor de todos os tempos, que era submisso às autoridades militares, com disciplina, presteza e obediência. Os legionários são fortes, não porque pertencem a um exército comum, mas por serem inseridos a uma comunidade de fé, sob a proteção de Maria.

Se a Legião é uma comunidade de fé, o que os legionários mais atentos aprendem?

* Aprendem que cada um contribui dentro dos seus limites pessoais e cada um respeita os limites pessoais do outros. Todos têm limitações, e quando há esse reconhecimento o convívio melhora. Ou seja, só ocorre o reconhecimento dos limites dos outros, se houver o próprio reconhecimento de limite.

* instruir-se a reconhecer suas fraquezas e a saber que o amor que se exprimi é parte de um amor maior, que é Deus. É a graça de Deus para todos.

* Os legionários descobrem que a sua vida é um dom a ser repartido. Aprendem com as visitas a serem mais solidários.

* A valorização do ser humano, acima do resultado dos esforços. Aprendem o que vale é o esforço e não o resultado. Os olhos humanos nem sempre são bem sucedidos.

* A encontrar forças nas perdas e esperança nas dificuldades. Assim se fortifica a fé.

* Que é necessário carregar os defeitos e sofrimentos uns dos outros. Sendo mais tolerantes.

* Que não se pode reconhecer uns aos outros pela mente, só pela comunhão de Deus. Que todos são iguais, mas somente se estiverem ligados a Deus.

* Todos têm acesso à mesma infinitude. Todos são co-herdeiros com Cristo em Deus. Há um laço invisível entre todos que tocam a comunhão interior. Pelo menos em certa medida, uns mais, outros menos, depende de cada um.

* Que a cooperação amorosa mantida, uns com os outros demonstra unidade com Deus e com toda a sua maravilhosa criação.

Jesus recomenda em JO 15, 4-5:

“Permanecei em mim, como eu em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanece na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque, sem mim, nada podeis fazer.”

Portanto, o que é necessário é deixar fluir o amor divino que está dentro de cada um, indo ao encontro de quem, naquele momento, esteja precisando.

“A Legião é um milagre dos tempos modernos, pois foi reconhecido que só com a participação de todos pode se ter um mundo melhor.”

Os legionários devem se esforçar, com a ajuda de Maria, a ir ao encontro de quem precisa. Fazendo uma ponte entre a Paróquia e os paroquianos;

A Legião de Maria é um “apostolado gratificante.” E ela está de portas abertas para quem queira fazer parte deste apostolado gratificante. Nossa Mãe Maria e os legionários ficam contente com o ingresso de mais soldados.

Salve Maria!

Maria Ivone

(V Encontro dos Legionários Auxiliares – Igreja Santa Edwiges/RJ)
FONTE: http://www.legiaodemaria.org.br/2601.html

domingo, 15 de janeiro de 2012

Belém vai à missão


O Projeto Igreja Belém em Missão foi lançado, no dia 9, com objetivo de fazer com que a Palavra seja conhecida, amada e vivenciada por todos. Além de ser uma preparação para o XVII Congresso Eucarístico Nacional e a comemoração dos 400 anos da fundação da capital paraense, ambos em 2016.
Em comunhão com a dimensão missionária continental apresentada na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, em 2007, o projeto busca "confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho arraigada em nossa história, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários" (Documento de Aparecida).
Para monsenhor Raimundo Possidônio, até 2015, a meta é "evangelizar a cidade de Belém e prepará-la para os 400 anos de evangelização de Belém". "Nós vamos fazer isso dando vários passos. Um trabalho capilar de evangelização, que nós chamamos também de porta-a-porta, rua-a-rua, pra levar e transmitir a Boa Nova do evangelho às pessoas e formar comunidades nas regiões onde não existe a presença da Igreja Católica, onde ela é rarefeita", explica.
Dois encontros de formação já foram realizados na Arquidiocese de Belém, com cerca de 600 missionários, em agosto e novembro. O próximo será um retiro espiritual nos dias 19 e 20 de março e o objetivo é duplicar o número de enviados à missão. Segundo o sacerdote "cada grupo missionário tem que escolher uma área de atuação para o projeto, na paróquia ou na cidade de Belém. Neste momento eles estão nessas áreas para conhecer melhor, conhecer as pessoas. E, ao mesmo tempo, eles estão com outra tarefa que é envolver toda a paróquia, o pároco, conselho pastoral e as pastorais neste trabalho".
Monsenhor Possidônio esclarece que o projeto Igreja Belém em Missão é realizável graças ao empenho e dedicação do laicato: "Sem o leigo não há trabalho pastoral, não há trabalho missionário, não há trabalho de Igreja. A função do pároco é ser o incentivador, o animador, que integra que articula, mas quem faz o trabalho missionário é o leigo. O leigo é de fundamental importância para que se faça, deste Belém em Missão, um projeto que realmente prepare a Arquidiocese para as celebrações jubilares de 2016". 

