domingo, 28 de fevereiro de 2010

Calendário

Diletos Legionários estamos disponibilizando o calendário 2010 das atividades de nossa Curia, para que todos fiquem atualizados.


Janeiro-2010

02/01 Missa do Imaculado Coração de Maria Igreja Matriz de 6:30

08/01 Pré Cúria Igreja Matriz 19:00

17/01 Reunião da Igreja Matriz Cúria 9:00

24/01 Jornada Apostólica 9:00



Fevereiro de 2010

06/02 Missa do Imaculado Coração de Maria Igreja Matriz de 6:30

12/02 Pré Cúria Igreja Matriz 19:00

21/02 Reunião da Curia Igreja Matriz 9:00

22/02 Aniversário do P Rainha dos Apóstolos



Março-2010

06/03 Missa do Imaculado Coração de Maria Igreja Matriz 6:30

13/03 Pré Curia Igreja Matriz 19:00

13/03 Aniversário do P Rainha das Virgens

Encontro com 14/03 Oficiais 9:00 Igreja Matriz

21/03 Festa da Igreja Matriz Acies Acies 15:30

28/03 Reunião da Curia Igreja Matriz 9:00



Abril-2010

03/04 Missa do Imaculado Coração de Maria Igreja Matriz 6:30

02/04 Celebração das Três Horas da Agonia Com NS das Graças 12:00

09/04 Pré Cúria Igreja Matriz 19:00

18/04 Reunião da Curia Igreja Matriz 9:00

25/04 Encontro com Oficiais 9:00



Maio-2010

01/05 Missa do Imaculado Coração de Maria Igreja Matriz de 6:30

07/05 Homenagem às Mães Igreja Matriz 19:00

14/05 Pré Cúria 19:00 Igreja Matriz

16/05 Reunião da Curia Igreja Matriz 9:00

30/05 Retiro Anual



Junho-2010

05/06 Missa do Imaculado Coração de Maria Igreja Matriz 6:30

12/06 Pré Cúria Igreja Matriz 19:00

13/06 Encontro com ex-legionários Igreja Matriz 9:00

20/06 Reunião da Igreja Matriz Cúria 9:00



Julho de 2010

03/07 Missa do Imaculado Coração de Maria Igreja Matriz 6:30

08/07 Pré Cúria 19:00 Igreja Matriz

09/07 XI Triduo Legionário Dia 1 com. NS das Graças 18:30

10/07 XI Triduo Legionário Dia 2 Igreja Matriz 16:00

11/07 XI Triduo Legionário Dia 3 18:30

11/07 Aniversário do P Rainha dos Anjos

14/07 Reunião da Curia Igreja Matriz 19:00





Agosto-2010

07/08 Missa do Imaculado Coração de Maria Igreja Matriz de 6:30

13/08 Pré Cúria 19:00 Igreja Matriz

15/08 Reunião da Curia Igreja Matriz 9:00

21/08 Jornada Apostólica Igreja Matriz 9:00

28/08 IV Vigília Mariana Casa da Legião de Maria 21:00

Setembro-2010

04/09 Missa do Imaculado Coração de Maria Igreja Matriz 6:30

07/09 Aniversário da Legião de Maria

Sarau 07/09

10/09 Pré Cúria Igreja Matriz 19:00

19/09 Reunião da Curia Igreja Matriz 9:00

26/09 Passeio Anual 8:00



Outubro de 2010

02/10 Missa do Imaculado Coração de Maria Igreja Matriz 6:30

08/10 Pré Cúria Igreja Matriz 19:00

17/10 Reunião da Curia Igreja Matriz 9:00

31/10 Conhecendo Maria 9:00



Novembro-2010

02/11 Terço no Cemitério Santa Izabel

06/11 Missa do Imaculado Coração de Maria Igreja Matriz de 6:30

12/11 Pré Cúria Igreja Matriz 19:00

14/11 Reunião da Curia Igreja Matriz 9:00

28/11 uma visita Instituição 8:00



Dezembro-2010

04/12 Missa do Imaculado Coração de Maria Igreja Matriz 6:30

11/12 Pré Curia Igreja Matriz 19:00

11/12 Reunião Geral Anual Igreja Matriz 16:00

18/12 Avaliação Geral Igreja Matriz 16:00

18/12 Igreja Matriz 18:00 Confraternização

19/12 Reunião da Igreja Matriz Cúria 9:00





Resumo da Legião

LEGIÃO DE MARIA
UM INSTRUMENTO DE EXTRAORDINÁRIA EFICÁCIA PARA A EDIFICAÇÃO E EXPANSÃO DO REINO DE DEUS
(Paulo VI)














“Vexilium Legionis”, adaptação do Vexilium da Legião romana, exprime a idéia de que a conquista do mundo, para Cristo, deve ser obra do Espírito Santo, por Maria, através dos seus filhos.


FRANK DUFF (1889 – 1980) Fundador da Legião de Maria. Participou, como auditor, do Concílio Vaticano II, a convite de Paulo VI.
Frank Duff nasceu em Dublim, na Irlanda, a 7 de junho de 1889. Entrou para o Funcionalismo Civil aos 18 anos. Aos 24, alistou-se na Sociedade de S. Vicente de Paulo, onde foi levado a um mais profundo compromisso com a sua Fé Católica e adquiriu, ao mesmo tempo, uma grande sensibilidade às necessidades dos pobres e desfavorecidos.
Juntamente com um grupo de senhoras católicas e o Padre Michael Toher, da Arquidiocese de Dublim, fundou o primeiro Praesidium da Legião de Maria, a 7 de setembro de 1921. A partir desta data até a morte, a 7 de novembro de 1980, orientou a extensão mundial da Legião, com heróica dedicação. Assistiu ao Concílio Vaticano II, como observador leigo.
Os seus ímpetos de profunda compreensão do papel da Santíssima Virgem no plano da Redenção, bem como do papel dos fiéis leigos na missão da Igreja, refletem-se no Manual, quase inteiramente, obra das suas mãos.

O INÍCIO
Em Dublim, a 7 de setembro de 1921, véspera da Natividade de Nossa Senhora e, por iniciativa de Frank Duff, jovem funcionário do Ministério das Finanças, reúnem-se umas quinze pessoas para juntas, procurar uma forma de apostolado.
Todos invocam o Espírito Santo e rezam o Terço, após o que resolvem visitar, dois a dois, tal como os Apóstolos, os doentes hospitalizados. Exprimem também o desejo de se reencontrarem todas as semanas.
A Legião de Maria acaba de nascer... com as suas características:
oração em comum
trabalho apostólico bem determinado
reunião semanal
E esta forma de apostolado, não elaborada no começo, mas animada de uma grande confiança na ação de Maria, a favor da evangelização, estende-se ao mundo inteiro.

FINALIDADE E ESPÍRITO DA LEGIÃO DE MARIA
A Legião de Maria é um Movimento internacional, católico de leigos que querem colaborar na Missão evangelizadora da Igreja.
Os seus membros praticam o apostolado direto através do contato pessoal, especialmente junto das pessoas mais afastadas da Igreja.
A espiritualidade da Legião de Maria baseia-se principalmente na fé, na ação conjugada do Espírito Santo e de Maria, na obra da Redenção e no estabelecimento do Reino de Deus, no mundo.
Os Legionários dão-se, pois, a Nossa Senhora; querem ajuda-la na sua missão de Mãe da Igreja, encarregada de criar e educar, na vida divina, os membros do Corpo de Cristo e também encarregada de combater o demônio que insiste em arrancar os homens do poder de Deus.
No exercício do seu apostolado, eles consideraram-se como “instrumentos” da Rainha dos Apóstolos e, pela sua íntima união com Ela, entregam-se à ação do Espírito Santo que é o principal agente da evangelização.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Histórico do Tríduo Legionário

No ano de 1999 os Membros do Praesidium Rainha das Virgens estavam passando por muitas dificuldades, e uma delas era do afastamento dos demais Praesidia, pois, a reunião era em uma comunidade afastada da Igreja Matriz, onde os demais grupos se reuniam. Deus me deu uma ideia que tal fazermos um encontro de 3 dias, onde poderíamos partilhar experiências e assim ajudar o Praesidium que estava com problemas. Foram três de encontro que ocorreram no em fevereiro de 2000. O interessante nesta situação foi que no outro ano os Membros exigiram que o encontro de 3 dias fosse realizado novamente. Neste I Tríduo Legionário tivemos um testemunho muito lindo de um Legionário que se drogava antes de ser da Legião. Louvamos a Deus com muita fé. Nossa Senhora com certeza estava derramando suas graças sobre nós, pois, este encontro já tem 10 anos de existência. Obrigado Senhor por tudo.
Abaixo temos o histórico dos encontro anteriores.

