domingo, 11 de setembro de 2011


“Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (2)
 
Pe. Cláudio Barradas, pjrbarradas@ig.com.br
As últimas palavras de Jesus foram uma oração: curta, mas densa e profunda, apenas o essencial. Com o que, mais uma vez, vêmo-lo pondo em prática o que ensinara. No caso, a recomendação feita no sermão da montanha (Mt 6,7s): "Nas vossas orações não useis de vãs repetições, como os gentios, que imaginam que é pelo palavreado excessivo que serão ouvidos. Não sejais como eles, porque o vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de lho pedirdes".
Se, como Lucas faz questão de elencar, pois que a oração de Jesus é um tema que lhe é muito caro, o Mestre orou, por exemplo, ao ser batizado por João (3,21), costumava orar à sós em lugares desertos (5,16), passou a noite inteira em oração antes de escolher os doze (6,12), orou em particular, ao perguntar aos discípulos quem era ele no dizer das multidões (9,18), subiu à montanha da transfiguração para orar e lá se transfigurou enquanto orava (9,28s), orou na ocasião em que, vendo-o nessa atitude, os discípulos pediram-lhe que os ensinasse a orar (11, 1), orou insistentemente no horto das oliveiras, na noite de sua prisão (22,41), - isso tudo, só em Lucas, sem recorrer aos demais evangelistas -  por que deixaria de orar, no momento decisivo de sua morte?
Mas, certamente, Jesus não se limitou a ter momentos de oração. Mais, muito mais que isso: toda a sua vida foi uma contínua e ininterrupta oração. Em outras palavras: ele era todo oração.
O que São Paulo diria no Areópago, em Atenas, inspirando-se no poeta Epimênides, - "Nele (em Deus) vivemos, movêmo-nos e existimos" - e o que escreveria o poeta chileno Pablo Neruda, num de seus poemas de amor - "Nunca saio de ti, quando de ti me afasto." -Jesus o realizou plenamente, a cada instante, com relação a Deus, seu Pai. 
 
Fonte: Cidadela  

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