No teatro da vida, a vida em teatro

Padre Agostinho Cruz
afs.cruz@hotmail.com

Bacharelado em Teologia pela Faculdade Dehoniana (SP)
Pároco de São João Batista e Nossa Senhora das Graças (Icoaraci)


Não me farei de rogado ao escrever estas poucas linhas em detrimento de um homem, ator e padre. Falo de Cláudio Barradas. Eu o conheço pouquíssimo, apenas de um tempo em que fiz parte de seu pastoreio, como seu paroquiano em Santa Izabel do Pará. É um homem de grandes facetas. Seja pela eloquência no falar, seja pelo sacerdócio, tanto quanto pela arte de encenar a vida; um dom sem igual, carregado de ritos e disciplina.

Na segunda-feira da oitava do Natal do Senhor, recebi um telefonema, no qual fui convidado para apreciar ao espetáculo Vida e morte Severina, obra de João Cabral de Melo Neto, dirigida e interpretada pelo octogenário Padre Cláudio Barradas, e com brilhante participação coadjuvante de seus paroquianos. E que encenação!

Dizem que a vida é um grande palco onde se desenrola o drama da existência humana. É verdade! Na dança e na orquestra da vida o humano é o ponto central na luminosidade deste espetáculo. Isso bem nos ensina esse sacerdote que encarna papeis tão vibrantes com sua arte cênica.

Já tive oportunidade de vê-lo em cena, em outras oportunidades; mas parece que o tempo não o escraviza, nem o relega ao fator da idade. Bem verdade, é a arte que o faz viver, porque ele vive com arte. O que mais me encanta neste ator-sacerdote é sua capacidade de fazer dos anônimos paroquianos, grandes interpretes de um texto tão rico e tão denso de emoção e força vital, como este de João Cabral de Melo Neto.

É dessa maneira que aprendo como a vida pode ser sempre recriada, redirecionada, projeta para além dos limites condicionais do espaço e do tempo. Cada ser humano, arte do Criador, carrega em si um dom de capacidade, de se fazer presença no mundo, de revelar ao outro o outro que existe dentro de cada um. Isso mesmo, a vida humana é uma saga a ser vivida a cada dia, como o retirante Severino, buscando melhores condições de vida, descortinando em meio a morte que sôfrega por arrebata-lo ronda-lhe na sua sina. E quem de nós, não se vê nessa situação? Quem não deseja fugir da sina da morte e de seus rodeios? Todo ser humano.

Todos nós somos "Severinos" nesta vida; estamos em busca de respostas; queremos o que o outro sacie nossa sede com informações e formações; queremos que o outro nos dê a solução. Bem lembrado nesta encenação é o momento em que o "mestre Carpina", diante do nascimento do filho, procura retomar o rumo da prosa e diz a nós "Severinos" que não sabe a resposta da pergunta que foi feita, mas, melhor do que palavras, o nascimento de uma criança podia ser uma resposta: "A vida a pena ser vivida"!