2000 – Unidade
Primeiro dia - Com Papa João XXIII
02/02/2000
Segundo dia - Com Papa João XXIII 03/02/2000
Terceiro dia - Com Papa João XXIII 04/02/2000

2001–Oração – ver– julgar – agir
Primeiro dia - Igreja Matriz 14/02/2001
Segundo dia - Igreja Matriz 15/02/2001
Terceiro dia - Igreja Matriz 16/02/2001

2002– Você é cristão? (Batismo – eucaristia – Penitência)
Primeiro dia - Com NS Aparecida 06/02/2002
Segundo dia - Com NS das Graças 07/02/2002
Terceiro dia - Com NS de Guadalupe 08/02/2002

2003 – Virtudes Teologais: (Fé–Esperança – Caridade)
Primeiro dia - Com NS Aparecida 24/02/2003
Segundo dia - Com NS de Guadalupe 25/02/2003

Terceiro dia - Com Papa João XXIII 26/02/2003

2004 – Jesus é o Senhor – Renascer no Espírito Santo – Tudo é do Pai
Primeiro dia - Com NS Aparecida 16/02/2004

Segundo dia - Com NS de Guadalupe 17/02/2004
Terceiro dia - Com Papa João XXIII 18/02/2004

2005 – Queremos ver Jesus (Caminho – verdade – vida)
Primeiro dia - Com São Pedro e São Paulo 31/01/2005
Segundo dia - Com NS de Guadalupe 01/02/2005
Terceiro dia - Com NS Aparecida 02/02/2005

2006 – Castidade – obediência – pobreza
Primeiro dia - Com NS Aparecida 20/02/2006
Segundo dia - Com NS das Graças 21/02/2006
Terceiro dia - Com Papa João XXIII 22/02/2006

2007– Maria nos Evangelhos sinóticos
Primeiro dia - Com NS Aparecida 12/02/2007
Segundo dia - Com NS das Graças 13/02/2007
Terceiro dia - Com Papa João XXIII 14/02/2007

2008 – Tríduo Pascal
Primeiro dia - Com NS Aparecida 29/01/2008
Segundo dia - Com Jesus de Nazaré 30/01/2008
Terceiro dia - Com Papa João XXIII 31/01/2008

2009 – oração – jejum e esmola
Primeiro dia - Casa da Legião 16/02/2009
Segundo dia - Casa da Legião 17/02/2009
Terceiro dia - Casa da Legião 18/02/2009

Estatísticas dos eventos:

Com Papa João XXIII 08 DIAS
Com NS Aparecida 07 DIAS
Com NS das Graças 03 DIAS
Com NS de Guadalupe 04 DIAS
Igreja Matriz 03 DIAS
Casa da Legião 03 DIAS
Com Jesus de Nazaré 01 DIA
Com São Pedro e São Paulo 01 DIA

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

AS 7 PALAVRAS

AS "SETE PALAVRAS DE CRISTO NA CRUZ".

Por Leandro Martins de Jesus

“Ó admirável poder da Cruz! Ó inefável glória da Paixão! Nela se encontra o tribunal do Senhor, o julgamento do mundo, o poder do Crucificado!” (São Leão Magno, Papa e Doutor da Igreja).

Nosso Senhor Jesus Cristo, após cravado na Santa Cruz para sofrer a Paixão a fim de nos salvar proferiu sete Palavras que ficaram consignadas no coração da Igreja. Essas Palavras de Cristo na Cruz, objeto de meditação dos Santos Padres e Doutores, compõem um tesouro singular que o Senhor nos deixou no momento em que consumava o Mistério de nossa Redenção. Passemos então a conhecer e aprofundar-nos nessas eficazes Palavras que Senhor nos confiou. (cf. II Tim 3,16-17).


1ª Palavra: “Pai, perdoai-lhes, por que não sabem o que fazem” (Lc 23,34).

Na Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, se efetiva o Mistério da Redenção do gênero humano, com efeito, “por sua paixão, Cristo livrou-nos de Satanás e do pecado. Ele nos mereceu a vida nova no Espírito Santo. Sua graça restaura o que o pecado deteriorou em nós”. (Catecismo da Igreja Católica §1708)

A primeira Palavra que Cristo profere na Cruz, é a súplica do perdão: “Pai, perdoai-lhes, por que não sabem o que fazem”. Em meio à humanidade devastada pelo pecado, em meio ao povo enganado que pedia a morte do Cordeiro inocente, Cristo tem compaixão e pede o perdão para aqueles que o condenam.

Neste momento final, Cristo retoma o ensino que outrora tinha proferido: “Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem” (Mt 5,44). Dessa forma ele deixa claro a necessidade e a importância do perdão, necessidade essa consignada na oração que Ele mesmo ensinou a seus discípulos: “perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam” (Mt 6,12).

“Então Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? Respondeu Jesus: Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt 18,21-22).

Que ensino grandioso Nosso Senhor nos deixa nesta primeira Palavra proferida na Cruz, em meio a toda dor e sofrimento em que se encontrava, por amor à humanidade, Ele não pensa em si, mas pede por aqueles que o persegue.

“Ó ternura do amor de Jesus Cristo para com os homens! Diz S. Agostinho que o Salvador, na mesma hora em que recebia injúrias de seus inimigos, procurava-lhes o perdão: não atendia tanto às injúrias que deles recebia e à morte a que o condenavam, como ao amor que o obrigava a morrer por eles. Mas, dirá alguém, por que foi que Jesus pediu ao Pai que lhes perdoasse, quando ele mesmo poderia perdoar- lhes as injúrias? Responde S. Bernardo que ele rogou ao Pai, “não porque não pudesse pessoalmente perdoar-lhes, mas para nos ensinar a orar pelos que nos perseguem”. (LIGÓRIO, Afonso M. de. A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.Vol II, Ed.PDF, Fl. Castro, abril 2002,p.19)

E São Paulo, ao evangelizar os pagãos iria justamente transmitir esse ensinamento recebido do Senhor (cf. I Cor 11,23):

“Abençoai os que vos perseguem; abençoai-os, e não os praguejeis. Não pagueis a ninguém o mal com o mal. Aplicai-vos a fazer o bem diante de todos os homens. Não vos vingueis uns aos outros, caríssimos, mas deixai agir a ira de Deus, porque está escrito: A mim a vingança; a mim exercer a justiça, diz o Senhor (Dt 32,35). Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber. Procedendo assim, amontoarás carvões em brasa sobre a sua cabeça (Pr 25,21s).Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal com o bem”. (Rom 12, 14.17.19-21)

Assim, nesta primeira Palavra de Cristo na Cruz, tomamos consciência da importância fundamental do perdão na vida do Cristão, pois “Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê. Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame também a seu irmão”. (Jo 4,20-21).


2ª Palavra: “Em verdade eu te digo: Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23,43).

Quando Cristo profere a segunda Palavra na Cruz, observamos dois ladrões crucificados, um de cada lado. Nestes dois ladrões vemos a prefiguração de duas atitudes que podemos abraçar em nossa vida: a atitude do desespero em meio ao sofrimento, zombando da salvação e, por conseguinte do Salvador; e a atitude de reconhecimento e confissão do pecado, resignação em meio ao sofrimento presente, com vistas na esperança da glória futura.

Neste momento da Paixão, temos uma cena de ultrajes contra o Salvador:

A multidão conservava-se lá e observava. Os príncipes dos sacerdotes escarneciam de Jesus, dizendo: Salvou a outros, que se salve a si próprio, se é o Cristo, o escolhido de Deus! Do mesmo modo zombavam dele os soldados. Aproximavam-se dele, ofereciam-lhe vinagre e diziam: Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo. Por cima de sua cabeça pendia esta inscrição: Este é o rei dos judeus. Um dos malfeitores, ali crucificados, blasfemava contra ele: Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós! Mas o outro o repreendeu: Nem sequer temes a Deus, tu que sofres no mesmo suplício? Para nós isto é justo: recebemos o que mereceram os nossos crimes, mas este não fez mal algum. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu Reino! Jesus respondeu-lhe: Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso. (Lc 23,35-43).

Que ensino grandioso recebemos de Nosso Senhor ao conceder ao penitente arrependido a Salvação eterna: hoje estarás comigo no paraíso! Com estas palavras salvíficas Jesus nos mostra que se nos arrependermos dos nossos pecados, O reconhecermos como nosso Salvador (cf. Jo 1,12) e O buscarmos diligentemente, sem dúvidas estaremos com Ele.

