domingo, 11 de setembro de 2011


Um Pai, um terço; um filho, um desejo!
 
Padre Agostinho, Cruzafs.cruz@hotmail.com
BACHARELANDO EM TEOLOGIA PELA FACULDADE DEHONIANA (SP)
PÁROCO DE SÃO JOÃO BATISTA E NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS (ICOARACI) 

Não me canso de pensar nas coisas boas que Deus me permite experimentar na vivência de meu sacerdócio. A cada dia, em contato com as mais variadas pessoas na vida paroquial, vou sendo enriquecido com essa graça toda especial de saber acolher as experiências dos outros, sejam elas dolorosas ou benfazejas.
Hoje, volto-me para uma cena que há muito está guardada em minha memória, de um pai de 35 anos, que sempre vem à missa com sua esposa e seu filho, e que na noite do Terço dos Homens vem com o seu pequeno filho, uma criança de 7 anos, que poderia estar dormindo neste horário, uma vez que o terço é às 20h00.
Enquanto estávamos organizando os instrumentos, fazendo a recepção dos participantes do terço, este jovem pai estava na execução de uma das mais belas funções de sua paternidade, estava no primeiro banco sentado com seu filho, ensinando a este como rezar o terço. Ele dizia-lhe que nas contas maiores se reza o Pai Nosso, e nas pequenas as Ave Marias; cada um com seu terço na mão. O pai volta-se para o filho que o acompanha atentamente, e pergunta-lhe: o que rezamos quando seguramos a cruz? O filho sem poupar as palavras, disse direto: "É o credo"! Isso tudo era apenas o treino, o bonito mesmo foi vê-los rezando o terço. Quando o Pai se ajoelhou, seu pequeno filho, como um bom aprendiz, daqueles que aprendem vendo como os pais fazem, ajoelhou-se também, e nesta postura ficou junto com o pai.
É por isso que eu me pego a pensar nas coisas de Deus, pois, se um pai terreno sabe cuidar e demonstrar o seu amor por seu filho, quanto mais o Pai do céu, que ama a todos com um amor sem limites. São Paulo, o grande Apóstolo das Nações, também tinha um olhar paternal sobre as comunidades que evangelizava, como no caso de Éfeso, e para estes irmãos deixou uma exortação que serve muito bem para todos nós, e em especial para os pais: "Pais, não deis a vossos filhos motivos de revolta contra vós, mas educai-os com correções e advertências que se inspiram no Senhor" (Ef 6, 4). Quando um pai se dispõe a gastar tempo com seus filhos, principalmente para transmiti-lhes os valores cristãos, ele está solidificando no coração destes a dignidade de ser filho de Deus e ter os outros como irmãos.
E o que falar de um pai que reza o terço com seu filho bebê no colo, e este acaba dormindo em seus braços? Este pai poderia dar a desculpa de não vir rezar porque seu filho é de colo, tem apenas alguns meses de vida, mas ele vem toda quinta-feira, junto com sua esposa, e percebo, quando vou falar-lhes que estão felizes.
São estas experiências que me fazem acreditar no operar de Deus na simplicidade das coisas. Percebo o quanto sua ação se esparrama pelo coração desses homens, que há muito estavam afastados da Igreja, ou que não davam a devida importância para a oração, e muito menos paras as suas famílias. Hoje, eu vejo um grupo de homens, de todas as idades, se encontrando numa cordialidade e cumplicidade para expor, através da oração, os seus desejos e anseios, fazerem seus rogos e preces uníssonos na recitação do terço.
Uma mãe ensinar seu filho a rezar é comum, mas, um pai é uma graça maior ainda.
Continuemos a fomentar a nossa vida de fé nestes belos e simples testemunhos que encontramos em nossas igrejas e comunidades, e que estão bem perto de nós, fazem parte de nossa história e nos ensinam a descobrir a bondade de Deus. 
 
Fonte: Um só coração e uma só alma 

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