Este drama da existência humana, tecida no sertão nordestino, é o mesmo que carregamos dentro de nosso coração. E todo drama é carregado de emoções, de ansiedades, e porque não dizer de frustrações.

As lições que o teatro pode nos dar são muitas. A começar pela disciplina, a postura, a desenvoltura, o sentido de espaço e tempo, a relação com o outro, o interpretar a vida e deixar-se interpretar pelo outro, e tantas mais. Destarte, cada um de nós pudesse viver a teatralidade na cotidianidade de nossa efêmera existência. Saberíamos melhor como lidar com as adversas situações, saberíamos viver, mesmo que tivéssemos a morte diante de nossos olhos; conseguiríamos alimentar nossos sonhos, mesma na correnteza contrário dos contrários, dos versos e reversos.

Padre Cláudio Barradas com sua carga de dramaticidade e leveza teatral vive o que nós, muita vezes queríamos viver, fantasiar e ensaiar, mas que esbarramos em nossos bloqueios emocionais. Deveríamos aprender com este sacerdote-ator ou ator-sacerdote, a tornamo-nos mais joviais a cada nova cena que a vida faz surgir no palco, quando as cortinas se abrem e a penumbra sede lugar a luminosidade do artista que existe em nós.

No teatro da vida, a vida em teatro, é a nossa existência cênica e a nossa encenação de querer viver melhor a cada dia. Portanto, não nos prendamos a sermos meros espectadores da vida, sejamos audaciosos e ansiosos por querer viver o teatro da vida, uma vez que ela se descortina diante dos nossos olhos deste o nosso nascer, e as cortinas se cerrarão quando cerrarem nossos olhos.


Observadores de estrelas


Dom Alberto Taveira
Arcebispo Metropolitano de Belém


A Igreja reza no início do ano, pedindo assim: “Ó Deus, que hoje revelastes o vosso Filho às nações, guiando-as pela estrela, concedei aos vossos servos e servas, que já vos conhecem pela fé, contemplar-vos um dia face a face no céu”. Até alcançar a meta, peregrinamos pela história, compartilhando a procura e o encontro com Deus.

As celebrações da Igreja dão ritmo à aventura humana em busca do Céu. E a devoção popular preencheu nosso imaginário de tantas cenas decalcadas do Presépio, comemoradas por lindas tradições, com as quais a música e a dança souberam cantar em verso e prosa os episódios ligados ao Mistério da Encarnação do Verbo eterno de Deus. Das mais ricas de simbolismo é o Dia de Reis, Epifania, a manifestação de Jesus Cristo ao mundo, quando visitado por homens chegados do Oriente. Eram curiosos, cientistas de seu tempo, astrônomos ou astrólogos?

Chamemo-los como quisermos, mas tinham uma característica que permanece até hoje, pois eram homens que procuravam ansiosamente a verdade. Olhando as estrelas ou seguindo rastros por terra, atrás deles há uma imensa multidão de homens e mulheres que perguntam, e nossa geração tem a responsabilidade de indicar-lhes o caminho, dizendo que o Messias nasceu em Belém de Judá. Pode acontecer que muitos fiquem decepcionados, por encontrar-nos mais “herodes” do que “sábios”. Nossas informações hão de ser sinceras e honestas, sem segundas intenções, sem pretender ocupar o lugar daquele rei nascido que é caminho, verdade e vida.