Ora, Nosso Senhor veio para “salvar o que estava perdido” (Mt 18,11), e como predisse o profeta Ezequiel (cf. Ez 18,21-22), aquele que se arrepende dos pecados os tem como que apagados pelo Senhor, estando liberto para uma nova vida, a vida da graça.

Sobre a grandiosidade desta palavra de Cristo, ensina com maestria e inspiração S. Afonso de Ligório:

“Em verdade eu te digo que hoje estarás comigo no paraíso”. Escreve um douto autor que com essa palavra o Senhor nesse mesmo dia, imediatamente depois de sua morte, se lhe mostrou sem véu, fazendo-o imensamente feliz, embora não lhe conferisse todas as delícias do céu antes de entrar nele. Arnoldo Carnotense, no seu Tratado das 7 palavras, considera todas as virtudes que o bom ladrão S. Dimas praticou na sua morte: “Ele crê, se arrepende, confessa, prega, ama, confia e ora”. Praticou a fé, dizendo: “Quando chegares no teu reino”, crendo que Jesus Cristo depois de sua morte havia de entrar vitorioso no reino de sua glória. “Teve por perto que havia de reinar quem ele via morrer”, diz S. Gregório. Exerceu a penitência, confessando seus pecados: “Nós padecemos justamente, pois recebemos o que merecemos”. Diz S. Agostinho: Não ousou dizer: lembra-te de mim, senão depois da confissão de sua iniqüidade e de depor o fardo de suas iniqüidades (Serm. 130 de templ.). E S. Atanásio: “Ó bem-aventurado ladrão, que roubaste o céu com essa confissão”. Outras belas virtudes praticou então esse santo penitente: a pregação, anunciando a inocência de Jesus: “Este, porém, nenhum mal praticou”. Exerceu o amor para com Deus, aceitando a morte com resignação em castigo de seus pecados: “Recebemos o que merecemos”. S. Cipriano, S. Jerônimo, S. Agostinho não duvidam por isso de chamá-lo mártir, porque os algozes, ao quebrarem-lhe as pernas, o fizeram com maior atrocidade, por ter louvado a inocência de Jesus, aceitando esse sofrimento por amor de seu Senhor.” (LIGÓRIO, Afonso M. de. Op.cit, p.20)

Assim, diante destes fatos, fica-nos a lição da perseverança em meio às provações, do repudio que devemos ter ao pecado, do reconhecimento do Cristo como Nosso Senhor e da Salvação que ele nos traz. Com efeito nos diz São Paulo: “Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam. (ICor 2,9). Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada”. (Rom 8,18).


3ª Palavra: “Mulher, eis ai teu filho. Eis ai tua mãe” (Jo 19,26-27).

Na terceira Palavra de Cristo na Cruz, em meio a todo o sofrimento, Jesus mais uma vez, numa prova inequívoca de amor à humanidade, nos dá a graça de termos a Sua santa Mãe por nossa mãe! Vejamos o relato do Evangelho:

“Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa”. (Jo 19,25-27).

Esta Palavra nos revela fatos muito importantes, é uma prova de que Nossa Senhora não possuía outros filhos, pois caso contrário não poderia estar desamparada neste momento, revela-nos que era viúva de São José, que também não se encontrava ao seu lado, como também o afirma S. Afonso de Ligório:

“Com isso deu a entender que José já era morto, porque se ele ainda vivesse não o teria separado de sua esposa” (LIGÓRIO, Afonso M. de. Op.cit, p.21).

Outra revelação magnífica dessa Palavra é a necessidade de tão boa Mãe a nos acompanhar em nossa caminhada rumo ao Salvador, ora todos os atos de Nosso Senhor Jesus Cristo, são atos salvíficos, assim, sendo, ao nos dar Sua Mãe como nossa Mãe, Jesus Cristo visava a nossa salvação. João neste momento, o discípulo amado, era a prefiguração de cada um de nós. E o que ele fez ao receber tamanha graça? Imediatamente “o discípulo a levou para a sua casa”. Todo verdadeiro Cristão deve ter por Mãe Nossa Senhora, que insistentemente só tem um único pedido a nos fazer: “Fazei tudo o que Ele vos disser !” (Jo 2,5)

O Papa Leão XIII explica com precisão a graça da Maternidade Espiritual de Maria, que nos foi legada por Jesus:

“O mistério do imenso amor de Cristo a nós teve, "entre outras, uma luminosa manifestação quando Ele, perto de morrer, quis confiar ao seu discípulo João aquela mãe, sua própria Mãe, com aquele solene testamento: "Eis aí teu filho!" Ora, na pessoa de João, segundo o pensamento constante da Igreja, Cristo quis indicar o gênero humano, e, particularmente, todos aqueles que a Ele adeririam pela fé. E é justamente neste sentido que S. Anselmo de Cantuária exclama: "O' Virgem, que privilégio pode ser tido em maior consideração do que esse pelo qual és a mãe daqueles para os quais Cristo se digna de ser pai e irmão?" (S. Anselmo de Cantuária., Oratio 47).Por sua parte, Maria generosamente aceitou e tem cumprido essa singular e pesada missão, cujo inícios foram consagrados no Cenáculo. Desde então ela ajudou admiravelmente os primeiros fiéis com a santidade do seu exemplo, com a autoridade dos seus conselhos, com a doçura dos seus incentivos, com a eficácia das Suas orações, tornando-se assim verdadeiramente mãe da Igreja e mestra e rainha dos Apóstolos, aos quais comunicou também aqueles divinos oráculos que ela "conservava ciosamente no seu coração"”. (Papa Leão XIII. Carta Encíclica Adiutricem Populi, nº3, Roma, 25/09/1895).

Também S.Afonso de Ligório, nos traz uma edificante reflexão sobre essa Palavra do Senhor, demonstrando o Amor de Cristo pela humanidade ao dar a Sua Mãe e o Amor da Mãe ao Filho ao suportar com Ele as dores da Paixão.

“Estava, pois, a aflita Mãe junto à cruz, e, assim como o Filho sacrificava a vida, sacrificava ela a sua dor pela salvação dos homens, participando com suma resignação de todas as penas e opróbrios que o Filho sofria ao expirar. Diz um autor que desabonam a constância de Maria os que a representam desfalecida aos pés da cruz: ela foi a mulher forte que não desmaia, não chora, como escreve S. Ambrósio: “Leio que estava em pé e não leio que chorava” (In cap. 23 Lc). A dor, que a Santíssima Virgem suportou na paixão do Filho, superou a todas as dores que pode padecer um coração humano. A dor, porém, de Maria não foi uma dor estéril, como a das outras mães vendo os sofrimentos de seus filhos; foi, pelo contrário, uma dor frutuosa: pelos merecimentos dessa dor e por sua caridade, diz S. Agostinho, assim como é ela mãe natural de nosso chefe Jesus Cristo, tornou-se então mãe espiritual dos fiéis membros de Jesus, cooperando com sua caridade para nosso nascimento e para fazer-nos filhos da Igreja (Lib. de sanc. virgin. c. 6). Escreve S. Bernardo que no monte Calvário estes dois grandes mártires, Jesus e Maria, se calavam: a grande dor que os oprimia tirava-lhes a faculdade de falar. (De Mar.). A Mãe contemplava o Filho agonizante na cruz, e o Filho, a Mãe agonizante ao pé da cruz, toda extenuada pela compaixão que sentir apor suas penas. (LIGÓRIO, Afonso M. de. Op.cit, p.21).

Assim, nessa Palavra de Cristo, somos agraciados com Sua Mãe, que doravante estará a nosso lado a nos conduzir a seu Filho amado.

“Jesus é o Filho Único de Maria. Mas a maternidade espiritual de Maria estende-se a todos os homens que Ele veio salvar: "Ela gerou seu Filho, do qual Deus fez “o primogênito entre uma multidão de irmãos” (Rm 8,29), isto é, entre os fiéis, em cujo nascimento e educação Ela coopera com amor materno”. (Catecismo da Igreja Católica § 501).


4ª Palavra: “Elói, Elói, lammá sabactáni?, que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mc 15,34-35)

Nesta quarta Palavra de Cristo na Cruz, ele expressa a dor de carregar em seu corpo santo todo o pecado da humanidade, a fim de redimi-la, tal dor é expressa com o brado: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?

É preciso compreender que Cristo sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, não se valeu de sua divindade para suportar as dores e sofrimentos da Paixão, mas pelo contrario, os sentiu com maior dor pelo fato de ter um corpo santo (cf. Hb 4,15), sujeito a pagar pelos pecados de todos os homens. São Paulo e S. Afonso de Ligório expressam com clareza o desprendimento de Jesus, ao assumir nossa condição miserável, a fim de redimi-la:

“Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens.E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”. (Fl 2,6-8).

