Dia: 15 de maio de 2006
Autor: Luiz Antônio de F. Zeymer - Auxiliar de Praesidium em Brasília
O Manual, nossa grande norma, sempre à mão, fazendo jus ao nome, é um magnífico livro, denso e completo. Foi concebido para ser suficiente à perfeita vida legionária. De fato, assim tem sido. Ao redor do mundo legionários desenvolvem vida, espiritualidade e apostolado fundados no Manual. Fator de unidade, formação e impulso, suas lições são acertadas e eficazes. Como, então, referir-se a outros livros? Ora, o próprio Manual os indica. Quais são eles e de que forma entram no sistema legionário? A Legião originou-se da leitura e decisão de pôr em prática um livro de São Luís Maria de Montfort. Por essa razão o invocamos como padroeiro e o importante capítulo dos deveres dos legionários para com Maria nos leva a consagração total. Logo no início do Manual fica determinado que os "os legionários devem praticar a verdadeira devoção à Santíssima Virgem segundo São Luís Maria de Montfort" Assim é que, na página 340, se diz que "para compreender e praticar corretamente esta devoção, é essencial ler, não uma só vez, mas com freqüência, o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem e o livreto Segredo de Maria." Na verdade, a vida legionária deve transcorrer segundo a frase realçada em negrito: "Cada legionário terá para com Maria uma profunda devoção incessantemente renovada por sérias meditações e zelosas práticas. Deve considerar esta devoção como um dos deveres legionários essenciais, e, de todos, o mais importante." (página 25) "Sérias meditações" que podem ser feitas sobre os livros citados. Desse modo a Legião continua a tradição de sua própria origem: leitura do Tratado e a ação de pô-lo em prática. Adiante, na página 80, outro livro. "Existe um comentário do Compromisso Legionário - A Teologia do Apostolado... Obra de incalculável valor que devia andar nas mãos de todos os legionários." Esgotada há décadas, no ano 2000, a Regia de Brasília providenciou a 3ª edição. Está, pois, disponível o livro recomendado com tanta ênfase. nos "Principais deveres dos legionários", lá onde antigamente constava Retiro fechado anual, agora, muito ampliado, há o item: "A vida interior dos legionários". Mais de três páginas propõem a vida espiritual segundo a grande tradição da Igreja. Uma iniciação, um verdadeiro diretório, um roteiro para o caminho espiritual. Pois bem, na página 202, indica-se leitura espiritual e livros: "Devemos preferir a leitura do Novo testamento, com um comentário católico conveniente e os clássicos católicos, escolhidos de acordo com as nossas necessidades e capacidades." Que "clássicos católicos" são esses? São livros de espiritualidade de valor permanente, consagrados por santos e que alimentaram gerações. Não haja dúvida, o Espírito Santo realmente dirige a Igreja, até mesmo por livros. Eis uma pequena lista de clássicos. Em primeiro lugar indiscutível a Imitação de Cristo. A seguir a Introdução à vida devota (ou Filotéia) escrito por São Francisco de Sales para os leigos. A prática do amor a Jesus Cristo e Glórias de Maria Santíssima, ambos de Santo Afonso Maria de Ligório. A alma de todo apostolado de Dom Chautard (edição em Portugal, Livraria Civilização Editora, Porto, 2001). História de uma alma, de Santa Teresa de Lisieux, a santa predileta de Edel Quinn, com cinco citações no Manual. Na lista dos clássicos figuram com destaque o Tratado e o Segredo. E também "As vidas dos santos bem escritas constituem uma boa introdução à vida espiritual. Fornecem orientações que nos atraem para o bem e o heroísmo. Os santos são a concretização visível das doutrinas e exercícios de santidade. Se conhecermos suas vidas, imitarem em breve as suas virtudes." (página 202) O Apêndice 20 traz parágrafos da Constituição Lumen Gentium, documento do Vaticano II. Diz o Manual que "Esta Constituição deverá ler-se por inteiro." Seguem-se várias justificativas. Interessa citar aqui o Fundador em entrevista dada meses antes do falecimento. "O importante da Legião, diria eu, é que ela demonstrou que qualquer leigo, mesmo os mais simples, é capaz de ser apóstolo. Antes, nunca ninguém sonhara com isto. Eu ousaria mesmo dizer que o Vaticano II representa um ato de fé na Legião. Legislaram ali sobre a mobilização do Povo de Deus. Pois bem, sem a Legião, é um projeto inútil. Não se mobiliza o Povo de Deus para o apostolado, levando um grupo de pessoas seletas a escreverem grandes tratados sobre qualquer coisa. Isso não mobilizar o Povo de Deus. Há que captar as pessoas simples, mesmo as incultas. Este é o grande êxito da Legião de Maria - a mobilização daquelas pessoas do mundo que eram consideradas incapazes para o apostolado. Elas aí estão nas nossas fileiras..." Na Legião não há risco de supervalorizar livros e publicações. O trabalho semanal efetivo nos livra de muitas ilusões e o sistema possibilita real formação, onde livros de valor podem ter leitura proveitosa. como diz o Fundador, em nossas fileiras, mesmos os incultos tornam-se capazes de apostolado. E também capazes de uso dos livros essenciais. Há detalhes, sobre os livros, que merecem volta às citações. Do Tratado e do Segredo, diz "... é essencial ler...com freqüência". O Teologia do Apostolado "...devia andar nas mãos de todos os legionários". Para leitura espiritual "devemos preferir a leitura do Novo Testamento, com um comentário católico conveniente e os clássicos católicos, escolhidos de acordo com nossas necessidades e capacidades." "As Vidas dos Santos bem escritas constituem uma boa introdução à vida espiritual". Convém acrescentar que "todo membro tem o dever estrito de estudar a fundo o Manual... um estudo exaustivo..." (página 196). Determinação aparentemente dura, mas suavizada e viabilizada: "A primeira característica do estudo consiste... em realizá-lo mais como um ato de devoção do que como mero exercício intelectual." (página 347). Orientação que vale para todos os livros e favorece a santificação pessoa, nosso fim e meio de apostolado. Até aqui o Manual. Existirão outros livros recomendáveis aos legionários? Sim, sem a menor dúvida os livros escritos pelo Fundador. Poucos foram editados no Brasil. Necessários tanto para ampliar a formação dos legionários, como para a canonização, e também as biografias dos nossos heróis, Edel Quinn, Afonso Lambe e do próprio Frank Duff. Uma coleção! Uma biblioteca! Nossos legionários são na maioria muito simples, de poucas letras e poucos recursos, como solucionar? Primeiro, que aprende-se nadar, nadando. Aprende-se a ler, lendo. Segundo, que somos uma associação. Façamos valer essa condição. Que circulem livros de mão em mão. Edel Quinn e amigas liam, emprestavam e recomendavam-se mutuamente bons livros. Frank Duff foi levado a ler e reler o Tratado até que o entendeu e, aceitando-o, fez a propaganda que originou a Legião. De Afonso Lambe era conhecido seu interesse em livros sobre Nossa Senhora. Heróis muito piedosos, muito apostólicos, dados à leitura espiritual e divulgadores dos livros de valor consagrado. Façamos o mesmo. Há campo para o apostolado interno. O autor destas linhas deseja corresponder-se com legionários interessados em divulgação de livros legionários e a atuação da Legião na internet. (e-mail: luizzeymer@ig.com.br) |
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