O Papa Bento XVI, num encontro de diálogo e oração com representantes de várias religiões do mundo, realizado no ultimo mês de outubro na cidade de Assis, num discurso antológico, constatou com sabedoria uma situação de nosso tempo: “Ao lado das duas realidades, religião e anti-religião, existe, no mundo do agnosticismo em expansão, outra orientação de fundo: pessoas às quais não foi concedido o dom de poder crer e todavia procuram a verdade, estão à procura de Deus. Tais pessoas não se limitam a afirmar ‘Não existe nenhum Deus’, mas elas sofrem devido à sua ausência e, procurando a verdade e o bem, estão, intimamente, a caminho dele. São ‘peregrinos da verdade, peregrinos da paz’. Colocam questões tanto a uma parte como à outra. Aos ateus combativos, tiram-lhes aquela falsa certeza com que pretendem saber que não existe um Deus, e convidam-nos a tornarem-se, em lugar de polêmicos, pessoas à procura, que não perdem a esperança de que a verdade exista e que nós podemos e devemos viver em função dela. Mas, tais pessoas chamam em causa também os membros das religiões, para que não considerem Deus como uma propriedade que de tal modo lhes pertence que se sintam autorizados à violência contra os demais. Estas pessoas procuram a verdade, procuram o verdadeiro Deus, cuja imagem não raramente fica escondida nas religiões, devido ao modo como eventualmente são praticadas. Que os agnósticos não consigam encontrar a Deus depende também dos que creem, com a sua imagem diminuída ou mesmo deturpada de Deus. Assim, a sua luta interior e o seu interrogar-se constituem para os que creem também um apelo a purificarem a sua fé, para que Deus – o verdadeiro Deus – se torne acessível. Por isto mesmo, convidei representantes deste terceiro grupo para o Encontro em Assis, que não reúne somente representantes de instituições religiosas. Trata-se de nos sentirmos juntos neste caminhar para a verdade, de nos comprometermos decisivamente pela dignidade do homem e de assumirmos juntos a causa da paz contra toda a espécie de violência que destrói o direito. Asseguro-vos que a Igreja Católica não desistirá da luta contra a violência, do seu compromisso pela paz no mundo. Vivemos animados pelo desejo comum de ser ‘peregrinos da verdade, peregrinos da paz’.”

A ousadia e a coragem do Papa põe em questão nossa prática religiosa e nos abre horizontes desafiadores no ano que se inicia, à luz da Festa da Epifania. Os homens e mulheres de fé, e apelo especialmente aos que comungam comigo a fé católica, são chamados a oferecer um testemunho autêntico de Jesus Cristo e de sua presença. Têm vocação parecida como a da estrela-guia que conduziu sábios à simplicidade da gruta de Belém Não tem sentido ser mais ou menos cristãos nem mais ou menos católicos. Somente Jesus Cristo vence as maiores resistências que possam existir. Não diminuir o evangelho nem pretender criar um cristianismo mitigado, pois isso não agrada ninguém. A convivência com pessoas que pensam de forma diferente será aberta, honesta e respeitosa, descobrindo o bem que existe em toda parte e oferecendo-lhe como dom as nossas convicções. Reconhecer nas estrelas que contemplam a sede de Deus, plantada indelevelmente no coração humano.


Ele veio para chamar os pecadores


Dom Alberto Taveira
Arcebispo Metropolitano de Belém

Jesus viajou pouco. Uma boa parte de sua missão se desenvolveu às margens do Mar da Galileia, também chamado Lago de Genesaré. Algumas vezes foi a Jerusalém, teve contato com populações do outro lado do Lago, fez uma incursão em Tiro e Sidônia, um giro pela chamada Decápole e basta. No entanto, é a qualidade de seu relacionamento com as pessoas e situações que faz a diferença. Seus doze apóstolos e com eles os cerca de setenta e dois discípulos, mais algumas mulheres que caminhavam com ele, foram o grupo escolhido, tirado do meio da multidão, para espalhar o anúncio do Reino de Deus.Os apóstolos eram gente simples. Cheios de qualidades e defeitos, muito parecidos conosco. Alguns pescadores, André, Simão Pedro, Tiago e João, chamados à beira do Lago, um Simão que fazia parte do grupo radical dos zelotas, gente ingênua como Filipe ou desconfiada como Bartolomeu. De Judas Tadeu dizem ter sido funcionário público, de Judas que foi o traidor. Tomé, que nos ajudou tanto com sua profissão de fé – “Meu Senhor e meu Deus!” – é conhecido como o homem de dúvida!