“Cumpre saber que Jesus estava sobrecarregado de todos os pecados do mundo inteiro e por isso, ainda que pessoalmente fosse o mais santo de todos os homens, tendo de satisfazer por todos os pecados deles, era tido pelo pior pecador do mundo e como tal fez-se réu de todos e ofereceu-se para pagar por todos. E porque nós merecíamos ser abandonados eternamente no inferno, no desespero eterno, quis ele ser abandonado ou entregue a uma morte privada de todo o alívio, para assim livrar-nos da morte eterna”. (LIGÓRIO, Afonso M. de. Op.cit, p.23).

Este sentimento de abandono, sentido por Cristo padecente na Cruz, nos mostra a dor do abandono que sente o pecador que se afasta de Deus. E todo esse sofrimento foi assumido pelo Cristo em nosso lugar:

“Ele não cometeu pecado, nem se achou falsidade em sua boca (Is 53,9). Ele, ultrajado, não retribuía com idêntico ultraje; ele, maltratado, não proferia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça. Carregou os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro para que, mortos aos nossos pecados, vivamos para a justiça. Por fim, por suas chagas fomos curados (Is 53,5). (I Pd 2,22-24)

S. Afonso de Ligório citando S. Leão Magno nos traz importantes reflexões acerca dessa Palavra de Jesus, vejamos:

“Escreve S. Leão que esse brado de Jesus não foi queixa, mas ensino (Serm. 17 de pas. c. 13). Ensino, porque com aquele brado queria dar-nos a entender quão grande é a malícia do pecado, que quase obrigava Deus a abandonar às penas, sem alívio, seu dileto Filho, somente por ter ele tomado sobre si a obrigação de satisfazer por nossos delitos. Jesus não foi então abandonado pela divindade, nem privado da glória que fora comunicada à sua bendita alma desde o primeiro instante de sua criação; foi, porém, privado de todo consolo sensível, com o qual costuma Deus confortar seus fiéis servos nos seus padecimentos e foi deixado em trevas, temores e amarguras, penas essas por nós merecidas. Esse abandono da presença sensível de Deus experimentou Jesus também no horto de Getsêmani: mas o que sofreu pregado na cruz foi maior e mais amargo”. (LIGÓRIO, Afonso M. de. Op.cit, p.23).

O protestante Calvino, no seu comentário sobre o Evangelho de São João, profere uma blasfêmia ao afirmar que Cristo sofrera o pecado do desespero ao proferir essa Palavra. Explica S. Afonso de Ligório apoiado nos Santos Padres, que tal expressão de Nosso Senhor, expressa exatamente a dor dos sofrimentos provenientes da Paixão e jamais o desespero, que só acomete àqueles que voluntariamente pelo pecado se privam da amizade de Deus:

“Calvino, no seu comentário sobre S. João, disse uma blasfêmia (...) Como poderia satisfazer pelos nossos pecados com um pecado ainda maior, qual o do desespero? E como conciliar-se esse desespero de que sonha Calvino, com estas palavras que Jesus pronunciou depois: “Pai, em vossas mãos entrego o meu espírito”?(Lc 23,46). A verdade é, segundo a explicação de S. Jerônimo e S. Crisóstomo e outros, que nossos Salvador lança essa exclamação de dor para nos patentear, não o seu desespero, mas o tormento que sofria tendo uma morte privada de todo o alívio.” (LIGÓRIO, Afonso M. de. Op.cit, p.23).

Em fim, esta Palavra nos mostra a dor que nossos pecados acarretam para o Salvador, entretanto, demonstram mais uma vez a grandiosidade do amor e da misericórdia de Deus para com os homens, se fazendo verdadeiro homem para padecer em nosso lugar: “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. (Jo 3,16)

“Ao abraçar em seu coração humano o amor do Pai pelos homens, Jesus "amou-os até o fim" (Jo 13,11), "pois ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13). Assim, no sofrimento e na morte, sua humanidade se tornou o instrumento livre e perfeito de seu amor divino, que quer a salvação dos homens.” (Catecismo da Igreja Católica § 609).


5ª Palavra: “Tenho sede” (Jo 19,28).

Na quinta Palavra de Cristo na Cruz, Ele expressa a debilidade de seu corpo em meio aos tormentos suportados até aquele instante, e exaurido pela perda de sangue e água durante todo esse martírio, diz: “Tenho sede”.

“Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir plenamente a Escritura, disse: Tenho sede”. (Jo 19,28)

A “Escritura” aludida pelo evangelista S. João, que deveria ser cumprida, é a que se encontra no Salmo de Davi:

“Puseram fel no meu alimento, na minha sede deram-me vinagre para beber”. (Sl 68,22).

Comentando sobre o cumprimento dessa Escritura, diz São Tomás de Aquino:

“Jesus não diz que tem sede para que seja consumada a profecia do Antigo Testamento; pelo contrário: a profecia é que foi escrita porque devia, um dia, ser vivida pelo Cristo” (S. Tomás de Aquino. Comentários de S. João, 19,28 in: AQUINO, Felipe. As Sete Palavras de Cristo na Cruz. Lorena-SP: Cléofas, 2005, p.60).

Essa “sede” de Jesus, não era um fator simplesmente biológico, decorrente das circunstâncias da Paixão. Essa “sede” de Jesus era algo mais profundo. É a sede de almas, a sede de levar a salvação a cada ser humano da face da terra. Essa Palavra de Jesus na Cruz nos remete ao momento em que Ele pede de beber à samaritana (cf. Jo 4,1-15) no poço de Jacó, como se pedisse a cada um de nós, a nossa vida, a nossa alma para lhe saciar a sede. Ele afirma para a samaritana que Ele é a água viva (cf. Jr 2,13), quem Dele beber não terá sede:

“Respondeu-lhe Jesus: Se conhecesses o dom de Deus, e quem é que te diz: Dá-me de beber, certamente lhe pedirias tu mesma e ele te daria uma água viva. (...) o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede. Mas a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna”. (Jo 4, 10.14).

Santo Agostinho comenta essa passagem dizendo:

“Desejaria Ele beber, realmente, quando dizia à samaritana: Dai-me de beber? E quando diz sobre a Cruz: Tenho sede? Do que teria sede senão de nossas boas obras?” (S. Agostinho. Salmos 36, sermão 2,21.4 in: AQUINO, Felipe. Op.cit, p.62).

Também S. Afonso de Ligório ressalta essa sede de salvar toda a humanidade, sentida por Jesus pendente na Cruz:

“Grande foi a sede corporal que Jesus sofreu na cruz, já pelo sangue derramado no horto, já no pretório pela flagelação e coroação de espinhos, e mais ainda na mesma cruz onde de suas mãos e pés cravados escorriam rios de sangue como quatro fontes naturais. Sua sede espiritual foi, porém, muito maior, isto é, o desejo ardente que tinha de salvar todos os homens e de sofrer ainda mais por nós, como diz Blósio, em prova de seu amor (Mar. sp. p. 3 c. 18). S. Lourenço Justianiano escreve: “Esta sede nasce da fonte do amor” (De agon.c. 19)”. (LIGÓRIO, Afonso M. de. Op.cit, p.24).

São Tomás de Aquino comentando essa Palavra de Jesus expressa a veracidade do sofrimento e essa sede de salvar o mundo que o Cristo sentiu na Paixão:

“Se Jesus diz: tenho sede! é, antes de tudo, porque morre de morte verdadeira, não da morte de um fantasma. Ainda aqui aparece o seu desejo ardente da salvação do gênero humano, conforme diz São Paulo: Deus, nosso Salvador, quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade (1 Tm 2,3-4). Jesus mesmo dissera: “o Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido” (Lc 19,10). Ora a veemência do desejo exprime-se, muitas vezes, pela sede, como diz o salmista: “Minha alma tem sede do Deus vivo” (S. Tomás de Aquino. Comentários de S. João, 19,28 in: AQUINO, Felipe. Op.cit, p.62).

Com essa Palavra Cristo, continua a mostrar seu incomensurável Amor pela humanidade, chegando a sentir sede física e espiritual, pela salvação das almas. Santa Catarina de Sena ilustra perfeitamente esse fato, ao dizer:

“É a fome e a sede do ansioso desejo que Jesus tinha de nossa salvação, que o faziam exclamar sobre o madeiro da cruz: Tenho sede! Como se dissesse: Tenho sede e desejo de vossa salvação, mais do que vos pode demonstrar o suplício corporal da sede. Sim, por que a sede do corpo é limitada, mas a sede do santo desejo não tem limites” (S. Catarina de Sena, Cartas, 8 in: AQUINO,Felipe. Op.cit, p.62).


