| Data: 28/02/2012 Fonte: Dom Alberto Taveira |
| Acenda a Luz! |
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém
A Igreja reza
confiante na Quaresma: “Ó Deus, que nos mandastes ouvir o vosso Filho
amado, alimentai nosso espírito com a vossa palavra, para que purificado
o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão da vossa glória”. Mas é
bem realista perceber que há muitos fatos e problemas que dificultam
nosso “olhar de fé”. Multiplicam-se notícias de atos violentos e um sem
número de crimes que nos deixam estarrecidos. Num hipotético campeonato
de violência e criminalidade, nossa Belém já está à frente de muitas
outras regiões do país. A vida é banalizada, mata-se quase por
brincadeira, o trânsito se torna caótico e violento. Nosso sistema se
saúde, dos melhores do mundo em sua concepção, não consegue se
universalizar. Ainda que nosso país experimente uma fase positiva de
crescimento econômico, persistem as desigualdades sociais e muitos dos
projetos pessoais desmoronam como castelos de areia. Já estamos pagando
muito caro pelas opções feitas pela sociedade, nas últimas gerações.
Como olhar com fé todas estas realidades e enfrentar os desafios que nos
cercam?
Deus não
arquitetou qualquer castigo para a humanidade, justamente porque Ele é
só Amor. Nós mesmos combinamos nossas terríveis armações e nos enredamos
de tal forma que se erguem verdadeiros becos sem saída, dificultando a
percepção dos rumos a serem percorridos. É como uma criança que ganhou
um enorme brinquedo, cheio de aparatos eletrônicos, sem dúvida
maravilhosos, mas não sabe o que fazer com ele. Falta um manual de
instruções! Parece-nos estar num túnel escuro, que muitos chegam a
chamar de noite da cultura contemporânea.
Mesmo em quadros
culturais diferentes, a natureza humana é sempre a mesma. Os primeiros
discípulos de Jesus também se assustavam com as surpresas do caminho
percorrido com ele. Carregavam consigo as esperanças de séculos, no
desejo sincero da chegada do Messias esperado. No entanto, justamente
aquele em quem aprenderam a depositar confiança parece-lhes misterioso
demais para sua frágil capacidade de compreensão. Dura foi a progressiva
percepção de que ir atrás dele exigiria passar pela escuridão da cruz e
da morte. Era-lhes escandalosa a perspectiva de que sofrimento faz
parte e é estrada para a realização plena de qualquer pessoa. O impasse
em que se encontravam gritava pela luz!
Alguns deles foram
escolhidos para subir a um alto monte, que a tradição localizou no
Tabor (Mc 9, 2-12), para entenderem o seu segredo. A atenção que lhes
deu Jesus era tanta que até quis cercar-se de testemunhas abalizadas,
Moisés e Elias, a lei e os profetas. Mais ainda, abriu-lhes o Céu,
permitindo-lhes ouvir o Pai do Céu: “Então desceu uma nuvem e os
encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: Este é o meu Filho
amado. Escutai o que ele diz!” Viram a alvura da glória de Jesus, mais
bonita do que o trabalho da mais competente lavadeira do mundo. Ali, no
turbilhão de interpretações sobre Jesus, cercados pela perseguição e
incompreensão, deviam entender que Deus é o senhor da história e que a
saída tinha um nome, o de Jesus Cristo, o Filho amado a ser ouvido e
seguido. Tiveram que aprender quando desceram do monte, pois foram
obrigados ao silêncio, já que se tratava primeiro de viver do que falar.
Até hoje os
cristãos se vêem no mesmo impasse, pois inseridos nos mesmos desafios a
que estão sujeitos seus contemporâneos. A violência e a criminalidade
não pedem uma carteira de identidade religiosa, mas atingem a todos. As
perguntas pelo sentido da vida continuam a provocar! O que fazer com o
brinquedo que temos nas mãos, sabendo que dentro dele pode estar uma
bomba relógio?
O “manual de
instruções” diz que há que se arriscar no seguimento de alguém, cujo
nome é Jesus Cristo. Comece por ir atrás dele, apostando na imensa
legião de testemunhas, pessoas que passaram pelo vale da sombra da morte
ou que foram conduzidas aos píncaros da contemplação de seu amor. Com o
tempo, a compreensão do sentido da existência acontece. Mas é preciso
começar com a vida e com o coração. A noite da cultura é em grande parte
fruto das pretensões que quem quer ser, com a própria cabeça, dono do
mundo. Uma boa dose de simplicidade infantil e de gratuidade fará bem a
todos.
Pessoas assim
serão capazes de dar o primeiro passo. Nos quartos escuros da
existência, levantar-se para acender a luz acaba desfazendo os pequenos
ou grandes fantasmas. E mais ainda quando tomamos a iniciativa de
oferecer a luz do afeto, o carinho do elogio, a valorização do bem,
mesmo pequeno, que as pessoas sabem fazer. E se no mar de maldade
existente pudermos ir ao encontro da humanidade desfigurada, para
descobrir que ninguém foi feito para a perdição? Olhar ao redor e
perceber que há uma nuvem (Mc 9,7), símbolo da ação misteriosa do
Espírito Santo, na qual podemos entrar para ouvir a voz do Pai do Céu!
Homens e mulheres
de nosso tempo poderão oferecer o que têm de melhor, parecidos com
Abraão, sem medo de dar a Deus o próprio filho (Gn 22,1-18). Só assim
Deus poderá desfazer a triste lógica dos sacrifícios humanos que
persistem até hoje. E seu amor foi tão grande que aceitou entregar seu
Filho amado (Rm 8,31-34), permitindo-lhe entrar com amor infinito lá
dentro da lógica irracional da maldade, para resgatar todos os homens e
mulheres que, escravos do pecado, clamam por salvação. Com sua graça e
seguindo o rastro deixado por ele, a luz se acende! Na grande cidade ou
na grande humanidade, rostos transfigurados poderão emergir até das
cinzas! A beleza e a bondade para as quais a humanidade foi criada virão
à tona.
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Este Blog foi criado com o objetivo de divulgar a Legião de Maria pela Internet. A Legião de Maria é um movimento muito bonito que há na Igreja Católica, pois Evangelizamos as pessoas através das visitas domiciliares.
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domingo, 4 de março de 2012
Acenda a Luz!
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