Em Mateus, cuja história é narrada no Evangelho com alguns detalhes (Mc 2,13-17), vem em relevo a fama de pecador e a profissão de publicano. É que as duas categorias andavam juntas, pois os publicanos com frequência tratavam com os não judeus e abusavam do cargo de coletores de impostos em nome dos romanos, pelo que eram odiados e classificados entre os pecadores. O chamado de Jesus supera preconceitos e convenções. A lista dos primeiros já mostra porque todos nós encontramos lugar!

O Senhor não pretende formar uma casta ilibada de homens e mulheres perfeitos. Ele chama decididamente a todos. Há lugar para os pecadores, quanto se reconhecem como tais. Não consegue entrar no Reino quem se incha de orgulho e olha do alto a plebe ignara! Outro publicano, aquele da oração ao lado do fariseu (Lc 18,9-14), na parábola contada por Jesus, encontrou a justificação justamente porque “quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado”. Parece até que Jesus prefere os mais fracos! Basta ver a multidão de estropiados, cegos, surdos-mudos, paralíticos, marginalizados de toda espécie, que dele se aproximam. Contudo, a preferência de Jesus não é pelo pecado, quanto pelo pecador. Deus abomina o pecado, mas ama com amor infinito o pecador. Contar vantagem dos próprios pecados ou crimes não é ser pecador. Há muitos outros adjetivos a serem atribuídos a tal situação.

O relativismo reinante em nosso tempo pretende nivelar tudo, sem discernimento. Qualquer palavra do Papa e dos Bispos em matéria moral é entendida como intromissão indevida num mundo em que vale tudo e em que se perdeu o sentido do pecado. Vale o exemplo das reações contra afirmações de Bento XVI na semana passada em audiência aos Diplomatas acreditados no Vaticano, quando disse que “a educação tem necessidade de lugares. Dentre estes, conta-se em primeiro lugar a família, fundada sobre o matrimônio entre um homem e uma mulher; não se trata duma simples convenção social, mas antes da célula fundamental de toda a sociedade. Por conseguinte, as políticas que atentam contra a família ameaçam a dignidade humana e o próprio futuro da humanidade”.

Para sermos “incluídos” na categoria de pecadores como se entende na Bíblia e na Igreja, alguns passos sejam dados, começando pelo reconhecimento das próprias limitações e fraquezas. Depois, a coragem de dizer que carecemos da misericórdia. Ora, para reconhecer-se pecador é necessário tomar consciência do que é o pecado, ou seja, saber que existe pecado.

O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a reta consciência. É uma falha contra o verdadeiro amor para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e atenta contra a solidariedade humana. O pecado é uma ofensa a Deus, é contrário ao amor que Deus nos tem e afasta dele os nossos corações. É uma desobediência, uma revolta contra Deus, pela vontade de os homens se tornarem como deuses, pretendendo conhecer e determinar por si próprios o que é bem e o que é mal (Gn 3, 5), ignorando a lei inscrita por Deus na consciência. Ele é o amor de si próprio levado até ao desprezo de Deus. Por esta exaltação orgulhosa de si mesmo, o pecado é diametralmente oposto à obediência de Jesus, que realizou a salvação (cf. Catecismo da Igreja Católica, números 1849-1851).

O pecado manifesta a sua violência e a sua multiplicidade: incredulidade, ódio assassino, rejeição e escárnio por parte dos chefes e do povo, covardia de Pilatos e crueldade dos soldados, traição de Judas tão dura para Jesus, negação de Pedro e abandono dos discípulos. No entanto, o sacrifício de Cristo torna-se a fonte de onde brotará, como fonte inesgotável, o perdão dos nossos pecados.