6ª Palavra: “Está consumado”.

“Havendo Jesus tomado do vinagre, disse: Tudo está consumado” (J0 19,30)

Essa penúltima Palavra de Cristo na Cruz vem selar todas as profecias a seu respeito. Nestes momentos finais Cristo nos diz com essa Palavra que toda a vontade do Pai para nos salvar foi cumprida Nele e por Ele.

“Nesse momento, Jesus, antes de expirar, pôs diante dos olhos todos os sacrifícios da antiga lei (todos eles figuras do sacrifício da cruz), todas as súplicas dos antigos padres, todas as profecias realizadas na sua vida e na sua morte, todos os opróbrios e ludíbrios preditos que ele devia suportar, e vendo que tudo se havia realizado, disse: “Tudo está consumado””. (LIGÓRIO, Afonso M. de. Op.cit, p.24).

Com essa Palavra Jesus nos ensina a perseverar em nossa fé até o fim. Confiando Nele (cf. Fl 4,13) não devemos jamais olhar para trás (cf. Gen 19,26; Lc 9,62), mas, seguir sempre em direção ao alvo (cf. Fl 3,14), à nossa meta: a salvação que nos é ofertada gratuitamente por Deus.

S. Afonso de Ligório citando Santo Agostinho explica com maestria este sentido profundo dessa Palavra de Jesus ao afirmar que:

“S. Agostinho escreve: “O que te ensinou pendente da cruz, não querendo dela descer, senão que fosses forte em teu Deus?” (In ps. 70). Jesus quis consumar o seu sacrifício com a morte, para nos persuadir de que Deus não recompensa com a glória senão aqueles que perseveram no bem até ao fim, como o faz sentir por S. Mateus: “Quem perseverar até ao fim será salvo” (Mt 10,22). Quando, pois, ou seja por motivo de nossas paixões ou das tentações do demônio ou das perseguições dos homens nos sentirmos molestados e levados a perder a paciência e a ofender a Deus, olhemos para Jesus crucificado que derrama todo o seu sangue por nossa salvação e pensemos que nós ainda não derramamos uma só gota por seu amor. É o que diz S. Paulo: “Pois ainda não tendes resistido até ao sangue combatendo contra o pecado” (Hb 12,4)”. (LIGÓRIO, Afonso M. de. Op.cit, p.24).

O saudoso Santo Padre João Paulo II, em uma Carta escrita aos Sacerdotes por ocasião da Quinta – Feira Santa no ano de 1998, nos traz uma reflexão muito significativa acerca da consumação do sacrifício salvífico de Nosso Senhor Jesus Cristo, ele escreveu:

“O Evangelho de S. João, com palavras cheias de carinho e de mistério, refere a narração daquela primeira Quinta-Feira Santa, quando tomou lugar à mesa com os discípulos, no Cenáculo, o Senhor — « ...Ele que amara os Seus que estavam no mundo, levou até ao extremo o Seu amor por eles » (13,1). Até ao extremo: até à instituição da Eucaristia, antecipação de Sexta-Feira Santa, do sacrifício da cruz e do mistério pascal. Durante a Última Ceia, Cristo toma o pão nas mãos e pronuncia as primeiras palavras da consagração: « Isto é o meu Corpo que será entregue por vós ». Logo a seguir, proclama sobre o cálice com vinho as sucessivas palavras da consagração: « Este é o cálice do meu Sangue, o Sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos para remissão dos pecados », e acrescenta: « Fazei isto em memória de Mim ». Cumpre-se assim, no Cenáculo, de modo incruento o Sacrifício da Nova Aliança, que será realizado com o derramamento de sangue no dia seguinte, quando Cristo disser sobre a cruz: « Consummatum est », « Tudo está consumado! » (Jo 19,30). Oferecido uma vez por todas sobre o Calvário, este Sacrifício é confiado aos Apóstolos, graças ao Espírito Santo, como o Santíssimo Sacramento da Igreja”. (Papa João Paulo II. Carta aos Sacerdotes por ocasião da Quinta Feira Santa de 1998, Vaticano, 25/03/1998).

Assim, temos nessa Palavra de Jesus o cumprimento das Escrituras, e o ensino salvífico de perseverar até o fim, confiados sempre no Senhor.

“Como pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores, assim, pela obediência de um só, todos se tornarão justos" (Rm 5,19). Por sua obediência até a morte, Jesus realizou a substituição do Servo Sofredor que "oferece sua vida em sacrifício expiatório", "quando carregava o pecado das multidões", "que ele justifica levando sobre si o pecado de muitos". Jesus prestou reparação por nossas faltas e satisfez o Pai por nossos pecados”. (Catecismo da Igreja Católica § 615)


7ª Palavra: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46).

Consumada as Escrituras, Nosso Senhor Jesus Cristo livremente entrega o espírito ao Pai, realizando a redenção definitiva da humanidade. É a realização do sacrifício da Nova e Eterna Aliança.

“A morte de Cristo é ao mesmo tempo o sacrifício pascal, que realiza a redenção definitiva dos homens pelo "cordeiro que tira o pecado do mundo", e o sacrifício da Nova Aliança, que reconduz o homem à comunhão com Deus, reconciliando-o com ele pelo "sangue derramado por muitos para remissão dos pecados". (Catecismo da Igreja Católica § 613)

São Lucas escreve:

“Era quase à hora sexta e em toda a terra houve trevas até a hora nona. Escureceu-se o sol e o véu do templo rasgou-se pelo meio. Jesus deu então um grande brado e disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, dizendo isso, expirou. Vendo o centurião o que acontecia, deu glória a Deus e disse: Na verdade, este homem era um justo”. (Lc 23,44-47)

Este do véu do Templo de Jerusalém que se rasga vem simbolizar justamente o advento da Nova e Eterna Aliança: “Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição”. (Mt 5,17)

“O cumprimento perfeito da Lei só podia ser obra do Legislador divino nascido sujeito à Lei na pessoa do Filho. Em Jesus, a Lei não aparece mais gravada nas tábuas de pedra, mas "no fundo do coração" (Jr 31,33) do Servo, o qual, pelo fato de "trazer fielmente o direito" (Is 42,3), se tornou "a Aliança do povo" (Is 42,6). Jesus cumpriu a Lei até o ponto de tomar sobre si "a maldição da Lei” in quod illi incurrerant "qui non permanent in omnibus, quae scripta sunt, ut faciant ea", na qual incorrerreram aqueles que "não praticam todos os preceitos da mesma, pois “a morte de Cristo aconteceu para resgatar as transgressões cometidas no Regime da Primeira Aliança" (Hb 9, 15)”. (Catecismo da Igreja Católica § 580).

Outro fato singular dessa Palavra de Jesus foi a imediata conversão do centurião romano que acompanhava ao pé da Cruz (cf. Jo 3,14-15) a morte do Redentor: “Vendo o centurião o que acontecia, deu glória a Deus e disse: Na verdade, este homem era um justo” (Lc 23,47).
Com essa Palavra Jesus nos ensina a entregar-nos sempre, livre e totalmente ao Pai, que está sempre de braços abertos a nos esperar (cf. Lc 15,20). S. Afonso de Ligório apoiado nos Santos Padres ensina sobre essa Palavra:

“Escreve Eutíquio que Jesus proferiu estas palavras com grande voz, para dar a entender que ele era verdadeiramente o Filho de Deus, chamando a Deus seu Pai. S. Jerônimo escreve que ele deu este grande brado para demonstrar que não morria por necessidade, mas por própria vontade, emitindo um brado tão forte no momento mesmo em que estava para expirar. Isso combina com o que disse Jesus em vida, que ele de livre vontade sacrificava sua vida por nós,suas ovelhas, e não pela vontade ou malícia de seus inimigos. “Eu ponho minha alma por minhas ovelhas... ninguém ma pode tirar, eu mesmo a entrego de livre querer” (Jo 10,15). S. Atanásio ajunta que Jesus, recomendando-se ao Pai, recomendou-lhe justamente todos os fiéis que por seu intermédio deveriam receber a salvação, já que a cabeça com seus membros constituem um só corpo. E o santo conclui que Jesus então tinha em mente repetir o pedido feito antes: “Pai santo, conserva-os em teu nome, para que sejam um como nós” (Jo 17,11), e termina: “Pai, os que me destes quero que onde eu estiver estejam comigo” (LIGÓRIO, Afonso M. de. Op.cit, p.25).

Neste momento em que Cristo consuma o Santo Sacrifício para a redenção da humanidade, sua Cruz torna-se venerável para nós cristãos! Ela que fora objeto de maldição será doravante símbolo da salvação como nos ensina São Paulo:

“A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina”. (I Cor 1,18); “Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”. (Gal 6,14); “Espoliou os principados e potestades, e os expôs ao ridículo, triunfando deles pela cruz”. (Col 2,15).

O Sagrado Magistério da Igreja nos ensina que:

"Sua sanctissima passione in ligno crucis nobis iustificationem meruit - Por sua santíssima Paixão no madeiro da cruz mereceu-nos a justificação", ensina o Concílio de Trento, sublinhando o caráter único do sacrifício de Cristo como "princípio de salvação eterna". E a Igreja venera a Cruz, cantando: crux, ave, spes unica - Salve, ó Cruz, única esperança". (Catecismo da Igreja Católica § 617)

Iluminados por essa Santa Palavra do Senhor possamos confiar-nos sempre a Ele, fazendo assim como o Cristo, a vontade do Pai: “Davi punha toda a sua esperança no futuro Redentor, dizendo: “Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito; pois vós me remistes, Senhor Deus da verdade” (Sl 39,6). Quanto mais nós devemos confiar em Jesus Cristo, que já realizou a nossa redenção? Digamos-lhe, pois, com grande confiança: “Vós me remistes, Senhor, por isso em vossas mãos encomendo o meu espírito.” (LIGÓRIO, Afonso M. de. Op.cit, p.25).

Salve, ó Cruz, única esperança!
Crux, Ave, Spes Única

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Referências Bibliográficas

AQUINO, Felipe. As Sete Palavras de Cristo na Cruz. Lorena-SP: Cléofas, 2005.

Bíblia Sagrada. 14º Ed. São Paulo: Ave Maria, 1998.

Catecismo da Igreja Católica – Edição típica Vaticana. São Paulo: Loyola, 2000.

LIGÓRIO, Afonso M. de. A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Vol. II, Ed.PDF, Fl. Castro, abril 2002.

Papa João Paulo II. Carta aos Sacerdotes por ocasião da Quinta Feira Santa de 1998, Vaticano, 25/03/1998.

Papa Leão XIII. Carta Encíclica Adiutricem Populi, Roma, 25/09/1895.
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Observação: Todos os grifos do artigo são do autor.
Para citar este artigo:
JESUS, Leandro Martins de. Apostolado Veritatis Splendor: AS "SETE PALAVRAS DE CRISTO NA CRUZ".. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/4912. Desde 19/03/2008.
ALÉM DO DEVER
Um homem foi chamado à praia para pintar um barco. Trouxe tinta e pincéis e começou a pintar o barco de um amarelo brilhante, como fora contratado para fazer. Enquanto pintava, notou que a tinta estava passando pelo fundo do barco. Procurou e descobriu que a causa do vazamento era um buraco e o consertou. Quando terminou a pintura, recebeu seu dinheiro e se foi.
No dia seguinte, o proprietário do barco procurou o pintor e lhe entregou um cheque de grande valor. O pintor ficou surpreso e falou:
O senhor já me pagou pela pintura do barco. Mas isto não é pelo trabalho de pintura, falou o homem. É por ter consertado o vazamento do barco.
Foi um serviço tão pequeno que não quis cobrar, acrescentou o pintor. Certamente o senhor não está me pagando uma quantia tão alta por algo tão insignificante! Meu caro amigo, você não compreendeu, disse o proprietário do barco. Deixe-me contar-lhe o que aconteceu. Quando pedi a você que pintasse o barco, esqueci de mencionar o vazamento. Quando o barco secou, meus filhos o pegaram e saíram para uma pescaria. Eu não estava em casa naquele momento. Quando voltei e notei que haviam saído com o barco, fiquei desesperado, pois me lembrei que o barco tinha um furo.
Grandes foram meu alívio e minha alegria quando os vi retornando, sãos e salvos. Então, examinei o barco e constatei que você o havia consertado. Percebe, agora, o que fez? Salvou a vida de meus filhos! Não tenho dinheiro suficiente para pagar-lhe pela sua "pequena" boa ação...
Para refletir:
Se em nossa ação diária todos nós fizéssemos como aquele pintor, certamente o mundo seria diferente. Mas, o que geralmente acontece é que fazemos apenas a nossa obrigação, quando a fazemos. Fazer o que nos compete, com disposição e zelo, é apenas cumprir um dever. Todavia, se, além do dever, buscássemos fazer o que precisa ser feito, sem que ninguém nos peça, então poderíamos dizer que estamos investindo numa sociedade melhor. Quem trabalha apenas para receber seu salário, demonstra que vale quanto ganha. Mas, quem executa suas obrigações e vai além, sem esperar recompensa alguma, está investindo na própria felicidade. O trabalho dignifica o ser, mas o trabalho feito com amor e dedicação, enobrecem a alma. Trabalhar por convicção e prazer, e não por obrigação é a melhor maneira de se sentir bem. Isso porque, se ninguém elogiar nosso trabalho nem reconhecer nosso esforço, para nós não fará diferença alguma. A grande satisfação estará calcada unicamente em fazer com excelência o que fazemos. E o salário, nesse caso, será apenas uma conseqüência.

Lição de Vida

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Estudo Mariano 3

Maria em Caná

No tempo de Jesus, a festa de casamento era muito importante. As famílias se uniam, os judeus renovavam sua confiança na vida e alimentavam a esperança na vinda de novos filhos. Os profetas usavam a imagem da união amorosa do homem e da mulher, que se celebra no casamento, para falar do amor de Deus e de sua intimidade com o povo eleito (cf. Is 62,4b-5; Os 2, 18-22).
Era normal oferecer um banquete na festa de casamento (cf. Gn 29, 22; Jz 14,10). A festa durava sete dias (cf. Gn 29, 27; Jz 14,12; Tb 11, 20). O vinho era um produto barato, muito comum, produzido pelas famílias. Numa festa, especialmente de casamento, não podia faltar o vinho. Senão, acabaria tristemente.

Para os polêmicos, o diálogo entre Jesus e Maria é o carro chefe para enfatizar que Jesus desrespeita sua mãe. Entretanto João nos diz que, para Jesus Maria é mais do que mãe. É mulher. Segundo alguns intérpretes, este título "mulher" apresenta Maria como a nova Eva, Mãe de todos os crentes na fé.
O evangelista é muito sensível à participação feminina na comunidade dos amigos de Jesus. Por isso, Jesus não as trata pelo nome, mas com o titulo de Mulher.
Jesus chamou de mulher para:
1) Sua mãe (cf. Jo 2,4 e 19,26)
2) A samaritana (cf. Jo 4,21)
3) Maria Madalena, a primeira a testemunha da ressurreição (cf. Jo 20, 15).
É bom lembrar ainda que os profetas usavam a imagem da mulher para simbolizar povo de Deus em relação ao Senhor da aliança (cf. Os 1,2; Is 26, 17; Jr 31,4). Portanto quando Jesus chama sua mãe de “mulher” não a ofende. Pelo contrario, mostra o valor dela, como mulher e figura do povo de Deus.