Reconhecer o pecado à luz da misericórdia de Deus gera então o passo dado por Mateus, o dever de deixar a vida passada e andar na companhia de Jesus, pois o processo de conversão é longo e exigente. Nele será necessária a ajuda mútua entre irmãos e irmãs de fé, para que todos tenham a força para perseverar até o fim. Mas a alegria do perdão resplandece desde o primeiro momento. É a festa do encontro com Deus!

Para viver assim, peçamos com a Igreja: Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão de nossos deveres e a força de cumpri-los!

CALENDÁRIO 2012

 

Janeiro-2012


Data

Evento
Local

Hora

14/01

Pré Curia

Com NS das Graças

17:00
22/01

Reunião da Curia

Igreja Matriz

  8:30
28/01
Jornada Apostólica

  8:00

Fevereiro-2012



Data

Evento
Local

Hora

11/02
Pré Curia
Com NS das Graças
17:00
12/02
Encontro com os Oficiais

  8:00
19/02
Reunião da Curia

Igreja Matriz

  8:30
22/02
Aniversário do P Rainha dos Apóstolos


26/02
Conhecendo Maria
Igreja Matriz
  9:00

Março-2012


Data

Evento
Local

Hora

10/03
Pré Curia
Com NS das Graças
17:00
11/03
Gincana Bíblica e ENEM da Legião

  8:00
13/03
Aniversário do P Rainha das Virgens


18/03
Reunião da Curia

Igreja Matriz

  8:30
25/03
Festa da Acies

 



Abril-2012



Data

Evento
Local

Hora

06/04
Celebração das Três Horas da Agonia

Igreja Matriz

12:00
14/04
Pré Curia
Com NS das Graças
17:00
22/04
Reunião da Curia

Igreja Matriz

  8:30

Maio-2012


Data

Evento
Local

Hora

11/05
Homenagem às mães
Igreja Matriz
19:00
12/05
Pré Curia
Com NS das Graças
17:00
20/05
Reunião da Curia
Igreja Matriz
8:30
27/05
Encontro com Oficiais

 



Junho-2012


Data

Evento
Local

Hora

09/06
Pré Curia

Com NS das Graças

17:00
09/06
Encontro com Ex-legionários

  9:00
17/06
Reunião da Curia

Igreja Matriz

  8:30

Julho-2012


Data

Evento
Local

Hora

07/07
Pré Curia

Com NS das Graças

17:00
13/07
Reunião da Curia

 



Agosto-2012

 


Data

Evento
Local

Hora

10/08
Pré Curia

Com NS das Graças

17:00
19/08
Reunião da Curia

Igreja Matriz

  8:30
25/08
VI Vigília Mariana
Casa da Legião de Maria
21:00

Setembro-2012


Data

Evento
Local

Hora

07/09
Aniversário da Legião de Maria


07/09
Sarau

 


08/09
Pré Curia
Com NS das Graças
17:00
16/09
Reunião da Curia

Igreja Matriz

  8:30
23/08
Jornada Apostólica

  9:00
30/09
Encontro com os Membros Auxiliares
Igreja Matriz
  8:30

Outubro-2012


Data

Evento
Local

Hora

13/10
Pré Curia

Igreja Matriz

  9:00
21/10
Reunião da Curia

Igreja Matriz

  8:30
27/10
Passeio anual

 

  8:00

Novembro-2012


Data

Evento
Local

Hora

02/11
Terço no Cemitério

Cemitério Santa Izabel


10/11
Pré Curia
Com NS das Graças
17:00
15/11
Visita a Instituição

  8:00
18/11
Reunião da Curia

Igreja Matriz

  8:30
25/11
Encontro com os Oficiais

 



Dezembro-2012


Data

Evento
Local

Hora

07/12
Reunião Geral Anual

Igreja Matriz

16:00
08/12
Pré Curia
Com NS das Graças
17:00
15/12
Avaliação Geral
Igreja Matriz
16:00
16/12
Reunião da Curia

Igreja Matriz

  8:30