Quando Jesus diz que a hora dele ainda não chegou, não está olhando para o relógio. A “hora”, no evangelho de João tem um sentido simbólico. Quer dizer o momento em que Jesus vai mostrar quem é ele e comunicar o amor do Pai. Isso só vai acontecer de forma completa na morte e ressurreição (cf. Jo 12, 23.27; 13,1; 16,32; 17,1).
Quando ele diz: “Minha hora ainda não chegou” significa que Jesus acha que não é ainda o momento oportuno de começar sua missão. Maria não discute com Jesus. Rapidinho, entende o que ele quer. Volta-se para os serventes: “façam tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5). Essas palavras têm grande força simbólica. Você se recorda da frase de Maria ao final da Anunciação, em Lucas: “Eis aqui a servidora do Senhor. Faça-se em mim conforme sua palavra” (Lc 1,36). Segundo João, Maria não só realiza a vontade de Deus na sua vida, mas também orienta os outros a fazerem o que Deus lhes pede. A perfeita discípula e seguidora de Jesus se torna mestre e guia dos cristãos. Sua frase continua atual. Ela continua dizendo-nos hoje: “vale a pena buscar a vontade de Jesus, ouvir suas palavras e tomar atitudes concretas”.
Porque João coloca como primeiro sinal de Jesus a transformação da água em vinho, numa festa de casamento? Porque não uma cura ou expulsão de demônios? O primeiro sinal de Jesus pretende começar a revelar quem ele é para nós. A partir do sinal, entendemos que Jesus mesmo é o vinho novo da nossa vida. Ele é capaz de transformar as situações em que tudo parece “água”, sem sabor nem cor, no liquido da festa e da alegria. Já no Antigo Testamento, o vinho simboliza a felicidade e a abundancia que acontecerá para todos, quando o Messias chegar (cf. Os 2,23ss e 14,8; Am 9,13ss; Is 25,6 e 62,5; Jr 31,12; Zc 9,17 ). No livro do Cântico dos Cânticos, o vinho lembra o desejo mútuo entre o homem e a mulher, o amor que os fascina e os une, uma imagem do grande amor de Deus pelo seu povo (cf. Ct 1,2-4; 2,4;4,10).
Com o sinal do vinho Jesus está dizendo que ele é o vinho novo, que o dia do Messias está chegando. Começou o tempo da graça. Acabou o tempo da miséria. As seis vasilhas de pedras, enchidas até à borda, têm muito vinho (cf. Jo 2, 6s). Deus nos oferece seus bens em abundancia. Quem está com Jesus tem vida sobrando.
A glória para Jesus não é o poder e a fama, mas a capacidade de realizar o bem e fazer Deus conhecido e amado. Os sinais de Jesus se tornam uma ocasião para os discípulos exercitarem sua fé. Quem crê, vê além do sinal. O sinal não força ninguém a acreditar, só abre a porta do coração para a fé. (cf. Jo 2,11.23; 3,3; 4,54). Jesus não gosta das pessoas que só acreditam quando vêem o sinal (Jo 2,23s) ou das pessoas que buscam milagres só para resolver seus problemas pessoais (cf. Jo 6,26). Em Caná Maria inicia o caminho da fé da Igreja, precedendo os discípulos e orientando para Cristo a atenção dos servos.
Salve Maria !

Estudo Mariano 2

Maria, a peregrina na fé.
A vida de fé é uma aventura constante. Assemelha-se ao grupo de amigos que tomam o barco para atravessar um rio largo e chegar à outra margem.
A nossa travessia da vida de fé só termina com a morte.
O evangelho de Lucas mostra Jesus à frente dos seus discípulos. Com decisão indica a direção e abre caminhos (cf. Lc 9, 51; 19, 28). Jesus chama a conversão (cf. Lc 6, 32), o movimento de mudança do mal para o bem ou do bem para um bem maior. A travessia da fé se faz de madrugada, no momento em que se passa da escuridão da noite para as primeiras luzes do dia. Na fé, misturam-se a certeza e a incerteza, a luz e a escuridão, o seguro e o imprevisto.
Com Maria, a perfeita discípula de Jesus, na é diferente. Deu seu “sim” decidido a Deus quando era muito jovem. Iniciou uma travessia, que não sabia com detalhes aonde iria levá-la.
Muitos imaginam que Maria já nasceu como uma santa prontinha e acabada. Pensam que ela já sabia de tudo, já conhecia com detalhes o que ia acontecer com ela e seu filho. Então, teria sido poupada de fazer a travessia da fé. Lucas corrige essa idéia equivocada. Na cena da apresentação de Jesus (Lc 2, 34s) Simeão dirige a palavra a Maria e diz que uma espada traspassará sua alma.
O que significa essa espada?
Por que Lucas não apresenta Maria aos pés da cruz?
Um versículo da carta aos Hebreus nos ajuda a compreender o sentido da espada. Ver Hb 4,12s.
A espada quer dizer o desafio do próprio Jesus, palavra viva de Deus. À medida que Jesus diz ou faz algo novo, Maria se sente chamada a dar mais um passo na fé.
Talvez o mais duro desafio que Maria enfrentou em confronto com Jesus, foi à posição de liberdade que ele tomou em relação à família. No tempo de Jesus, as relações familiares eram muito fortes.
Jesus percebe que precisa estar livre para anunciar o Reino e falar da misericórdia de Deus.
Jesus apresenta sua nova família em Lc 8, 19- 21. Jesus também incentiva seus discípulos a romperem com as relações familiares, de dependência e a renunciarem aos seus privilégios, para segui-lo mais de perto (cf. Lc 18, 28-30).
Como Maria enfrentou tudo isso?
Maria em João.
João não cita nenhuma parábola de Jesus. João só seleciona sete gestos poderosos que nos chamamos de “milagres”, mas João chama-os de “sinais”. Não há nenhuma expulsão de demônios entre os sinais. Para João o demônio, “o príncipe deste mundo” e “pai da mentira” será julgado e expulso de seu poder no momento da morte e ressurreição (cf. Jo 12, 31). Em vez da ultima ceia, João conta que Jesus lavou os pés dos discípulos (cf. Jo 15).
O Evangelho de João terminou de ser escrito quase 70 anos depois da ressurreição de Jesus.
Maria aparece duas vezes no evangelho de João. Maria atua na realização do primeiro sinal de Jesus, em Caná, ao inaugurar sua vida pública (cf. Jo 2,1-11) e Maria permanece ao pé da cruz, no momento da morte do Senhor, no final de sua missão (cf. Jo 19,25-27).
Ao colocar Maria no inicio e no final da missão de Jesus, João está dizendo que ela tem um lugar especial, pois se faz presente nos momentos mais importantes.

Estudo Mariano continuação

Maria é introduzida no mistério de Cristo definitivamente mediante o acontecimento que foi a Anunciação do anjo.

De acordo com os fatos expostos acima percebemos que Maria foi a primeira pessoa que aceitou Jesus. Logo, Maria é chamada a “Estrela da evangelização”.

Maria é missionária, pois transbordando da graça de Deus, não quer retê-la para si. Vai partilhar com sua parenta, de idade avançada, que está grávida e necessita de cuidados. Discretamente ela leva Jesus para os outros.
Maria partiu as pressas em direção a “uma cidade de Judá” (cf. Lc 1,39). Segundo os estudiosos, esta cidade devia ser a “Ain-Karim” de hoje, situada entre as montanhas, não distante de Jerusalém.

Observando o encontro de Maria com Isabel, percebemos que o Espírito Santo inunda de alegria o ambiente e elas transbordam de alegria.
Destaque os pontos importantes desse encontro: (cf. Lc 1,39-45).

A fé torna Maria fértil de corpo e alma. Por causa de sua adesão a Deus, ela realiza a benção de fertilidade prometida ao povo de Deus (cf Dt 28, 1-6).

20 Então anunciaram a Jesus: «Tua mãe e teus irmãos estãofora, e querem te ver.» 21 Jesus respondeu: «Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática
27 Enquanto Jesus dizia essas coisas, uma mulher levantou a voz no meio da multidão, e lhe disse: «Feliz o ventre que te carregou, e os seios que te amamentaram.» 28 Jesus respondeu: «Mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática

Longe de ser uma ofensa à sua mãe, as palavras de Jesus revelam o segredo de Maria. Seu principal mérito está em ser uma pessoa de fé, que acolhe a palavra de Deus e concretiza. Ser mãe é uma conseqüência de sua fé e uma forma de realização da vontade de Deus.

A vocação de Maria é como um espelho para nós. Olhando para ela, a gente se vê melhor.

Guardava tudo no coração

Maria por duas vezes guarda tudo no coração (cf Lc 2,19 e Lc 2,51).
Quando Lucas põe duas vezes essa mesma atitude, no começo e no fim da vida familiar de Jesus, quer dizer que isso era constante em Maria. Não aconteceu só uma vez. Ela cultivava esse hábito.

Magnificat
Em Lc1, 46-55 observamos o cântico de Maria. Que foi apelidado de Magnificat, palavra em latim que significa “engrandece”, “exalta”. Está baseado no cântico de Ana, mãe de Samuel (1 Sm 2, 1-10).
Maria começa sua oração abrindo-se a Deus, numa explosão de contentamento (Lc 1,46). É uma pessoa de coração aberto ao Senhor, toda sintonizada com Deus. Reconhece-se como uma mulher especial, agraciada por Deus. Diz claramente que “de agora em diante todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48). Não se esconde debaixo de falsa modéstia. Aqui está o segredo de sua humildade: ela sabe que tudo é dom de Deus. Não toma nenhum louvor ou honra para si: “O Senhor fez em mim maravilhas” (Lc 1,49).

Estudo Mariano


A mãe do Redentor tem lugar bem preciso no plano da salvação, porque, “ao chegar à plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido duma mulher, nascido sob a Lei, a fim de resgatar os que estavam sujeitos à Lei e para que nós recebêssemos a adoção de filhos. E porque vós sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: ‘Abbá! Pai!’” (Gl 4, 4-6).

As pessoas têm muita curiosidade a respeito de Maria. Onde ela nasceu como se chamavam seus pais? Teve ela outros irmãos e irmãs? Como era o seu dia-a-dia? O que ela fazia antes de conhecer José e se tornar à mãe de Jesus? Como foi sua vida depois que Jesus morreu e ressuscitou? Como passou sua velhice? A bíblia não nos dá informações sobre detalhes da vida de Maria. Entretanto os apócrifos (ocultos) tentam responder esses questionamentos, mas a Igreja decidiu rejeitá-los, pois mais atrapalham do que ajudam.

Maria nos evangelhos
Os evangelhos falam principalmente de Jesus. Eles foram escritos mais de 40 anos depois que Jesus havia vivido na Palestina. Imagine como tanta coisa já tinha mudado!
Cada evangelho se assemelha a uma linda colcha de retalhos colorida, que foi tecida, juntada e bordada por Mateus, Marcos, Lucas e João.
Marcos coloca Maria no meio dos familiares de Jesus, sem dizer nada sobre ela (cf. Mc 3,31-35 e 6,1-6). Já Mateus apresenta Maria como mãe virginal do Messias, muito unida a seu filho (cf. Mt 1,18-23; 2,11.13.14.20). Mas não cita nenhuma atitude especial dessa mulher.
Cabe a Lucas e João o mérito de mostrar as qualidades humanas e espirituais de Maria. E por fim o livro do Apocalipse apresenta Maria como imagem da comunidade crista, experimenta nesse mundo o sofrimento, a perseguição, mas também a gloria e a vitória do ressuscitado (cf. Ap 12).
A anunciação (Lc 1, 26-38)
Dê exemplos de anúncios de nascimentos bíblicos:
R=
Com relação à Anunciação de Maria, percebemos que o enviado de Deus começa com uma saudação com uma saudação: “Alegra-se, Maria” (Lc 1,28). Convida Maria a participar da alegria do novo tempo, que começa com a vinda de Jesus (cf. Lc 1,14.44.58 e 2,10).

Maria recebe um nome especial, que nenhuma outra pessoa tem na Bíblia: “cheia de graça”. A expressão "cheia de graça" é um vocativo. É como um nome que o anjo deu a ela. A palavra que expressa isso, em grego, é kekaretome ou kekharitômenê, palavra que significa ser que foi desde sempre, que é ainda agora, e que continua sendo cheia de graça, isto é, Imaculada, sem pecado original.

Na linguagem bíblica “graça” significa um dom especial, que, segundo o Novo Testamento, tem a sua fonte na vida trinitária do próprio Deus, de Deus que é amor (cf. 1 Jo 4,8)

Na sagrada escritura, quando uma pessoa tem uma missão importante e difícil, recebe de Deus a promessa de que não estará sozinha, pois ele vai lhe dar forca. Ver exemplos:
1) Vocação de Isaac (cf. Gn 26, 3.24);
2) Vocação de Jacó (cf. Gn 28,15);
3) Vocação de Moises (cf. Ex 3,11s e 4,12)
4) Vocação de Gedeão (cf. Jz 6,12)
Diante da resposta de Deus, Maria responde prontamente. Maria disse Fiat (que quer dizer faça-se) a Deus, e desse modo tornou-se a verdadeira “estrela da manhã” (Stella matutina).
Maria teve fé, pois se entregou totalmente a Deus. Maria não somente ouviu, mas escutou a palavra, e acolheu no coração. Na visita a Isabel, essa lhe relembra: “você é feliz porque acreditou. Tudo o que o Senhor lhe disse acontecerá” (cf. Lc 1, 45).

Confraternização 2009











Em 2009 realizamos a nossa Confraternização da Curia Rainha dos Profetas, foram horas de muita oração, alegria e fé. Neste dia realizamos a Avaliação do ano de 2009. Neste ano nossa Curia recebeu muitas graças de Nossa Senhora, e uma delas são as crianças que entraram neste movimento tão lindo da Igreja Católica, que é a Legião de Maria. Temos algumas fotos onde estão as nossas pérolas que Maria nos deu.

Salve Maria!

TESTE DOS MEMBROS DOS PRAESIDIA

Em virtude de problemas técnicos o nosso Exame Normativo do Estudo do Manual será durante a realização do XI TRÍDUO LEGIONÁRIO, que realizar-se-á, nos dias 9, 10 e 11 de julho de 2010. Agradecemos a todos pela compreensão. Salve Maria!

Estudo Apostólico N1

Belém, 12 de outubro de 2005.
Maria, nossa mãe.
Gostaria de parabenizar aos irmãos Cleber, Brenda e Ana Paula que no dia 10/09/2005 realizaram a primeira reunião após 38 dias sem reunião dos “Apóstolos”. Não posso me esquecer de enfatizar que ganhamos duas legionárias que são as irmãs Andressa e Bruna. Que Jesus abençoe vocês.
Estamos no mês de outubro, mês das missões e do santo rosário e também mês dedicado a nossa mãe Maria. Espero que vocês sejam fortes na fé, pois sabemos que não é fácil na atual conjectura professar a fé em Jesus e em Maria. Falo isto, por que diversas estruturas estão aí para nos testar. Nós que somos católicos precisamos conhecer melhor nossa religião que é muito linda. Vamos aprender a partir de hoje alguns pontos que são fundamentais para nossa fé.
Quando o assunto é Maria a polêmica é grande, pois, uns não aceitam a posição que nós tomamos.
Maria é de fato nossa mãe, pois Jesus do alto da cruz nos concedeu esta grande graça. Ele disse a Maria: mulher eis aí o teu filho e falou para João: filho eis aí a tua mãe. (Jo 19,25-27). Muitos contestam que Maria seja realmente a nossa mãe, isso ocorre por que ainda estão com os olhos fechados para a vontade de Deus. Maria conhecia a palavra de Deus, por isso as palavras que ela dirigiu aos servos, em Caná da Galiléia: “fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5) o que ela disse é um eco das palavras ditas pelo povo de Israel no monte Sinai quando Deus estabelecia com ele a sua aliança: “Tudo o que Iahweh disse, nós o faremos” (Ex 19,8).
Maria é a nova Eva, pois através dela a graça de Deus entrou no mundo. Maria é o sacrário (Tabernáculo) vivo de Deus (Ap 21,3).
Eis um comparativo entre Maria e Eva.
Se lermos Gen. 3, 15, vemos que diante da queda do homem, Deus Pai já nos prepara a redenção: "Porei hostilidade entre ti (a serpente) e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela ...". Nesta passagem, conhecida como protoevangelho, esta implícita a promessa do Salvador e dito de forma clara que Ele virá ao mundo através de uma mulher.
Portanto, existe uma evidente oposição entre Eva e Maria:
EVA
MARIA
Contribuiu para o pecado, trazendo a morte
Contribui para a Salvação, trazendo a vida (Jesus)
Desobediente a Deus
Obediente a Deus, "Faça-se ..." (Lc 1, 38)
Maria é a nova Eva e Jesus o novo Adão.
Maria foi a primeira pessoa que aceitou Jesus em sua vida. Ela deu seu fiat a Deus e assim tornou-se a estrela de evangelização.
Muitos criticam o fato de Maria ser louvada, mas é só observarmos os últimos versículos do Livro de Provérbios e lá está escrito: “a mulher que teme a Deus, essa é a que será louvada”. Maria temia a Deus e, ela mesma repleta do Espírito Santo disse: “as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48) logo, não estamos de modo algum desobedecendo a Deus. Tudo é uma questão de interpretação.

Você sabia?
Imagem: é a representação de um ser em seu aspecto físico. Assim imagem é uma fotografia, uma estátua, um quadro, etc.
Ídolo: é um falso deus, inventado pela fantasia humana (sol, lua, animais, etc.).
Adorar: é o ato de considerar Deus como o único criador e senhor do mundo.
Idolatria: é o ato de adorar o falso deus, ou seja, é considerar o falso deus como criador e senhor do universo.
Venerar: é imitar, honrar, louvar, homenagear, saudar, etc.
Até a próxima. Salve Maria!!!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Saudações

É com muito orgulho que hoje disponibilizamos este meio de comunicação sensacional para evangelizar. A Legião de Maria estava precisando disto.Traremos novidades para este ano de 2010. Teremos o Enem (Exame Avaliativo do Estudo do Manual)dos Praesidia. Aguardem!!! A Legião de Maria estava precisando disto. Que a graça de Deus esteja conosco hoje e sempre, Salve Maria!!!